VIDA MISSIONÁRIA – PRIMEIRA PARTE

 




     Pb. Valmir Barbosa Cordeiro


    Aquele que se diz chamado para o campo missionário, precisa saber e isto é o que vamos tentar fazer nesta postagem, que existe uma guerra espiritual ferrenha declarada desde o momento que ele começa a se preparar para ir ao campo missionário. Neste assunto vale lembrar que esta guerra não é contra a carne nem contra o sangue, mas como diz o apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios:

(Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. - Efésios 6:12). 

Esta é uma realidade na vida de qualquer crente e obreiro, mas a batalha se intensifica mais quando se quer cruzar a fronteira, e alcançar outros povos. É uma batalha constante contra a vida do missionário, sua família e seu ministério. O missionário enfrenta lutas para deixar o seu país e lutas no campo. 

CHAMADO (Atos 26. 16-18; Gal. 1.15-16; II Tm. 1.9) 

Você é chamado?

Você tem convicção de que o Senhor quer usar você na obra transcultural?

Você tem convicção do chamado para alcançar etnias entre os Povos Não Alcançados? 

Uma coisa que devemos ter em mente é que o chamado é uma convicção duradoura, vinda do Espírito Santo que nos convence. É Deus quem nos quer num ministério transcultural.

Então em primeiro lugar, a chamada para o ministério é uma experiência pessoal e intransferível.

Quando uma pessoa é vocacionada, torna-se muito evidente e é fácil a igreja reconhecer. O próprio Espírito Santo se encarrega de convencer a liderança sobre o propósito divino para a pessoa e quando isso acontece  a igreja confirma e libera (Atos13.1-3). 

A CONVICÇÃO DO ESPÍRITO pode acontecer das seguintes maneiras: 

-         Através da Palavra

-         Através da consciência

-         Através de visões, sonhos

-         Através de Palestras missionárias

-         Através leituras de livros missionários ou biografias de missionários

-         Através de oração, meditação e consagração

-         Através das circunstâncias

-         Atavés da voz audível de Deus no coração (direção clara do Espírito Santo)

-         Através de profecia

-         Através de portas abertas ou fechadas

-         Através do envolvimento no trabalho da Igreja, etc. 

CAPACIDADE MINISTERIAL

O que você tem a oferecer diante do compromisso missionário?       

             Quais são os seus dons? Se você

não sabe qual área o Espírito Santo o capacitou, então o que irá fazer no campo? 

             A falta de conhecimento do Dom para o serviço cria uma série de problemas interior: insegurança, irritabilidade, querer fazer o que os outros estão fazendo, ciúmes, dificuldade no relacionamento com os colegas, trabalha muito sem produção específica. 

             Conhecer o seu Dom traz paz interior, você tem direção especifica, pode planejar o seu programa, estabelecer alvos e alcançar metas sem um desgaste exaustivo. (Pode desgastar-se pelo excesso de trabalho, mas não é um desgaste por não saber o que fazer.) Dentro do seu Dom, você se sente livre, abençoado, feliz e as pessoas são ricamente abençoadas. 

DEFINIÇÃO DE MINISTÉRIO

             Descubra o seu Dom antes de deixar a sua pátria. 

1.  Não queira imitar os seus colegas, copiar modelos ou métodos.

2.  Não invente um ministério porque está em moda.

3.  É o Espírito Santo quem capacita para o ministério.

4.  Sê fiel no exercício do Dom recebido. (I Tm. 4.14-15)

5.  A abundância de frutos vem quando estamos realizando aquilo que o Espírito Santo capacitou-nos a fazer e estamos no centro de Sua Vontade.

6.  Você está envolvido na igreja local?  

7.  Você fará falta em sua Igreja?

               Se sua igreja não irá sentir sua falta no ministério local, talvez seja melhor ficar e não sair ao campo!

8.  Qual a sua experiência ministerial você tem com a sua igreja?

9.  Como Deus tem usado você?

10.            Comece a orar pelo seu ministério no

       campo,  antes mesmo de chegar lá.

11.            Busque a vontade de Deus sobre o

       assunto, mas permaneça aberto para

       novas orientações ao chegar no campo.

12.            O ministério (Dom) é reconhecido e

       confirmado através do corpo (liderança

       ou equipe de trabalho, igreja). 

DOM MISSIONÁRIO

Nem todos os vocacionados são chamados para o ministério transcultural.  Entre os Vocacionados, só alguns se envolverão em culturas diferentes, isto é, serão missionários de carreira além-mar.            

             Entre os apóstolos, alguns se envolveram, mas o destaque foi Paulo. Ele recebeu o chamado específico e seguiu a carreira até o fim. 

             O Dom missionário é a facilidade da pessoa se adaptar à culturas diferentes. O obreiro flexível, se adapta e se identifica facilmente com o povo da cultura onde está. “É a graça de Deus capacitando a ser você mesmo numa cultura alheia”. 

 ALGUMAS EVIDÊNCIAS DO DOM MISSIONÁRIO 

A) ADAPTAÇÃO:

É a capacidade para se sentir “em casa” com pessoas que são diferentes. Isto implica em aceitar a comida (sabores diferentes e estranhos), hábitos locais opostos dos nossos, valores bem diferentes.

Se aqui no Brasil você tem dificuldade com personalidades diferentes e com os regionalismos, então você não tem facilidade de adaptação. 

B) IDENTIFICAÇÃO:

      O trabalho missionário transcultural exige que nos coloquemos na situação de outros até o ponto de começarmos a ver o mundo pelo seu ponto de vista, com a sua “posição mental” e não com o que levamos de nossa própria cultura.  

              A isto nós chamamos de EMPATIA. Entender e abraçar a cosmovisão ao máximo possível. É preciso ter EMPATIA com aquilo que é novo ou estranho à nossa cultura. 

C) FLEXIBILIDADE

A habilidade para ser maleável e se ajustar à mudança. Se encaixa rapidamente a nova situação sem ficar contrariado, e perder o bom humor e sem afastar o alvo.

(O Espírito pronto para mudanças). No campo missionário estamos sempre sujeitos a situações inesperadas que requerem flexibilidade, sem a qual nos tornaremos insípidos. 

D) HUMILDADE  I COR. 15.9-10

É reconhecer o que realmente somos, sem hipocrisia, mas com Modéstia.  (MODÉSTIA é a virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza)?. 

A capacidade para descer do pedestal em que por vezes os missionários são colocados, tanto aqui como em outras culturas. 

             A humildade leva à abertura. Desejo de aprender mais, receber mais, para ser vulnerável, para aceitar correção e direção dos outros e daqueles a quem os missionários forem enviados a servir. 

E) PERSEVERANÇA

É a capacidade para resistir, continuar firme  apesar de...  A Persistência não é um conceito popular num mundo de respostas fáceis e opções suaves, mas é tão essencial para os missionários de hoje, como o era para os primitivos pioneiros, que abriram caminham através das florestas do século dezenove! 

             A prática de línguas, aceita pelo povo local  autêntica identificação cultural. Pode-se levar anos para adquirir a prática, e esse caminho poderá ser pavimentado com revés e frustração. Não há atalhos, nem soluções rápidas...  Só os que têm a habilidade de aguentar devem se candidatar. 

             “Perseverança em chinês significa uma faca em cima do coração. A faca provoca dor intensa, mas continua lá”. 

F)  RENÚNCIA

                É a capacidade de trocar a vida confortável junto aos seus queridos para viver contente em situação precária. Uma disposição para sacrifício.  O conceito de sacrifício também não é popular no mundo tecnológico de hoje, cheio de facilidades. 

         As exigências da vida missionária incluem um compromisso com o Senhor Jesus, sem olhar o preço. Isto não significa obediência cega a um plano bem elaborado, sem atender ao bem estar pessoal. Quer dizer que os missionários talvez tenham que perder algumas coisas que eles esperam da vida, em virtude da natureza da situação para a qual o Senhor os chamou. 

          O sacrifício necessário para o serviço missionário consiste num compromisso permanente para o Senhor, que conduz a uma permanente disponibilidade para Ele. 

             Não há lugar para negociações na tarefa de alcançar o mundo perdido. 

G) ESPIRITUALIDADE

             É a experiência intima que adquirimos com Deus. É ser sensível a voz de Deus. É saber se alimentar através da palavra e vivenciar  os ensinos bíblicos na prática. É ter em uma vida robusta em Deus. 

            Os missionários precisam ser pessoas que determinaram viver uma vida centrada em Deus. A sua segurança nEle e sua relação com Ele são infinitamente mais importantes do que o “Trabalho” que fazem para Ele.

            Jesus está mais interessado em nós do que em nosso trabalho. O serviço deve ser a conseqüência do trabalho profundo de Cristo na vida do missionário. 

             O missionário precisar Ter já uma experiência espiritual antes de ser enviado a uma outra terra. Aqueles que não têm experiência no combate espiritual em sua própria terra, terão dificuldades para encarar os ataques do inimigo ao entrarem em países e áreas onde o seu poder é muito real e a oposição muito violenta. Um bom preparo de guerra espiritual. 

             Ex.: Uma missionária brasileira que trabalhava na China, numa área de muçulmanos enfrentou um ataque do inimigo. A oposição foi real e violenta. Ela sonhou por várias, que estava sendo atacada pelo povo da cidade que batiam em sua cabeça. Depois disto, ela começou a sentir dores de cabeça muito fortes. Tirou uma radiografia da cabeça e a mesma estava fraturada.

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