VIDA MISSIONÁRIA - SEGUNDA PARTE








Pb. Valmir Barbosa Cordeiro


É comum quando alguém está pregando uma mensagem missionária, sermos desafiados a nos envolvermos com esta tarefa que entendemos ser a principal missão da igreja enquanto na terra.

Entendemos que o comissionamento de Cristo é direcionado a todos os salvos, entretanto aqueles que tem seus corações inflamados pela chama missionária, logo são confrontados pela situação em que se encontra o mundo atual o que é suficiente para nos desafiar a nos envolvermos na pregação do evangelho.

        Neste texto vale salientarmos que todos somos chamados para sermos testemunhas do que Cristo providenciou para toda a humanidade através da sua morte na cruz do Calvário. Este acontecimento nos impõe a responsabilidade como mensageiros da salvação a toda humanidade. Como exemplo para nós o apóstolo Paulo afirma que realizar esta tarefa apesar de ser um grande privilégio, não é motivo suficiente para nos gloriarmos.

“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de queme gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim se não anunciar o evangelho!” (1 Corintios 9.16).

1.  COMODISMO

Com o advento da mídia acentuou-se no coração

dos fiéis um certo comodismo para realizar a tarefa de evangelização, achando que os meios avançados e telecomunicações darão continuidade a obra da evangelização ordenada por Jesus.

  É claro que a  tecnologia tem ajudado,  mas  ela  não  pode

pode substituir o nosso trabalho de pregar, visitar e fazer discípulo como ensina as escrituras.  

  Nunca as igrejas tiveram tantos recursos para anunciar o evangelho. Contudo a evangelização está muito aquém do que é necessário.

Parece que a maioria das igrejas começam bem o seu propósito e depois se acomodam.

Dentro da responsabilidade de pregar o evangelho, não resta dúvidas de que dentre o todo da igreja de Cristo, ele mesmo, chama alguns especificamente para desenvolverem obras específicas em certos locais direcionado pelo próprio dono da seara.

A esses nós chamamos de missionários, os enviados pela igreja, ou ou através de agências, ou juntas missionárias aos campos e em alguns casos, até mesmo por conta própria. (Aliás, sobre este assunto falaremos mais adiante).

Nesta postagem, quero alertar aos vocacionados sobre algumas questões que são essenciais na tarefa de evangelização.

Na tarefa de evangelização, não basta termos boa vontade, ou mesmo dedicação ou prontidão se dispondo, abrindo mão de nossa própria vida por amor a Cristo.

Sabemos que isso é importante e deve existir na vida daqueles que se dispõem, contudo, não pode parar por aí, devendo-se levar em consideração diversos outros fatores que são essenciais para o envio, o sustento, e a permanência do obreiro e sua família, quando for o caso, permanência essa com saúde física e espiritual e a qualidade do trabalho em si, para que os frutos surjam e permaneçam. 

Portanto, visando contribuir nesse processo como um todo, buscou-se destacar diversas dicas, orientação para todos aqueles que ouviram a  vós do Espírito Santo ao conceder a graça imensurável de sermos coparticipantes nessa sublime obra. 

1.        O CHAMADO MISSIONÁRIO

Quando se fala em evangelização, pensa-se em pessoas chamadas especificamente para desenvolver tal obra.

Embora reconheçamos que Deus chama pessoas para realizarem trabalhos específicos em determinados lugares, não podemos desconsiderar que pesa sobre todos os cristãos a responsabilidade pela divulgação da mensagem de salvação, pois, Deus enquadra todos numa mesma ética missionária, somos chamados para servir conforme os talentos e dons que ele em sua graça, nos concede. (1 Pe. 4.10-11).  

Senhor nos capacita com habilidades para melhor o servirmos em sua obra, e para isso, todos precisamos ter um coração e atitudes de servo de Deus. 

A consciência do chamado precisa ser clara, humilde e objetiva em relação aos dons próprios a ele concedido. Em Rm 12.3-8 observa-se que os missionários devem conhecer seu potencial e limites a fim de terem plena convicção da tarefa que podem desempenhar. 

Como dito antes, o chamado para servir é prerrogativa de todos no Reino, mas é possível se apresentar com um chamado específico tanto para uma missão em especial, quanto para um povo em particular (Êx 3.1-16; Jr 1.1-12; At 9.15; 13.1-3). 

O chamado, no que se refere àquele específico em Deus direcionar para alguma tarefa, e uma experiência pessoal e intima. Mas normalmente o Senhor usa situações comuns, como utilizando seus outros servos de veículos comunicadores de sua vontade para o dito vocacionado, referindo-se àquele que tem um chamado para executar uma obra específica. (At 16.1-5; 1Tm 4.14; 2Tm 1.6). 

2.      A IDENTIFICAÇÃO DE UM VOCACIONADO

O chamado para servir pressupõe alguns requisitos, tais como espiritualidade, ética e ministério que revele um coração de servo na perseverante atitude de imitar o Mestre. “Jesus esvaziou-se a si mesmo e, assumiu a forma de Servo”. (Fp 2.5-11).

O futuro missionário transcultural deve mostrar, durante um tempo razoável, sua disposição de servir a Cristo em meio aos irmãos de uma comunidade local, tornando visíveis seus dons  e capacidades e obtendo, portanto, um bom testemunho de todos.

Ele deve possibilitar à comunidade, o corpo de Cristo local, a chance de ver com seus próprios olhos o que ele faz e ensina, ser exatamente aquilo que ele é como pessoa e seguidor do Senhor (2Co 8.18,22; 3Jo 12). 

Há situações onde o vocacionado mesmo se envolvendo na comunidade local não é reconhecido como um separado para uma obra especifica, e isso se dá devido em alguns casos:

Há lideranças sem visão missionária, que impedem que o missionário avance em seu chamado. Neste caso a única atitude é orar, orar para que a igreja se abra para a visão missionária e, depois, procurar uma comunidade onde possa servir a Cristo com liberdade e anda ter seu chamado reconhecido.

Jesus, no início do seu ministério, também não foi reconhecido nem por aqueles que estavam com ele (íntimos).

Paulo, o apóstolo, só foi aceito pela igreja de Jerusalém depois de um grande esforço de Barnabé.   

Certamente, alguns, após o chamado, ficarão fragilizados, assim como foi com Jeremias e precisarão de encorajamento dos mais maduros e experientes. (Mc 3.21; At 9.26-30).

A PREPARAÇÃO ACADÊMICA E A PRÁTICA

A consciência de um chamado missionário específico não invalida ou descarta a necessidade de estudo, treinamento e aprendizado formal.

Missionários precisam ter intimidade com a Palavra de Deus e suas doutrinas inegociáveis, atestadas pela igreja universal nestes dois mil anos de história do cristianismo (1 Tm 1.10; 2 Tm 3.10; 4.3).

Ele precisa saber manusear sabiamente a Escritura Sagrada, e poder responder a qualquer instante a razão de sua fé (1 Tm 4.13. 1 Pe 3.15). 

Ainda, faz-se indispensável um conhecimento abrangente das principais religiões e tendências teológicas do nosso tempo, tanto a nível nacional como em nível mundial.

De certa forma, este conhecimento pressupõe conhecer e identificar as estratégias de Satanás, principalmente no momento histórico em que ele (a), como missionário vai exercer seu ministério. Paulo utilizava bem este conhecimento no trabalho missionário, (2 Co 2.5-11; Gl 4.1-11; Ef 6.10-20; At 17.16-31; 23. 1—10).

 Um bom preparo teológico e missiológico possibilitarão uma base sólida para o exercício da missão, contudo não significa necessariamente ter um curso de Bacharel em teologia, mas ao menos, uns dois anos de estudos intensivos de qualidade. Como complementação ou em paralelo, uma preparação em lingüística e o aprendizado da língua inglesa se tornará indispensável à missão transcultural. 

A leitura de livros devocionais e teológicos que atualizem seu conhecimento do pensamento teológico em voga, uma continua alimentação espiritual advinda de mensagens, pregações, conferências e simpósios, tanto sobre missões como sobre a vida com Deus, proporcionarão um discipulado com crescimento fortificado, se tornando também parte essencial à sua formação (1 Tm 4.1-16). 

Em termos práticos, além do sólido desempenho ministerial no corpo local, pequenas iniciativas em projetos missionários de curto período, conectados com a futura missão serão de extrema valia. É possível que, nessa busca de conhecimento, alguns se surpreendam com o NÃO CHAMADO, ou seja, percebam através da prática desempenhada nesses projetos que seus potenciais não estão de acordo com o ministério pretendido ou almejado ou até, não possuem condições de deixar tudo para o serviço missionário. Nesse caso, a síndrome de Marcos poderá ser evitada (At 13.13-15), no entanto, tal descoberta não obrigatoriamente invalidará um futuro envolvimento com aquele chamado (At 15. 36-41; 2Tm 4.11). 

Dentro do âmbito da preparação prática, experiências transculturais básicas serão muito úteis, principalmente se forem experimentadas em equipe. O empírico traz maturidade emocional e espiritual (At 13. 1-3).

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