COMO DEVE SER O RELACIONAMENTO ENTRE MISSIONÁRIO E A IGREJA ENVIADORA?

 




Pb. Valmir Barbosa Cordeiro

 

Tenho enfatizado sempre no curso de treinamento pré-campo, a importância  de uma boa relação que deve existir entre os missionários e a igreja enviadora, já que todos estão estreitamente envolvidos do preparo ao envio e a sustentação dos missionários no campo.

Entendemos que cabe ao missionário zelar pelos laços de amor e compromisso ministerial com aqueles entre os quais, ele foi reconhecido no seu chamado e vocação espiritual. Tal procedimento se baseia no sentimento mútuo de amor e comunhão, pelo quais ambos os lados abraçam a mesma causa, em nome de Cristo.

Tanto os que são vocacionados quanto os que reconhecem as vocações, devem  partilhar juntos a tarefa missionária. Quem envia vai junto com quem é enviado, no sentido mais teológico missiológica do termo. 

A (s) igreja (s) tanto quanto a Junta ou Agência, os quais, na retaguarda respondem pela missão de dar sustentáculo em oração, logística e na constante comunicação de lutas e necessidades, devem merecer toda a atenção e respeito do missionário, pois zelam para que o empreendimento missionário  alcance bom êxito.

Pensando nisso as cartas e relatórios devem ser vistos com atenção e carinho, pois são elas que manterão o vínculo de entendimento, propiciando a divulgação do trabalho e serão usadas pelo Espírito Santo para agregar apoio e mesmo despertar novos vocacionados.

GRUPO DE INTERCESSÃO

Uma providência importante que em hipótese alguma deva ser negligenciado nem dispensado pelo missionário é a formação de um grupo de intercessão totalmente compromissado com seu ministério.

Este grupo deve ser informado regularmente de suas lutas, desafios, tristezas e vitórias.  Este grupo, formado com cuidado, poderá receber certas informações e comunicação mais sensíveis e impróprios a um público maior.

Dentro do possível a (s) igrejas (s) enviadora (s) devem ser encorajadas pelo  missionário, a enviar periodicamente irmãos membros do Conselho de Missões, ou mesmo da liderança maior da igreja ao campo. A visita e visão in loco do trabalho anima e encoraja o missionário a prosseguir e demonstrará aos irmãos nacionais o amor e a seriedade com os quais a igreja enviadora do missionário o sustenta na sua Missão.

Caso o sustento do missionário venha apenas de uma fonte (uma só igreja), o missionário correrá o risco de perder o seu sustento ainda no campo, e se ver numa situação difícil. Daí, ser importante, procurar obter uma fonte múltipla de apoio financeiro quando ainda em casa. Igrejas se dividem e novos lideres, por quaisquer razões, podem minar a obra missionária de um obreiro.

Desde o início faz-se necessário um acordo sobre as condições de vida aceitáveis para o missionário, solteiro/a ou casado/s, com filhos ou sem filhos. Estando no campo, tal acordo evitará confrontos e aflições desnecessárias.

As condições de vida, mesmo tendo um sustento generoso, poderão ser extremamente difíceis. Certos campos serão marcados por extrema pobreza, atraso, corrupção, insalubridade, falta de recursos médicos e escolas. O missionário não pode e não deve sair para o campo, apenas tomado de utopia.

A igreja, o missionário e os familiares que ficam devem ter a plena consciência de que todas as intempéries da vida estarão a frente do irmão/a que está deixando tudo para servir a Cristo em terras longínquas, podendo incluir acidentes, morte e até mesmo sequestros. O preço a pagar deve ser bem calculado e ser do conhecimento e de comum acordo entre as partes.




A comunicação entre o missionário e as igrejas sustentadoras deve ser honesta, transparente e sistemática.  Especialmente quando o sustento do missionário é intermediado pela liderança de sua igreja, por Junta ou Agência missionária.

Dúvidas, reclamações e mal entendidos precisam ser tratados, obedecendo aos ditames estabelecidos num ambiente de respeito, amor e benignidade. Transparência, boa vontade e busca de compreensão e entendimento precisam ser as motivações interiores no relacionamento entre as partes.

Por fim, o missionário precisa ter uma autoridade espiritual (líder-pastor), de caráter provado e cheio de amor ao Senhor, o qual poderá em situações extremas de desentendimento e angústia ser seu confidente.

Esta pessoa poderá estar no campo, na igreja mãe, na Agência, ou na Junta enviadora. Um acordo de inviolabilidade espiritual deve permear tal comunhão.


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