MISSÕES - UMA RESPONSABILIDADE DE TODOS NÓS

 



o profeta Jonas ir a Nínive pregar que a cidade seria destruída, ele se negou à tarefa e fugiu (Jn 1). Ao ler a história desse profeta, vemos quantos transtornos ocorreram em razão da recusa em obedecer à ordem divina.


Por causa de Jonas, os marinheiros quase foram mortos, em alto mar, por forte tempestade que só foi aplacada, quando o profeta foi lançado do navio. Após três longos e difíceis dias no ventre do grande peixe, orou a Deus que lhe concedeu uma nova oportunidade (Jn 2). Então, a contragosto, Jonas chegou a Nínive e anunciou a mensagem de juízo que lhe fora ordenada. O rei e toda a população se arrependeram e se voltaram ao Senhor que, por essa razão, não destruiu a cidade (Jn 3).


Terminada sua tarefa, Jonas foi para um lugar alto, onde esperava que Deus aniquilasse a cidade e como isso não aconteceu, ficou deveras aborrecido. Para aplacar o calor, uma planta nasceu e cresceu, cobrindo-o, mas logo foi devorada por uma lagarta. Extremamente triste, chegou a pedir a morte e reclamou que Deus era deveras bondoso e não matou os sanguinários ninivitas (assírios). 

A essa reclamação, a resposta foi: “e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4.11)

A história de Jonas é aqui recuperada para considerar a tarefa atribuída a cada cristão: “ide, fazei discípulos de todas as nações” (Mt 28.20). 

Dela podemos tirar algumas lições:

  • Todo cristão é chamado à tarefa de evangelização. A missão é de Deus, mas ele nos deu o privilégio dela participar.
  • Deus se interessa por todas as pessoas. A mensagem de salvação é para todos os seres humanos, independentemente da cor, etnia, posição, nação, cultura.
  • Não adianta fugir à chamada. Fugir à responsabilidade não é uma alternativa, pois em sua soberania, Deus irá cumprir o seu propósito.
  • Não servimos a Deus somente quando é conveniente, apenas quando temos promessas de bênçãos ou quando a tarefa parece não envolver riscos. Estejamos prontos para servir em todas as circunstâncias e ocasião.

O Deus da missão tem uma igreja no mundo”. Fomos agraciados por Deus com o privilégio de ser partícipe em seu propósito de ser conhecido, louvado e adorado entre os povos. E como igreja, é sublime poder anunciar a salvação em Cristo às nações. É preciso ir…


Assim como para Jonas, o mandamento consiste em ir e aquele que ordena é o mesmo que assegura como será o resultado.  No caso do profeta, é certo que os assírios eram povo violento e inimigo de Israel, no entanto, ao serem advertidos, seus corações se voltaram completamente para o Senhor. Eles se converteram. 

Ao enviado cabe à obediência porque os frutos do trabalho missionário advêm de Deus e em seu próprio tempo. Pode ser breve ou se delongar, todavia frutificará, a despeito de ficar observando de longe ou se zangar.

Poderíamos conjecturar que Jonas tenha se zangado porque após anunciar o juízo divino e não ver a cidade destruída, seria tomado como falso profeta. Ou seja, estava preocupado com sua própria reputação e não com o propósito divino. 

Ora quando Deus envia uma mensagem espera que o receptor ouça, reflita e aja, modificando suas práticas e acatando a recomendação. E foi exatamente o que fizeram os assírios, provocando a ira de Jonas que demonstrou uma postura egocêntrica e certo ressentimento de o Senhor ter poupado a cidade.

O apóstolo Pedro escreveu que o Senhor é longânimo, extremamente paciente, desejando que todos se arrependam (2 Pe 3.9). E para que os pecadores tenham a oportunidade de arrependimento, é preciso que o Evangelho seja anunciado a todos os povos. 

A afirmação de que não é necessário evangelizar, porque Deus, que é misericordioso, irá salvar a todos, é falaciosa e desprovida de base bíblica.  

O texto de Romanos 10. 11-15 comprova ser imprescindível o trabalho de evangelização:

“Porque a Escritura diz: Todo aquele que nele crer não será confundido. Porquanto não há diferença entre judeu e grego, porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam.

Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!”

Após o Senhor Deus repreender Jonas, percebemos que sua postura não era razoável e sua tarefa era mesmo necessária. E embora tenha sido retardada devido sua fuga para Társis, o propósito foi cumprido. E assim será na presente dispensação. Ainda que alguns ajam como Jonas, fugindo da tarefa de evangelização, ela será cumprida. Diferentes cidades, ou seja, povos precisam ouvir a mensagem de salvação e seremos mais competentes se cumprirmos o mandato, sem desviar a rota.

Há riscos no cumprimento da tarefa como incredulidade, perseguição, resistência, ameaças; entretanto, não são as circunstâncias favoráveis que nos movem. O amor de Deus derramado em nossos corações (Rm 5.5) nos impulsiona e vencer as oposições para que outros também conheçam Jesus Cristo como salvador. Espelhando-nos em nosso Mestre que se doou inteiramente, não tomemos nossa vida como preciosa, dantes

 cumpramos a tarefa que nos cabe (At 20.24).

A vocação missionária é dada ao cristão para cumprir o “ide, fazei discípulos de todas as nações” e, diferentemente de Jonas, não suporta a solicitude com a própria reputação (ou vida). Se o destino for Társis (região amigável) ou Niníve (terra de povo hostil), o fundamental é completar a tarefa dispensada.  E ao chegar ao lugar orientado, ser uma voz que clama e anuncia a mensagem capaz de mudar a história dos ouvintes.

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Colunista: Sandra Mara Dantas 


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