UMA REFLEXÃO SOBRE COMO VIVEMOS O NATAL
MISSIONÁRIOS
E NATAL
Ontem
segundo as tradições religiosas terminaram as comemorações alusivas às
festividades natalinas. Ontem foi o dia segundo a tradição o “dia de reis”.
Pergunto
a mim mesmo: como viveram o Natal os missionários que estão morando em países
distantes e estranhos?
Uma
das emoções sentidas pode ser a melancolia ou a tristeza por não ter estado em
seu país de origem, com sua família estendida, nesta data tão particular.
Celebração que viveram durante sua infância, juventude, vida adulta; e, possivelmente,
gravaram em suas mentes gratas recordações de comemoração familiar.
O
cérebro tem uma área onde são registradas as boas e as más emoções vividas ao
longo do tempo e, quando em algum momento certos elementos surgem, evocam a
memória do que foi vivido. É por esta razão que quando você vê as LUZES de
Natal nas lojas, ruas ou casas, imediatamente o cérebro evoca as emoções
sentidas no passado e isto provoca o sentimento de saudade,
de estar em seu país, com sua família, nesta época natalina. Às vezes, pode
aparecer o temor porque as experiências anteriores foram conflitantes.
Um
sentimento de certo vazio interior pode
ser experimentado pelo missionário ou pela família missionária, ao sentir que
não estão presentes as pessoas ou a família estendida com quem aprenderam a
celebrar o Natal, participando da igreja, jantando juntos, abrindo presentes
para as crianças, cantando louvores todos juntos.
Diversos
estudos neurológicos mostraram que na época do Natal surge um aumento de
atividade em áreas do cérebro que são reconhecidas como sendo associadas
à espiritualidade.
Neste
sentido, o missionário, ao ver as luzes, ao recordar a data, pode sentir um
despertar em sua área cerebral associado à espiritualidade, ao mesmo tempo em
que sente a ausência da contraparte, que é não ter presente sua família para
celebrar este tempo.
Finalmente,
a família missionária pode experimentar uma dissonância ou contradição
emocional que provoca estresse e sentimento de culpa, porque
racionalmente sabe que é uma data de celebração e alegria, mas ao mesmo tempo,
devido às condições mencionadas, numa contradição, sentem tristeza. Esta
situação se torna ainda mais aguda porque se exige da família missionária, e de
si mesmo, ser modelo perfeito de celebração do evento natalino, acontecimento
que justamente os provocou que abracem o chamado de levar a mensagem do
Evangelho a pessoas que não ouviram esta grande verdade redentora.
A
igreja enviadora precisa preparar-se com tempo para acompanhar e estar presente
junto à família missionária que está no campo.
- Enviar
cartas, cartões, mensagens eletrônicas carregadas de afeto e reconhecimento a
seu trabalho.
- Compartilhar uma oferta particular para que
celebrem o Natal de forma especial também é uma forma de reconhecer o trabalho sacrificial
da família missionária.
- Enviar um vídeo com a saudação do pastor e do
departamento de missões com palavras de gratidão provocará na família
missionária o sentido de pertencimento tão importante em todo tempo, e mais
ainda na época natalina.
Ao mesmo
tempo, no caso de a família missionária ter voltado para casa devido à
pandemia, a dor que eles poderiam sentir é a nostalgia de não estar no campo
nesta data natalina, como nos anos anteriores.
A
igreja poderia aproveitar esta oportunidade para dar a eles um reconhecimento
público ou incluir este reconhecimento na celebração de Natal planejada.
Por
outro lado, a família missionária, sabendo que sentimentos contraditórios se
apresentam nesta data, pode construir uma estratégia que apoie o que fazer para compensar intencionalmente os
vazios que sentirão na época do Natal.
A
primeira coisa poderia ser reconhecer – como disse João Calvino – que no Natal
a comunidade cristã não celebra o “Papai Noel”, mas a encarnação do Pai
Celestial.
A
celebração do advento a cada semana, acendendo as velas, pode ajudar a
estimular um ambiente familiar caloroso e, se estiverem no campo e convidarem
pessoas com as quais compartilharam a mensagem do evangelho, então poderão
sentir que não estão sós, mas que estão acompanhados de outras pessoas, que, ao
compartilhar a fé, tornam-se um substituto para a família estendida ou para a
família congregacional que deixaram em seu país.
Cantar
canções e hinos de Natal a cada dia, assim como ler pequenas porções sobre o
anúncio profético do nascimento de Jesus, o Salvador e EMANUEL, pode ajudar a
dar um sentido mais profundo do que está celebrando e a saber que são amados
por Deus, pois levam sua mensagem a terras distantes.
Diversos
estudos psicológicos indicam que quando um grupo de pessoas canta junto, e mais
ainda dentro de uma celebração espiritual, provoca-se um aumento do sentimento
de apego, cada um se sente mais próximo do outro e aumenta sua identidade de
pertencer ao grupo, baixando o nível de estresse, o que contribui para uma
melhoria da saúde física e emocional. Devem evitar passar o Natal sozinhos. É
importante unir-se a outras pessoas de sua equipe missionária.
Ter
momentos de visitas, via Zoom ou WhatsApp, com a família estendida pode
diminuir a sensação de isolamento. Fazer esta visita e cantar juntos, orar e
contar os planos que cada um tem, poderia aumentar o “hormônio da felicidade
chamado oxitocina”, que aumenta sua produção quando o sentimento de apego se
torna visível entre as pessoas.
Lembrar
a verdadeira teologia do Natal pode ajudar a eliminar o estresse provocado
pelas mensagens distorcidas que comunica a sociedade secular de um sistema
consumista ou mercantilista em sua forma de celebrar o Natal. O sentimento de
felicidade, de paz e não de temor, nos é dado como um presente por nosso
Criador através do nascimento de Jesus, nosso Salvador.
Animemo-nos
com a história dos pastores e da manjedoura e que tenhamos com certeza outra
oportunidade de estarmos juntos no próximo Natal.
Lembre-se
a qualquer tempo do seu missionário.
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