ORGANIZANDO A SECRETARIA DE MISSÕES NA IGREJA
COMEÇANDO DO PONTO ZERO PARA
IMPLANTAR UM DEPARTAMENTO MISSIONÁRIO NA IGREJA
Texto do
livro Missão Sem Fronteiras de Wal Cordeiro
Visão, amor
pelos perdidos e disposição para iniciar um
departamento missionário numa igreja, é necessário primeiramente que,
aquelas pessoas interessadas em fazê-lo, se prontifiquem a compreender a
vontade de Deus em relação ao assunto. Para isso, precisam ter a visão certa: a
visão de Deus.
Então podemos fazer algumas perguntas
para entendermos melhor sobre essa necessidade. As perguntas lhe ajudarão, a
saber, em que posição missionária você se encontra e quais são as áreas que
precisam melhorar em sua vida. Responda friamente e faça uma análise do ponto
mais fraco em sua vida que você acha que precisa mudar.
– O que você sente no coração quando
ouve alguém fala sobre as necessidades do mundo?
– Idéias novas e diferentes surgem em
sua mente quando alguém lhe fala sobre missões?
– Você ora constantemente pelos
missionários que estão no campo?
– Você tem influenciado outros para se
envolverem com missões?
– Quando alguém compartilha contigo a
respeito do seu chamado, você o incentiva a continuar?
– Você já mobilizou pessoas alguma vez
a enviar uma oferta missionária(o) para
missões?
– Você gosta de participar de
conferências, congressos, acampamentos que abordam o tema missões?
– Você envia periodicamente oferta para
algum missionário (a) no campo?
Deu para sentir que as perguntas acima
apontam uma ligação inquebrável das três áreas necessárias na vida da igreja,
para alguém iniciar um departamento missionário. Essas áreas são, na verdade, a
essência do compromisso missionário que todo cristão deve ter no seu dia a dia,
elas são:
VISÃO + AMOR PELOS PERDIDOS +
DISPOSIÇÃO = MISSÕES
VISÃO – Olhar para o mundo sob a
perspectiva bíblica. Saber que Jesus morreu por todos os homens. Conhecer as
necessidades do homem e ter a verdadeira consciência sobre as responsabilidades
conferidas a você para mudar tal situação.
AMOR PELOS PERDIDOS – Uma paixão
desenfreada por aqueles que se perdem no mundo. Preocupação autêntica com as
pessoas que ainda não foram alcançadas pelo evangelho. Sofrimento e dor quando
ouve alguma notícia sobre a situação caótica da raça humana. Sente a
responsabilidade de mudar a situação.
DISPOSIÇÃO – Levanta-se para fazer algo
concreto em benefício das pessoas. Não mede esforços para trabalhar na casa de
Deus. Está sempre alegre em saber que tudo aquilo que é feito para o obra de
Deus é bom e satisfatório. Não importa o resultado imediato, o importante é que
o nome do Senhor está sendo glorificado. Dispõe-se debaixo de uma vívida
e empolgante responsabilidade para mudar a situação.
Visão = Conhecer a responsabilidade.
Amor pelos
perdidos = Sentir a responsabilidade.
Disposição = Agir sob a responsabilidade.
VISÃO —– AMOR PELOS PERDIDOS —–
DISPOSIÇÃO. São na realidade três ferramentas poderosas. Ambas devem estar
interligadas no departamento missionário, para que o trabalho seja integral e
constante. Por quê?
Observemos, numa pequena comparação, o
que acontece no demonstrativo abaixo, se não existir essa interligação, ou,
existir apenas dois pontos interligados para iniciar o departamento. O problema
que pode surgir no início ou processo da implantação do trabalho.
Comparação das três ferramentas
missionárias:
VISÃO—-AMOR PELOS PERDIDOS
= Conhecimento e sentimento momentâneo, sem ação prática. O
trabalho nunca é iniciado, pois está baseado apenas nas informações recebidas
na igreja. Nunca é feito algo mais concreto para começar a trabalhar no
departamento. Fica limitado apenas na teoria e sentimento das coisas.
VISÃO—-DISPOSIÇÃO = Conhecimento e
trabalho, sem motivação e sentimento. Corre o risco de fazer a obra por fazer,
sem a direção de Deus. Ao invés de fluir no Reino e influenciar a igreja, pode
surgir um grande elefante branco para ser administrado e o objetivo não ser
realizado: fazer missões.
AMOR PELOS PERDIDOS—-DISPOSIÇÃO =
Sentimento e trabalho, sem conhecimento da causa e o preparo necessário para
envolver outros no departamento. O trabalho é desenvolvido pela emoção e
depende basicamente das coisas que estão acontecendo na igreja. Inicia o
trabalho com boa motivação, mas não vai muito longe, porque não tem base
bíblica e a primeira tempestade a frente é motivo para desistir e parar tudo.
OS PEQUENOS
COMEÇOS
Nunca devemos desprezar os pequenos
começos, assim a palavra de Deus nos exorta. Se quisermos iniciar o
departamento, precisamos saber que as coisas não vão acontecer rapidamente na
igreja. É necessário paciência e perseverança. Mas isso, não é motivo para não
começarmos. O mais importante é iniciarmos o departamento com o que temos em
mãos: visão, amor pelos perdidos e disposição.
Saiba que, no começo do departamento
tudo será difícil, até a igreja entender sobre a importância de fazer missões,
até se tornar como uma coisa normal no meio da igreja. Será como um leque que
vai se abrindo gradativamente até chegar no seu ponto desejado.
Quando começamos o departamento no
ponto zero (com nada em mãos) é gratificante, porque veremos os
resultados surgirem passo a passo, a cada dia. Seremos co-participantes com
Cristo nos resultados.
Não podemos esquecer que no início de
tudo devemos estabelecer alvos, mesmo que, como brasileiros não estejamos muito
acostumados a projetar as coisas, geralmente agimos na emoção, precisamos nos
disciplinar e estabelecer alvos. Pois assim vamos saber se o departamento está
fluindo ou não e o que pode ser melhorado no curso do trabalho. Por exemplo:
– Quantos missionários a igreja
pretende sustentar mensalmente até o final de dois anos?
– Quantos pretendem treinar e mandar
para o campo?
– Quantos mantenedores serão
mobilizados na igreja?
– Quantos intercessores estarão
envolvidos no trabalho?
Para isso, é necessário haver alvos,
pois o Senhor vai honrar os alvos. Os mesmos são uma prática organizada da fé,
onde os resultados são colhidos palpavelmente.
Não estabeleça os alvos apenas pela
necessidade do campo. Perguntem a Deus em oração, quais são os alvos
missionários que Ele tem para sua igreja. Com certeza, Ele vai dar a direção
certa. Mas os alvos são indispensáveis no departamento missionário. Conheço uma
igreja no interior da Bahia que sustenta mais de cento e oitenta missionários
no campo. Por quê? Porque um dia eles estabeleceram alvos.
DESCOBRINDO
NA IGREJA AS PESSOAS CERTAS PARA O DEPARTAMENTO
Deve haver orações para pedir a
orientação do Senhor e sob a direção do conselho da igreja na escolha dos
membros do departamento missionário. Portanto, tais pessoas devem possuir
qualidades específicas. Tais como:
– Ser membro ativo da igreja.
– Serem cheios do Espírito Santo.
– Vida de oração.
– Visão missionária.
– Devem ser contribuintes fiéis (dízimo
e oferta).
– Desejo de crescer no conhecimento das
atividades missionárias, que poderá ser desenvolvidos através de treinamentos
específicos: leitura de boas literaturas sobre o assunto missionário e
participar sempre que possível de eventos com enfoque missionário.
Debaixo
da autoridade e bênção do pastor
Bom seria se toda iniciativa de começar
um departamento missionário na igreja, partisse do pastor. Porque ficaria mais
fácil a mobilização de outras pessoas no trabalho. Nem sempre acontece assim,
talvez porque o pastor já esteja envolvido com muitas atividades na igreja e
não tem mais tempo para assumir outro desafio. Ele geralmente passa a
responsabilidade para um(a) irmão(a) de sua inteira confiança.
Não podemos esquecer que, para o bom
andamento do departamento é necessário haver uma unidade de visão entre os
componentes do grupo e o pastor, mesmo que ele não esteja ligado diretamente no
departamento.
Para haver um fluir e bom
desenvolvimento, após a seleção dos participantes peça ao pastor que num culto
público da igreja seja feito um mini-comissionamento dos membros do
departamento. Por que? Responsabilidade sem autoridade não é saudável. Como
seria isso? É fácil, chame o grupo à frente e juntamente com a liderança da
igreja, imponha as mãos e ore por eles e se possível unja-os com óleo com a
aprovação da congregação. Essa atitude terá uma grande significância para o
departamento. Primeiro, porque estará debaixo da autoridade do pastor e,
segundo porque a congregação vai reconhecer o departamento como uma parte importante
e indispensável na igreja.
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Wal Cordeiro é autor de oito livros
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