2-ADAPTAÇÃO CULTURAL - DESAFIO MISSIONÁRIO
COMO APROVEITAR OS ASPÉCTOS
FAVORÁVEIS NUMA NOVA CULTURA
Viver numa diferente atmosfera
pode produzir reações negativas no missionário, como a perda do apetite,
surgimento de alergias, caspa, queda de cabelo, envelhecimento precoce, etc.
Contudo, um comportamento sugerido em nossa tarefa de tornar o processo de
adaptação possível é permanecermos atentos aos aspectos simpáticos no novo
ambiente que despertam o nosso entusiasmo e nos fazem sentir confortáveis. Com
o passar do tempo, esses aspectos vão se tornando mais evidentes.
Durante meus anos de trabalho
com missões, tenho aprendido que, em cada país, não encontramos apenas
pluralidades e surpresas, mais também inúmeras similaridades, vantagens e
objetos de admiração. E esses aspectos positivos podem estar relacionados ao
clima, à alimentação, à geografia, à cultura, dentre outras áreas da vida do
povo. É importante observar e aproveitar as oportunidades.
Quando minha esposa e eu estávamos
no Timor Leste, aprendemos a admirar a generosidade do povo, fatos que, em
pouco tempo, fez nascer em nosso coração o amor e o respeito por aquela terra.
Um dia pegamos uma lotação que seguiu para o caminho errado. Ao percebermos que
estávamos perdidos, explicamos o problema ao motorista. A forma como agiu nos
surpreendeu, ele desviou do caminho, estacionou num ponto apropriado, parou
outro veículo que ia para a direção correta e anda, pagou as nossas passagens.
Não é imprescionanteʔ
EVITANDO PROBLEMAS
DESNECESSÁRIOS
Outra atitude que trabalhará a
nosso favor será evitar comparações. É verdade que até nos adaptarmos à nova
culinária, por exemplo, será um árduo exercício (missão quase impossível) não
comparar a comida local com a que estávamos acostumados em nossa terra natal:
coxinha de galinha, pão de queijo, pastel, feijoada, etc.
O contraponto é que, se as
comparações não forem evitadas, sobretudo em público, corremos o risco
freqüente de criar situações de constrangimento no relacionamento com o povo e
de erigir barreiras emocionai perfeitamente dispensáveis, dificultando ainda
mais o processo de adaptação.
Não há dúvidas a esse respeito
ou o missionário procura se acomodar à cultura em contato ou ele vai viver uma
vida confusa, entre dois mundos. Ele não se adapta bem ao novo contexto nem se
desprende do que ficou para traz, aquele que, pelo menos temporariamente não
faz mais parte do seu dia-a-dia.
Se alguém espera pensar e agir
numa outra cultura da mesma maneira como o faz em sua cultura de origem, seria
melhor permanecer em casa. As normas de vida são diferentes em outras culturas
e precisamos estar preparados para aprender e utilizar o sistema do povo local.
Até atingirmos uma posição confortável no processo de adaptação e nos sentirmos parte da comunidade, é normal acumularmos alto nível de estresse, fator que, conseqüentemente, resulta em choque cultural.
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