FORMANDO O CARÁTER NA PREPARAÇÃO DO LÍDER
A FORMAÇÃO DO CARÁTER NO PREPARO DO
LÍDER CRISTÃO
A educação cristã,
teomissiológica, tem uma proposta ainda mais desafiadora. Além de trabalhar com
o individuo, com um ser psico-social, afetivo e cognitivo, trabalha com um ser
espiritual. Ela tem a responsabilidade de formar um caráter, não apenas nos
moldes da sociedade, com os traços que delineiam os valores morais de um
cidadão consciente, mas é responsável também pela formação de um caráter num
nível muito mais elevado – “... Cristo em vós, a esperança da glória”; “... até
que Cristo seja formado em vós”; “... até que todos cheguem... à perfeita
varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Cl 1.27; Gl 4.19;
Ef. 4.13).
Até hoje os educadores tropeçam
nesta árdua missão. Com todas as mudanças e inovações técnico-metodológicas no
sistema educacional, ainda temos uma educação voltada para as funções intelectivas.
Como educadores cristãos, nós também temos tropeçado, e, na verdade, formamos
em um grau bem insignificante em comparação com o quanto informamos. Como
“Platão pressupunha que passamos a conhecer a verdade através da razão, este
conceito, traduzido em termos cristãos, relaciona a fé com atividade cerebral”
(Bolt e Myers, 1989:19).
Por que temos falhado na
formação do caráter dos nossos alunos? A questão não seria o mau uso que
fazemos das Escrituras? Segundo Timóteo
3.16-17 “Toda Escritura inspirada por Deus é útil, para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem
de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra”. Até que
ponto usamos os documentos divinos para a formação do caráter? Até onde
promovemos a transformação dos nossos alunos pelo poder da Palavra? A Palavra
de Deus é útil porque foi escrita para ser aplicada à vida diária. A sua
finalidade é levar o homem de Deus a perfeição em Cristo, torná-lo capaz de
satisfazer os requisitos de um bom ministro de Cristo, trabalhado no caráter,
aperfeiçoado nas virtudes, tratado nas vulnerabilidades, aprimorando no seu
potencial. Neste artigo, decidimos abordar este tema em suas partes: (1) O
Ensino que Forma e (2) O Contexto da Formação.
O
ENSINO QUE FORMA
Evidentemente não vamos falar
sobre o conteúdo do ensino, porque todos nós ensinamos o que está escrito ou
embasamos o ensino nas Escrituras. Nossa proposta não é, portanto, abordar o
ensino da Palavra, mas o ensino na Palavra; não o ensino sobre a Verdade, mas o
ser ensinado na Verdade; não ensinar acerca dela, mas processar o conhecimento
na sua essência de Verdade.
O Ensino que forma é o ensino
comprometido com a verdade no íntimo. “Tu amas a verdade no íntimo e no
recôndito me fazes conhecer a sabedoria” (Sl 51.6). Apresentamos alguns pontos
ligados a esta verdade.
·
NÃO
DEVEMOS ENSINAR A VERDADE ISOLADA NO TEXTO
A verdade isolada do texto se
constitui de fórmulas éticas e morais, de repetição do pensamento
pré-elaborado, da memorização e conceituação do conhecimento divino.
Chamaríamos este ensino de doutrinação, que priva o indivíduo de pensar e do
direito de compreender. É a forma tendenciosa e dogmática de ensinar.
·
NÃO
DEVEMOS ENSINAR A VERDADE DESASSOCIADA DA VIDA
A verdade desassociada da vida é
limitada a um plano teórico-nacional-dissertativo, distante da realidade do
aluno, obedecendo apenas a uma sessão normativa de conceitos, para a vida, mas
sem vida, sem condições de aplicação direta. É ensino da letra, bem contrastado
entre o ensino dos escribas e o ensino de Cristo.
·
O ENSINO DA VERDADE CONFRONTA A
PERSONALIDADE E REVELA AS INTENÇÕES DE CORAÇÃO.
A
palavra de Deus é viva e eficaz,... Apta para discernir os pensamentos e
propósito do coração (Hb 4. 12).
Na prática da reflexão da
Palavra, o aluno deve saber o que o texto diz a sua verdade pessoal.
“Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos” (SL
139.2). A verdade focaliza os lugares de reparo, trata com as causas e não com
as conseqüências, traz à memória a rachadura da construção da personalidade
reativa a consciência para o julgamento pessoal. “O homem espiritual julga
todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém” (I Co 2.15). O
professor não deve contentar-se com a quantidade do programa passado nem com o
sucesso da metodologia usada, mas com o nível de compreensão ajustada à
personalidade do aluno. Esta compreensão se dá no nível da consciência, tocando
pela verdade as atitudes às vezes de forma feroz reprovando, às vezes suave, aprovando.
Paulo chamou o testemunho da sua
consciência para provar aos Coríntios a sinceridade e a simplicidade de Deus em
sua vida (I Co 1.12). É o homem interior que se avalia à luz do ensino e
testifica a autenticidade do caráter cristão.
Ensinar a verdade para tocar a
consciência é treinar a faculdade íntima para discernir o bem e o mal. Digo
como o escritor de Hebreus 5.14: “...as faculdades exercitadas para discernir
tanto o bem como o mal”. Não o mal do bem, este qualquer ser moral pode
distinguir, mas o bem que é mal, por não ter a aprovação divina, ou o mal que é
bem, para a lapidação pessoal. O conteúdo transmitido não pode ser um fim em si
mesmo. O aluno alcançado e transformado pelo conhecimento, é o objetivo do
ensino, que tem por fim a glória de Deus.
·
O ENSINO DA VERDADE BUSCA A
IDENTIDADE REAL.
Já não vivo eu, mas Cristo vive
em mim (Gl. 2.20)
Quem ensina a verdade tem
compromisso de reproduzir o caráter divino no humano. È formar a consciência de
ser e existir em Deus, de ter nele a razão, a origem, o meio e o fim da
existência. Não é ensinar para fazer bem, instruir para produzir, mas ensinar a
ser, que tem como conseqüência o fazer que produz. O ser identificado com
Cristo, possui o perfil de virtudes que são aprendidas na experiência pessoal,
no processo de santificação e abstração de si mesmo para a formação dEle. È
viver acima da natureza humana, superando cada fraqueza para que a natureza
divina seja desenvolvida. Jesus, a “si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de
servo, tornando-se semelhança de homem” (Fp 2.7). A identificação com Cristo é
o modelo da transparência divina que projeta a imagem da personalidade
real. “Somos transformados de glória em
glória na mesma imagem como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18). É ter em si o
testemunho de Cristo confirmado na vida pessoal, e a confirmação de Cristo no
nosso testemunho (I Co 1.6-8). Ensinar a busca da identidade em Deus é
incentivar o aluno a manter uma íntima com Cristo pela oração e meditação da
Palavra, no seu momento a sós com Deus. É reforçar sempre, que a “nossa
suficiência e capacidade vem de Deus (2 Co 3.5), para preveni-los da vaidade,
própria da aquisição do saber” “...O saber ensoberbece” lembra-nos Paulo em 2
Coríntios 8.1, e permitir que a graça seja a geradora de todo o potencial que
precisamos ter, e a honra, tributo somente a Deus oferecido.
O
ENSINO QUE FORMA O CARÁTER É O ENSINO QUE FAZ ONHECER A DEUS E NÃO SABER SOBRE
ELE
O ensino que forma o caráter
leva ao conhecimento pessoal de Deus que alcança a mente, as emoções e a
vontade. “Por mais que sejam verdadeiros os pensamentos do homem acerca de
Deus, se ele ignorar a parte emocional, na realidade não conhece o Deus que
ocupa a sua mente”. (J.I. Packer, 1980:33).
Todo processo de
ensino-aprendizagem deve conter três elementos: o cognitivo; o afetivo e o
motor. Cognição, emoção e prática. È preciso passar da mente para o coração, do
mundo pessoal para o social, do abstrato para o concreto. O Senhor Jesus,
quando ensinava conduzia a mente a questionar e a indagar, porque aguçava o
raciocínio e promovia a compreensão. Disse Pedro, “Senhor, para quem iremos
nós, só Tu tens a Palavra de vida eterna” (Jô 6.68). Ele estimulava o desejo,
aflorava o sentimento e “... as multidões se maravilhavam da sua doutrina” (Mt
7.28). Ele desafiava a ação. “Compreendeis o que vos fiz, como eu vos fiz,
fazei vós também” (Jô 13.15). O ensino exposto deve ser autenticado na emoção e
na ação. “Todo conhecimento precisa ser aplicado, não fazer isso é pecado”
(Martin Lloyd Jones, 1993:61). Todo conhecer deve ser percebido no nível dos
sentidos. O Deus Pai de todos, é o meu Deus de quem sou e sirvo. O Deus que
comissiona, não quer apenas ser obedecido, mas, amado. “Pedro, tu me amas...
Apascenta as minhas ovelhas” (Jô 21.15-17). Conhecer a Deus é necessariamente
amá-lo. Podemos aprender sobre Deus, mas nunca vamos conhecê-lo se a nossa alma
não se comove com a revelação da sua graça, se não somos tocados por sua
bondade, e se não nos relacionarmos com Ele como uma personalidade inteira.
A teologia de Jesus é fundada,
expressa e entendida numa relação íntima, amorosa e sensível com o Pai. A
teologia paulina é pontilhada por interação profunda com a compaixão de Deus. A
teologia joanina exclui toda a prática religiosa, toda piedade humana ao
conhecimento do amor ao Deus revelado na Escritura e comover o coração de
“estranháveis afetos” de compaixão pelo pecador perdido.
Um grande mal da educação
medieval foi apelar para a razão como se ela fosse a única produtora do
conhecimento. O conhecimento adquirido era comprovado pelo conhecimento
exposto. Hoje a educação busca provar o conhecimento pela experiência vivida. A
Escritura nunca foi diferente. O conhecimento só é conhecimento quando produz
vida. “A vida eterna é esta, que te conheçam a Ti como único Deus verdadeiro e
a Jesus Cristo a quem enviaste” (Jô 17.3).
·
O ENSINO DA VERDADE PROMOVE UM
CARÁTER PROVADO
Falando sobre Timóteo, Paulo
diz: “E conheceis o seu caráter provado,...” (Fp. 2..20-22). Provado na Palavra
para ser aprovado por ela. Para formar um obreiro maduro, Deus testa na
Palavra. Não um teste de avaliação quantitativa, quando sabemos sobre ela, mas
um teste de qualidade, quanto vivenciamos dela. Os grandes homens de Deus foram
testados na Palavra (Sl 105.17-19). A Palavra de Deus os provou.
Provou pela Palavra significa
confessar a sua veracidade, quando a situação vivida não entra em concordância
com ela. É confessar que o Senhor supre cada uma das necessidades e estar em
privação, para “aprender a viver contente em toda e qualquer situação”,
aprender a satisfação em Deus e não em bens materiais. “Tanto sei estar
humilhado como honrado, de tudo em todas as circunstâncias já tenho
experiências” (Fp 4.11-12). É aprender a ter motivação em Deus não nas
situações ou apreciação humana. Treinar na Palavra é ensinar o exercício da
piedade (I Tm 4.7).
O alvo é ser provado pela
Palavra na esperança do seu cumprimento. Mesmo quando o tempo do cumprimento se
distancia da voz profética e o cenário de operação parece contrário, o servo de
Deus afirma a promessa. Abraão recebeu a Palavra de possuir a terra por
herança, mas peregrinou na terra da promessa como em terra alheia (Hb 11.9). O
treinamento na Palavra é um teste de fé. Se nossos alunos são ensinados na
Palavra no fim do curso, sua fé deve ter sido desenvolvida, porque a fé vem
pelo ouvir e ouvir a Palavra de Deus.
Provado na Palavra na percepção
pessoal é aquela que é testado no manejo das Escrituras, naquilo que lhe diz
respeito. É identificar no texto os propósitos estabelecidos por Deus para a
sua vida e ministério. Jesus se via nos profetas e nos salmos. Ele entrou na
sinagoga e disse “Hoje se cumpriu esta Escritura” (Is 61.1). O relacionamento
com a Palavra nos identifica com ela e faz o confronto do nosso espírito com o
Espírito dela. Ela é o nosso espelho. Enganamo-nos quando procuramos o texto
para que ele confirme nossas decisões e reforce nossos valores. Moisés se via o
introdutor do povo na terra prometida, mas o Senhor lhe disse “Tu nela não
entrarás” (Dt 34.4). Davi se via o construtor de uma casa para Deis e fez
grandes preparativos, mas o Senhor lhe disse: “Tu não edificarás casa a meu nome”
(I Cr 22.10).
Perceber-se a si mesmo na
Escritura é descobrir os propósitos pré-estabelecidos por Deus para o
cumprimento da vocação. “Há diversidade de ministérios, mas é o mesmo Espírito
que distribui particularmente a cada um como quer” (I Co 12.5 e 11). Jesus
andou em obediência a Palavra e tudo que fez foi para que se cumprissem as
Escrituras (Lc 22.44; Mt 26.54). O treinamento na Palavra é fazer o aluno ver o
que o texto diz a seu respeito, e ensiná-lo a buscar a revelação da Palavra com
um coração humilde e disposto a obedecê-la (Mt 11.26-27). “Graças te dou ó
Pai... porque revelaste aos pequenos” (Mt 11.26-27). “Se alguém quiser fazer a
vontade de Deus, conhecerá a respeito da doutrina...” (Jô. 7.17).
O
CONTEXTO DA FORMAÇÃO
·
MEDIANDO O ALUNO COM SEU
CONTEXTO DE VIDA
A formação do caráter é uma
aprendizagem que se processa na relação do homem com meio e com o outro. O
educador deve aproveitar as oportunidades, as várias situações e circunstâncias
do cotidiano, para fazer a aplicação do conceito aprendido e nas experiências
vividas. É através da experiência que o conceito se transforma em atitudes,
valores e virtudes.
As concepções pedagógicas dizem:
“Quem não se deixa transformar não se deixa aprender”. É um princípio
pedagógico. Quanto mais dura dor a experiência mais lições haverá. O professor não deve provar o aluno de
situações conflitantes porque é nelas que a aprendizagem se cristaliza. O que
for aprendido na percepção intelectiva, passa a ser aprendido nas percepções
cognitivas, afetivas e espirituais. É quando ao aluno deixa de ser possuidor do
conhecimento para se possuído por ele.
A Palavra nos ensina que o
divino Mestre, Jesus, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu (HB 5.8).
“Tudo que foi exigido dEle foi formado nEle” (Turnbill, 1954:121). “O Pai não
poupou-lhe das oposições, mas o forjou na fornalha tornando-o obediente até a
morte... O requisito do discipulado de Cristo é a renuncia e o sacrifício. Ele
mesmo dedicou-se ao processo de crescimento pessoas e ministerial (cf. Lc
2.51-52).
Quando falamos em processo,
lembramos que a formação do caráter não se dá instantaneamente. É um acumulo de
experiências que se aprofundam, conhecimentos aprendidos e apreendidos que se
integram. São percepções que se aprimoram. O educador que se propõe à formação
não pode ter pressa. Enfrentamos um grande desafio no mundo da Internet e
globalização cultural, a tentação de fazer as coisas acontecerem
instantaneamente. Entristeci-me profundamente ao ouvir o que um pastore disse
publicamente: “Se vocês querem fazer a igreja crescer, aprenda comigo o
marketing na igreja, não é preciso fazer teologia”. Temos que optar pelo
trabalho com a personalidade humana, conscientes de que o produto divino,
delineado pela mão do divino Oleiro, é o melhor instrumento para a revelação do
amor de Deus aos homens, conduzindo-o a uma experiência real, não virtual,
levando-o a inserir-se na comunidade dos salvos.
Não podemos aderir a tentação de
mecanismos instantâneos; o Deus que trabalha no caráter humano,a través de nós,
é Deus da natureza. As árvores mais fortes, de raízes profundas, não nascem da
noite para o dia. Jesus, o homem perfeito, esperou trinta anos para iniciar seu
ministério. Falando sobre o povo de Judá, Isaías diz: “... lançará raízes para
baixo e dará fruto para cima” (2 Rs 19:30). O aluno deve ser ensinado a crescer
para baixo, quanto mais profunda for a raiz mais segura será a produção dos
seus frutos. No principio divino, a promoção ao “muito” depende da fidelidade
no “pouco”.
·
MEDIANDO O ALUNO NAS RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
O primeiro passo, para um bom
crescimento através dos relacionamentos é a aceitação de si mesmo. Nem sempre
nossos alunos têm conhecimento real de si mesmo. O “conhece - te a ti mesmo”
merece um enfoque do professor, para estimular a busca da percepção correta e
equilibrada de si mesmo. A auto-estima é importante para o relacionamento
pessoal e interpessoal, mas nem sempre ela está equilibrada. Às vezes o aluno
se subestima e a depreciação com relação às fraquezas bloqueia a personalidade.
Outros se superestimam e também afeta a relação e a produção do serviço. “O
homem é inconformado com a sua infinitude. Acreditamos mais facilmente em
descrições elogiosas do que depreciativas da nossa pessoa” (Bolt e Myers,
1989:46)
Reconhecer o potencial e admitir
as limitações é imprescindível para uma visão correta de si mesmo, e a busca do
equilíbrio. “Não pensando de si além do que convém...” (Rm 12.3), nem
desapreciando o que tem. “Pela graça de Deus sou o que sou” (I Co 12.10). Ser
autentico para afirmar o que recebeu e ser autentico para ver no outro o que
não recebeu. Ser cuidadoso com a tendência do otimismo irreal, da humildade
hipócrita e da vaidade própria da natureza humana. A Escritura ensina a não
fazermos comparações com os outros e não nos medirmos conosco mesmos (2 Co
10.12).
A formação da imagem real esta
atrás da nossa realidade. A auto-compreensão e o estudo da personalidade humana
ajuda a entender a personalidade, mas só a comunhão com Senhor Jesus garante a
visão real do que somos para a formação do que Ele é.
O Segundo passa é a aceitação do
outro. O caráter é formado nas relações interpessoais. O outro é o espelho de
si mesmo. O educador deve promover trabalho em equipe, interação com a classe,
para favorecer a aceitação do outro na sua forma peculiar de ser, para entender
a complementaridade na diversidade dos potenciais e limitações da natureza
humana. Não é necessário que nossa disciplina seja relações humanas, psicologia
social ou matéria devocional, é possível aproveitar o conteúdo de qualquer
disciplina e as diferentes metodologias para ampliara a relação do eu com
outro. “O ensino tem a função de permitir uma tomada de consciência pessoal no
ajustamento do individuo com o outro” (Gadott, 1985:66)
A compreensão de Deus e do mundo
espiritual nunca pode estar desassociada da compreensão do próximo, e as
variadas formas da graça divina necessita de variados tipos de personalidades
para expressar-se. A Escritura diz: “Para que possais compreender com todos os
santos...” (Ef. 3.18-19). A compreensão se dá com todos os santos e a
realização do serviço sagrado é de formar mutua. “Servir uns aos outros
conforme o dom que recebeu” (I Pe 4.10). “Este é o principio divino bem
clarificado na humanização de Cristo “quem vê a mim vê o Pai” e “tudo que
deixaste de fazer a um dos pequeninos foi a mim que deixaste de fazer” (Mt.
25.45). Eu – Ele, Eu – os pequeninos “Para que todos sejam um, como tu ó Pai, o
és em mim eu em ti. Que eles também sejam um em nós, para que o mundo creia que
tu me enviaste” (Jô 17.21).
O educador que se propõe a
ensinar para a formação do caráter deve crer que a sua tarefa é seguida pela
ação do Espírito Santo, o único capaz de transformar vidas.
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