COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO EM TEMPO DE GLOBALIZAÇÃO

 


PERFIL DO MISSIONÁRIO

 

Entre os muitos desafios a serem enfrentados pelos missionários no campo, o principal deles é conhecer e saber utilizar  a tecnologia globalizada que possibilitará o desenvolvimento do  o trabalho no campo. Se o homem é capaz de desenvolver recursos cada vez mais avançados é porque Deus lhe deu inteligência e desse modo e com sabedoria ele venha a utilizar-las para o crescimento da obra que espera seja realizada pelos seus servos.

 

“Outro desafio é não deixar que tudo isto se torne maior do que o caráter que Cristo prega em uma vida intima com Deus. Como disse Ronaldo Lidório”.

 

“Vejo três grandes perigos na presente missiologia brasileira:

  1. De os resultados substituírem o caráter no perfil do obreiro;

2- De a capacidade humana substituir a dependência de Deus;

“3- De as estratégias eficazes substituírem o compromisso com a Palavra no crescimento da igreja e expansão da obra missionária”.

 

Nossos missionários no passado não possuíam todos esses recursos, mas eram bem sucedidos e abençoados por se deixarem ser usados por Deus. Por exemplo: Adoniram Judsom, missionário pioneiro na Birmânia, que viveu entre 1788-1850, teve sua vida dedicada a seguir a Cristo com obediência. A grande paixão que sentia pelos perdidos da Birmânia o levava a não focar e nem se preocupar consigo mesmo; a não medir dificuldades para alcançar os birmaneses; alcançá-los para Cristo era o que lhe dava esperanças, pois desejava, durante sua vida, ver uma igreja com cem birmaneses salvos e a Bíblia impressa na língua desse país. No ano de sua morte, havia sessenta e três igrejas e mais de sete mil batizados, sendo os trabalhos dirigidos por cento e sessenta e três missionários, pastores e auxiliares.

 

Podemos observar que de fato é Deus quem faz a obra, e o mais importante  caráter do obreiro é a dependência de Deus. Os missionários do passado usaram todos os recursos de suas épocas, os missionários de hoje devem utilizar todos os recursos a que têm acesso na era atual, porém colocando-os juntamente com suas vidas na total dependência de Deus, a exemplo dos missionários de outrora.

 

A partir dessa consciência de que sem a dependência de Deus nosso trabalho no campo está fadado ao insucesso é que poderemos esperar a aprovação do Senhor ao nosso projeto missionário. Isto faz parte da formação do caráter e do  perfil do missionário nestes tempos de  globalização.

 

Aquele que se vale dos recursos e avanços tecnológicos do nosso tempo, colocando-se aos pés do Senhor, não permitirá nenhum bombardeio de informações que a mídia venha utilizar para desviar o seu foco do seu objetivo. É necessário uma permanente vigilância afim de mantermos nossa vida em total  obediência a Deus.

 

Mediante as vantagens que o missionário tem encontrado, deve-se ter cuidado para não se deixar contaminar e ser levado apenas pelos resultados visíveis, que o exaltem, mas manter-se com o coração fiel e exaltando aquele que é digno de toda a glória, o próprio Deus.

 

Sabendo que a inteligência e a sabedoria humana é inútil num homem desprovido do caráter cristão, torna-se nulo o conhecimento teológico, missiológico e tecnológico em tal homem por que a habilidade é  menos importante do que o caráter.

 

O missionário precisa saber que renunciar, consagrar a vida a Deus e sofrer pela expansão do Reino são coisas que sempre serão essenciais. Missões demandam muita oração e dependência de Deus. Numa certa entrevista, o Reverendo Ronaldo Lidório destacou:

 

“Missão é comando de Deus e o mecanismo para executá-la é a sua palavra. Toda tentativa de reduzi-la à capacidade humana e a modismos passageiros resultou em erros e proselitismo vazio”.

 

A Igreja local é fundamental e têm uma grande responsabilidade no que se refere à formação do caráter e perfil do missionário. É no convívio da igreja que surgem oportunidades de aprendizado e crescimento, desde que as diretrizes bíblicas sejam seguidas e testemunhadas no  modo de ser.

 

Poderíamos parafrasear tal pensamento da seguinte maneira: “Quem não vive para servir,  não serve para sair”, ou então: “Se você não é bênção na sua Igreja Local, dificilmente ser bênção estando longe de sua Igreja Local”. O missionário leva para o campo missionário as vivências que fizeram parte de sua formação cristã e do preparo para o trabalho.

 

“A igreja local é instrumento no ensino e na formação de: atitudes sobre Deus, atitudes sobre a mensagem do evangelho, atitudes sobre a palavra de Deus, atitudes sobre a própria igreja e as pessoas”. (Barbara H. Burns e Jonas Machado).

 

O desejo de ver  proclamado o evangelho a toda humanidade já sabemos está no coração de Deus, todavia e desejável que também domine o coração da igreja, pois é ela que tem a força do Espírito Santo para levar o Evangelho de Jesus através daqueles que ela envia como missionários.

Hoje, somos privilegiados por Deus e abençoados com uma  gama de recursos que não foram  contemplados os servos do passado. Hoje dispomos de recursos que somente a modernidade, com os recursos tecnológicos avançados de comunicação e locomoção podem nos oferecer.

 

Tudo esses recursos devem ser utilizados  de forma eficiente para que o trabalho do missionário seja mais eficaz a cada dia. Todas as instituições e projetos mundiais já se valem desses avanços; aqueles que querem ser bem sucedidos na obra missionária precisam estar atualizados, serem capazes de usar para levar a paz e o verdadeiro amor às técnicas que muitas vezes são utilizadas numa guerra.

 

Não há dúvidas de que os problemas existem que os perigos surgem, mas  quando estamos  munidos, de todos esses recursos torna-se  mais fácil o trabalho missionário. Não podemos ignorar que  a diferença está no caráter dos servos que vão fazer missões onde é necessário e onde pessoas ainda não conhecem o poder de Deus. Eles precisam ter, acima de tudo, o coração no coração de Deus. Nenhum conhecimento acadêmico é mais importante do que uma vida transformada e um caráter cristão formado na vida daquele que pretende fazer a obra de Deus, posto que ele dependerá totalmente  da  dependência de Deus.

 

Desse modo, apesar do avanço tecnológico e das facilidades que a comunicação globalizada oferece, o perfil do missionário atual ainda tem como característica essencial e indispensável a consagração e o amor que os homens do passado dedicavam a Deus.

 

 

 

 

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