DESAFIOS NA VIDA MISSIONÁRIA
O MISSIONÁRIO CASADO E SUAS PARTICULARIDADES
Um ministério a dois necessita de uma convicção de
chamado idêntica em ambos os cônjuges. Os dons e talentos podem ser diversos e
complementares, mas uma só escolha e visão de serviço no Reino devem ser
abraçadas por ambos.
Tratando-se de um casal recém-casado, a decisão de
ir ao campo missionário provavelmente peça um tempo de adaptação no matrimônio
previamente antes da partida. Deve-se levar em consideração o estresse
particular de certos campos.
Casais com filhos pequenos devem obter preparação
psicológica, espiritual e logísticas especiais. As condições de vida, incluindo
transporte, alimentação, educação, saúde e moradia precisam ser bem
clarificadas. Faz-se essencial um acordo acerca do preço a pagar em termos de
adaptação social e cultural.
Em determinados campos a posição, papel e lugar de
cada cônjuge é bem diferenciado, o que precisa ser visto e compreendido de
antemão. Culturas patriarcais exigirão da mulher uma postura bem particular,
tanto no relacionamento matrimonial, quanto em público e no ministério.
Casais devem, antes de partir ao campo,
deixar seus bens, deveres e compromissos assumidos no Brasil em perfeito trato
e bem gerenciados. Pendências de qualquer sorte podem ser fonte de aflição,
causando instabilidade emocional quando do trabalho no campo. Havendo
dependentes no Brasil, tais como pais ou filhos, a questão precisa ser bem
regrada.
Necessidades especiais (como de remédios) e certas
limitações físicas e similares exigirão recursos e logística especial. É melhor
se prevenir e capacitar para as condições de vida e ministério futuros.
Ex: a aquisição de um veículo pode ser
indispensável, sem o qual a vida e o ministério seriam impossíveis em certos
campos.
O casal precisa ter certas áreas bem tratadas antes
de sua partida, especialmente, a sua disposição de se relacionar com outras
pessoas, numa outra língua e cultura, de viver em meio a recursos limitados e
bem diferentes daqueles a que está acostumado e ter bem resolvida toda possível
síndrome de privacidade e ciúmes que possam prejudicar sua futura interação com
os nacionais.
Como todos missionários, caso queiram ser realmente
efetivos e integrados na cultura local, devem fazer amizade com outros casais, com
os quais poderão conhecer discernir, entender e amar a cultura local. De certa
forma bem verdadeira, uma nova vida começará para ambos. As malas de
dependência emocional, espiritual e material, trazidas ao campo, precisam ser
abertas e esvaziadas.
Ao mesmo tempo em que o casal precisa ter tempo
para estar a sós, no campo, com momentos de privacidade e lazer, seus vínculos
com os entes queridos deixados no Brasil devem ser mantidos fortes e sob um
prisma relacional equilibrado.
O casal de missionários deve tomar cuidado para não
tornar o ministério uma fonte de estresse e ansiedade permanente, não levando
em consideração as necessidades próprias da intimidade da vida de casado.
Havendo muito trabalho e crianças pequenas, o potencial para deixar de lado esta
área pode ser desastroso. O quadrado, amar a Deus/amar a esposa (o) amar os
filhos, e ser uma benção no ministério precisa ser bem dosado.
Casais com filhos devem pesar bem a educação e
cuidados destes. Havendo escolas internas (em geral distantes do campo, e mesmo
em outro país), as condições e especialmente o caráter espiritual e postura
ética daqueles postos na direção das mesmas precisam ser muito bem avaliados.
Certas crianças não conseguirão viver longe dos pais, e em certos casos abusos
de toda sorte podem ocorrer. Um canal de comunicação sincero, amoroso e
vigilante deve estar constantemente em funcionamento.
Finalmente, um relacionamento de submissão sadia à
liderança no campo (ou na equipe ou à liderança nacional) é dever
indispensável. Havendo filhos, a educação desses e seu comportamento em público
terão muito a revelar sob a vida familiar do casal. Por outro lado deve haver
uma atitude de amor, compreensão e apoio dos outros colegas aos pais que educam
os filhos num contexto estranho e difícil. Um bom testemunho em todas as áreas
aumentará as chances de uma aceitação cultural mais profunda por parte dos
irmãos nacionais e dos colegas de equipe. Acima de tudo, amor, humildade e
espírito de servo devem ser a tônica no campo.
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