COMO AVANÇAR COM A OBRA MISSIONARIA
O AVANÇO DA OBRA MISSIONÁRIA
Autor: Paulo Serafim
Sabemos onde estava o apóstolo Paulo quando escreveu esta carta:
na prisão em Roma. Todavia, apesar disso, escreve uma carta de alegria,
gratidão, esperança e satisfação pelo progresso do evangelho. Ele estava preso,
mas a obra missionária estava avançando grandemente entre os gentios. Nessa
carta, ele deixa transparecer algumas razões por que a obra missionária estava
progredindo ou avançando. A primeira razão que percebemos é que havia uma forte
parceria entre a igreja e o missionário, entre os filipenses e o apóstolo.
I – FORTE PARCERIA ENTRE A IGREJA E O MISSIONÁRIO (1.5)
O apóstolo Paulo dava graças a Deus pela cooperação da igreja de
Filipos no evangelho, desde o começo da igreja até aquele momento. No capítulo
4, Paulo mais uma vez destaca essa parceira ou associação, quando escreve:
“Todavia, fizestes bem, associando-vos na minha tribulação”. Quando muitas
igrejas o abandonaram, ou seja, não o apoiou no seu ministério, os filipenses
permaneceram firmes com ele, provendo apoio espiritual, emocional e financeiro.
Por causa disso, ele tinha um carinho especial por essa igreja.
A palavra traduzida por cooperação no verso 5, vem de uma
palavra bem conhecida no meio evangélico, só que com ênfase apenas em um
aspecto: comunhão ou ajuntamento do povo de Deus. Todavia, Koinonia, no Novo
Testamento significa: “associação”, “cooperação”, “participação”, “sociedade”,
“contribuição financeira”.
Esses são aspectos importantes em uma verdadeira parceira: duas
os mais pessoas ou organizações cooperando e trabalhando juntos para a
realização de uma mesma causa ou objetivo. No nosso caso, o alvo é a glória de
Deus pela proclamação do evangelho de Cristo a toda a criatura em todo o mundo.
A igreja de Filipos era uma forte parceira ou associada de Paulo
na obra missionária. Tanto a igreja como o apóstolo trabalhavam juntos no mesmo
projeto: a proclamação do evangelho de Cristo entre os gentios.
Todavia, tinham responsabilidades ou funções diferentes nesse
projeto: Paulo estava no campo pregando, ensinando, discipulando, plantando
igrejas e mantendo a igreja informada dos seus passos; enquanto, os filipenses
estavam orando, enviando ofertas regulares e acompanhando seu trabalho através
de seus líderes como Epafrodito que foi até Paulo como enviado da igreja para
lhe prover sustento financeiro e companhia.
Naquele tempo não havia transferência bancária, coisa que
facilita os missionários hoje na questão de receber recursos financeiros, mesmo
assim a igreja conseguiu que o suprimento chegasse até Paulo.
Como bem ensina a missionária Mônica Mesquita da APMT: “Ninguém
ajuda ninguém na obra missionária. Somos parceiros, associados ou sócios na
obra missionária: igreja – missionário; missionário – igreja, a ordem não
importa”. Sem essa visão de parceria, de comprometimento e responsabilidades
mútuas, a obra missionária capenga e traz frustração para igreja ou para o
missionário ou para ambos.
Todavia, uma forte e boa parceria entre igreja e missionário
produz resultados consideráveis para a obra missionária. O missionário tem tranqüilidade
para fazer o seu trabalho, tem apoio e recursos para investir nos projetos,
mais pessoas podem ser alcançadas com o evangelho; a igreja se alegra, sente-se
participante e responsável pelos frutos do trabalho; enfim todos participam dos
desafios, responsabilidades e colhem os frutos como deve ser numa sociedade ou
parceria.
Às vezes culpamos as igrejas de não serem parceiras no trabalho
missionário, mas nós missionários temos que admitir a nossa parcela de culpa
nisso, pois, esquecemo-nos de buscar parceiros na obra missionária; em alguns
casos buscamos contribuintes, doadores ou mantenedores que é relativamente mais
fácil, porém, não o mais bíblico e mais abençoador para a obra missionária.
Doar dinheiro para a obra missionária é coisa boa, mas buscamos
mais do que isso, buscamos parceiros, pessoas que entendem que missões é uma
obra grande demais para ser feita sozinha, precisamos fazê-la juntos, em
parceria.
Portanto, cabe uma alerta a nós missionários e uma grande
responsabilidade: ensinar biblicamente sobre parceira, enfatizando a bênção da
igreja de ser uma sócia ou parceira no grande projeto de Deus através dos
missionários que a é salvação dos povos da terra.
Encontramos uma segunda razão na carta aos filipenses para o avanço da obra
missionária: Uma forte dedicação do missionário a Cristo e a sua causa.
II – FORTE DEDICAÇÃO DO MISSIONÁRIO A CRISTO E A SUA CAUSA
(1.21)
Tanto nesta carta quanto nos demais escritos de Paulo e no livro
de Atos, percebemos uma total dedicação dele a Cristo e a sua causa. Vejamos o
que ele disse no capítulo 1, verso 21: “Porquanto, para mim, o viver é Cristo e
o morrer é lucro”. Por essa completa dedicação a Cristo, estava preso em Roma,
mas batalhando incansavelmente pela causa do evangelho, pois, lá ganhou um
escravo fugitivo para Cristo, chamado Onésimo, que deseja enviar ao seu dono e
agora irmão Filemon, alguns soldados e até funcionários da família imperial:
“Todos os santos vos saúdam, especialmente dos da casa de César” (4.22).
Paulo usava as habilidades, dons, tempo, recursos e
oportunidades dados por Deus para proclamar o nome de Jesus. Ele estava
seguindo o exemplo do próprio Jesus, que no pouco tempo que realizou o seu
ministério terreno, dedicou-se a Deus e a sua obra ao ponto de entregar a sua
própria vida.
Portanto, o nosso exemplo maior de dedicação a Deus e a obra
missionária que nós temos não é o do apóstolo, mas o de Cristo, que Paulo
imitava, como percebemos nas suas palavras aos líderes da igreja de Éfeso:
“Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete
a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar da
graça de Deus” (Atos 20.24).
Os missionários ou as famílias missionárias são humanos, falíveis, limitados,
não são salvadores da pátria e não conseguirão fazer tudo que precisa ser feito
no campo missionário. Eles precisam de descanso, de férias e de lazer. Todavia,
essas coisas implicam em trabalho, trabalho árduo, sério e sistemático.
Mesmo que aparentemente ninguém esteja fiscalizando o
missionário para saber que horas acorda, quanto tempo ora, lê a Bíblia e
estuda, quanto tempo usa para pregar, ensinar, discipular, evangelizar e
visitar? Ele presta contas primeiramente a Deus e foi enviado pela igreja para
desenvolver com fidelidade e dedicação o ministério em outra cultura.
Portanto, não pode viver no campo missionário como um
aventureiro explorador, um turista ou teórico de campo.
O aventureiro explorador viaja o país, conhece lugares exóticos, descobre
lugares inexploráveis, contudo, desconsidera as pessoas desses lugares que
sofrem opressão, injustiças, idolatria e distância de Deus.
O turista desfruta dos lugares turísticos, visita lugares
interessantes, tira muitas fotos, entretanto, logo retornará para sua terra,
portanto, não gastará tempo nem recursos para abençoar o povo.
O teórico de campo observa pesquisa, descreve pessoas, lugares e
eventos, escreve uma tese de mestrado ou doutorado, ganha prestígio e dinheiro,
todavia, deixa o povo pesquisado nas suas angústias, medos, incertezas e morte.
A pesquisa serviu para ele, não para o povo pesquisado.
Nós missionários devemos viver no campo com dedicação total, com
um desejo ardente de servir a Deus e ao povo, o qual foi enviado. Essa
dedicação será usada grandemente por Deus para que o nome de Jesus seja
proclamado e a obra missionária avance pelo mundo inteiro.
Não existe sucesso em missões sem trabalho, esforço, dedicação.
A obra de Deus sempre foi e será feita à custa de muito suor, lágrimas e até
sangue. Basta olharmos para a vida do apóstolo Paulo, para a vida de Simonton
e, principalmente para a vida do nosso Senhor Jesus para descobrirmos essa
verdade.
Percebemos ainda uma terceira razão e mais importante nesta
carta para o avanço da obra missionária:uma forte ação de Deus na vida do seu
povo.
III – FORTE AÇÃO DE DEUS NA VIDA DO SEU POVO (1.6)
O apóstolo Paulo tinha a forte convicção que Deus trabalhava
poderosamente nele, através dele e na vida das pessoas a quem pregava como fala
no verso 6, do capítulo 1: “Estou plenamente certo de que aquele (Deus) que
começou boa obra em vós (filipenses) há de completá-la até ao Dia de Cristo
Jesus”. Paulo não estava junto com os filipenses naquele momento, mas tinha a
certeza que o Espírito Santo estava agindo na vida da igreja, convencendo os
pecadores dos seus pecados, santificando-os, concedendo dons espirituais e
capacitando os líderes na condução do povo de Deus.
O nosso Deus é o Deus que age que começa uma boa obra, como por exemplo, a
conversão, dando continuidade através da santificação.
Isso nos tranqüiliza
porque em último plano não depende de nós, mas do próprio de Deus. É ele quem
salva, quem transforma quem liberta, quem dá o crescimento espiritual. Nossa
parte é pregar e confiar no seu poderoso agir na vida dos pecadores. Sem
confiança na ação poderosa de Deus na vida das pessoas não adianta nem sair de
casa para pregar, para fazer missões.
Fazer missões já é um trabalho difícil e sem a ação de Deus se
torna impossível. Como um muçulmano vai entregar sua vida ao Filho de Deus se
ele tem sido ensinado que Deus não tem Filho? Só pela pregação da Palavra de
Deus e pela ação poderosa e sobrenatural do Espírito Santo de Deus.
O apóstolo Paulo quando começava uma igreja, logo preparava
pessoas para liderar e pastorear o rebanho, confiando que Deus estaria com eles
para conduzir a igreja.
Muitas vezes a obra missionária trava, não avança porque os
missionários não confiam em Deus e nem nos convertidos o suficiente para
entregar a liderança em suas mãos. Acabam fazendo tudo, todavia, quando saem os
nacionais ficam desorientados e confusos, pois não foram treinados para liderar
e para confiar na ação de Deus na vida da igreja, pois não viram isso na vida
dos missionários.
O Deus que age na vida dos americanos, age na vida dos
brasileiros, age na vida dos guineenses e de pessoas de todos os povos da
terra. Jesus prometeu está com seus discípulos todos os dias, até a sua volta
quando eles saem em missão em suas últimas palavras antes ascensão aos céus.
Não é por força nem por violência, mas pelo Espírito de Deus que sua obra
avançará em todo o mundo.
Confiemos, trabalhemos e descansemos nessa verdade. O mais
interessado no crescimento da obra de Deus não sou eu, não é você, é próprio
Deus, portanto, ele fará tudo o que for necessário para que seu plano de
salvação seja cumprido, basta fazermos aquilo que nos cabe: pregar e confiar no
seu poder de tocar os corações e transformar os pecadores a imagem do seu
Filho.
CONCLUSÃO
Ao lermos o livro de Atos e as cartas de Paulo, ficamos
pensando: Como uma pessoa pode fazer tanto para Deus? Ficamos impressionados
como houve avanço missionário durante o seu ministério: várias igrejas
plantadas, vários líderes formados, várias cartas escritas, várias regiões e
pessoas alcançadas pelo evangelho através da sua pregação e ensino.
Todavia, percebemos que ele não fez isso sozinho. Ele contou com
parceiros: igrejas e irmãos que o abençoaram e foram abençoados na realização
da obra de Deus em parceira. A igreja de Filipos foi parte integrante do avanço
da obra missionária, ela estava sempre junto com o apóstolo Paulo.
Também percebemos que não faltou dedicação: Paulo estava
totalmente dedicado a Cristo e a sua causa, trabalhando incansavelmente para
que o nome de Jesus fosse proclamado entre os gentios. Por fim, vimos que a
obra missionária avança principalmente porque Deus age e em nós, através de nós
e nas pessoas a quem pregamos. Louvamos a Deus porque a obra missionária tem
avançado em Guiné-Bissau, entre os povos indígenas e em várias partes do mundo,
sobretudo, por causa de fortes parcerias entre igrejas e missionários, por
causa de forte dedicação dos missionários e, principalmente, por causa da forte
ação de Deus na vida do seu povo.
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