O DOM MISSIONÁRIO
Nem
todos são chamados para o ministério transcultural. Entre os Vocacionados, só
alguns se envolverão em culturas diferentes, isto é, serão missionários de
carreira além – mar.
Entre
os apóstolos, alguns se envolveram, mas o destaque foi Paulo. Ele recebeu o
chamado específico e seguiu a carreira até o fim. O Dom missionário é a
adaptabilidade às pessoas e culturas diferentes. O obreiro é flexível e se
identifica facilmente com o povo da cultura onde está.
“A
graça de Deus capacitando a ser você mesmo numa cultura alheia”.
ALGUMAS
EVIDÊNCIAS DO DOM MISSIONÁRIO
A) Adaptação:
A capacidade para se sentir “em casa”
com pessoas que são iferentes. Isto implica em aceitar a comida (sabores
diferentes e estranhos), hábitos locais opostos dos nossos, valores bem diferentes.
Se aqui no Brasil você tem dificuldade com personalidades diferentes e com os
regionalismos, então você não tem facilidade de adaptação.
B)
Identificação: O trabalho missionário transcultural exige que nos coloquemos na situação de outros até o ponto
de começarmos a ver o mundo pelo seu ponto de vista, com a sua “posição mental”
e não com o que levamos de nossa própria cultura. Entender e abraçar a cosmovisão
o máximo possível.
C)
Flexibilidade A habilidade para ser maleável e se ajustar à mudança. Encaixa-se
rapidamente a nova situação sem ficar contrariado, e perder o bom humor e sem
afastar o alvo., (O Espírito pronto para mudanças). No campo missionário
estamos sempre sujeitos a situações inesperadas que requerem flexibilidade, sem
a qual nos tornaremos insípidos.
D)
Humildade (I Cor. 15.9-10) É reconhecer o que realmente somos, sem falar
hipocrisia, mas com Modéstia. (A virtude que nos dá o sentimento da nossa
fraqueza)?. A capacidade para descer do pedestal em que por vezes os
missionários são colocados, tanto aqui como em outras culturas.
A
humildade leva à abertura. Desejo de aprender mais, receber mais, para ser
vulnerável, para aceitar correção e direção dos outros e daqueles a quem os
missionários forem enviados a servir.
E)
Perseverança: A capacidade para resistir, continuar firme apesar de...
Persistência não é um conceito popular num mundo de respostas fáceis e opções
suaves, mas é tão essencial para os missionários de hoje, como o era para os
primitivos pioneiros, que abriram caminham através das florestas do século
dezenove!
A
prática de línguas, aceitação pelo povo local e autêntica identificação cultural,
pode-se levar anos para adquirir a prática, e esse caminho poderá ser
pavimentado com revés e frustração. Não há atalhos, nem soluções rápidas... Só
os que têm a habilidade de agüentar devem se candidatar. Perseverança em chinês
significa uma faca em cima do coração. A faca provoca dor intensa, mas continua
lá.
F)
Renúncia: A capacidade de trocar a vida confortável junto aos seus queridos
para viver contente em situação precária. Uma disposição para sacrifício. O conceito de sacrifício
também não é popular no mundo tecnológico de hoje, cheio de facilidades.
As
exigências da vida missionária incluem um compromisso com o Senhor Jesus, sem
olhar o preço. Isto não significa obediência cega a um plano bem elaborado, sem
atender ao bem estar pessoal.
Quer
dizer que os missionários talvez tenham que perder algumas coisasque eles
esperam da vida, em virtude da natureza da situação para a qual o Senhor os
chamou.
G)
Espiritualidade: Experiência intima com Deus. É sensível a voz de Deus. Sabe
alimentar-se através da palavra e vivência os ensinos bíblicos na prática. Tem
uma vida robusta em Deus.
Os
missionários precisam ser pessoas que determinaram viver uma vida centrada em
Deus. A sua segurança nEle e sua relação com Ele são infinitamente mais
importantes do que o “Trabalho” que fazem para Ele. Jesus está mais interessado
em nós.
O
serviço deve ser a conseqüência do trabalho profundo de Cristo na vida do
missionário.
O
missionário precisar Ter já uma experiência espiritual antes de ser enviado a
uma outra terra. Aqueles que não têm experiência no combate espiritual em sua
própria terra, terão dificuldades para encarar os ataques do inimigo ao
entrarem em países e áreas onde o seu poder é muito real e a oposição muito
violenta. Um bom preparo de guerra
espiritual.
A
PREPARAÇÃO ACADÊMICA E A PRÁTICA
A
consciência de um chamado missionário específico não invalida ou descarta a
necessidade de estudo, treinamento e aprendizado formal. Missionários precisam
ter intimidade com a Palavra de Deus e suas doutrinas inegociáveis, atestadas
pela igreja universal nestes dois mil anos de história do cristianismo (1 Tm
1.10; 2 Tm 3.10; 4.3). Ele precisa saber manusear sabiamente a Escritura
Sagrada, e poder responder a qualquer instante a razão de sua fé (1 Tm 4.13. 1
Pe 3.15).
Ainda
faz-se indispensável um conhecimento abrangente das principais religiões e
tendências teológicas do nosso tempo, tanto a nível nacional e mundial. De
certa forma, este conhecimento pressupõe conhecer e identificar as estratégias
de Satanás, principalmente no momento histórico em que ele (a), como
missionário vai exercer seu ministério. Paulo utilizava bem este conhecimento
se trabalho missionário (2 Co 2.5-11; Gl 4.1-11; Ef 6.10-20; At 17.16- 31; 23.
1—10).
Um
bom preparo teológico e missiológica possibilitarão uma base sólida para o
exercício da missão, contudo não significa necessariamente ter um curso de Bacharel
em teologia, mas ao menos, uns dois anos de estudos intensivos de qualidade.
Como complementação ou em paralelo, uma preparação em lingüística e o
aprendizado da língua inglesa se tornará indispensável à missão transcultural.
A
leitura de livros devocionais e teológicos que atualizem seu conhecimento do
pensamento teológico em voga, uma continua alimentação espiritual advinda de
mensagens, pregações, conferências e simpósios, tanto sobre missões como sobre
a vida com Deus, proporcionarão um discipulado com crescimento fortificado, se
tornando também parte essencial à sua formação (1 Tm 4.1-16).
Em
termos práticos, além do sólido desempenho ministerial no corpo local, pequenas
iniciativas em projetos missionários de curto período, conectados com a futura
missão serão de extrema valia.
É
possível que, nessa busca de conhecimento, alguns se surpreendam com o NÃO
CHAMADO, ou seja, percebam através da prática desempenhada nesses projetos que
seus potenciais não estão de acordo com o ministério pretendido ou almejado ou
até, não possuem condições de deixar tudo para o serviço missionário.
Nesse
caso, a síndrome de Marcos poderá ser evitada (At 13.13-15), no entanto, tal
descoberta não obrigatoriamente invalidará um futuro envolvimento com aquele
chamado (At 15. 36-41; 2Tm 4.11).
Dentro
do âmbito da preparação prática, experiências transculturais básicas serão
muito úteis, principalmente se forem experimentadas em equipe. O empírico traz
maturidade emocional e espiritual (At 13. 1-3)
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