O MISSIONÁRIO E A IGREJA ENVIADORA



Uma outra orientação importante diz respeito a relação entre missionários e a igreja enviadora ao campo, já que todos estão estreitamente envolvidos do preparo ao envio e sustentação de um missionário no campo, portanto:

Cabe ao missionário zelar pelos laços de amor e compromisso ministerial com aqueles entre os quais, ele foi reconhecido no seu chamado e vocação espiritual. Tal procedimento se baseia no sentimento mútuo de amor e comunhão, pelo quais ambos os lados abraçam a mesma causa, em nome de Cristo.

            Cristo conclama tanto os que vocaciona quanto os que reconhecem as vocações, a partilharem junta a tarefa missionária, parceiros que são do mesmo Corpo, da mesma igreja, em oração e dependência dele. Quem envia vai junto com quem é enviado, no sentido mais teológico missiológica do termo.

            Tanto a (s) igreja (s) quanto a Junta ou Agência, os quais, na retaguarda respondem pela missão de dar sustentáculo em oração, logística e na constante comunicação de lutas e necessidades, devem merecer toda a atenção e respeito do missionário, pois zelam com denodo para que o empreendimento missionário comum alcance bom êxito. Por isso cartas e relatórios devem ser vistos com carinho, pois mantém o vinculo de entendimento, propiciam a divulgação do trabalho e são usados pelo Espírito para agregar apoio e mesmo despertar novos vocacionados.

            O missionário não pode dispensar a formação de um grupo de intercessão totalmente compromissado com seu ministério, o qual deve ser informado regularmente de suas lutas, desafios, tristezas e vitórias. Este grupo, formado com cuidado, poderá receber certas informações e comunicação mais sensíveis e impróprios a um publico maior.

            Dentro do possível a (s) igrejas (s) enviadora (s) devem ser encorajadas pelo  missionário, a enviar periodicamente irmãos membros do conselho de Missões, ou mesmo da liderança maior da igreja ao campo. A visita e visão in loco do trabalho anima e encoraja o missionário a prosseguir e demonstrará aos irmãos nacionais o amor e a seriedade com os quais a igreja enviadora do missionário o sustenta na sua Missão.

            Caso o sustento do missionário venha apenas de uma fonte (uma só igreja), o missionário correrá o risco de perder o seu sustento ainda no campo, e se ver numa situação difícil. Daí, ser importante, procurar obter uma fonte múltipla de apoio financeiro quando ainda em casa. Igrejas se dividem e novos lideres, por quaisquer razões, podem minar a obra missionária de um obreiro.

            Desde o início faz-se vital um acordo sobre as condições de vida aceitáveis para o missionário, solteiro/a ou caso/s, com filhos ou sem. Estando no campo, tal acordo evitará confrontos e aflições desnecessárias. As condições de vida, mesmo tendo um sustento generoso, poderão ser extremamente difíceis. Certos campos serão marcados por extrema pobreza, atraso, corrupção, insalubridade, falta de recursos médicos e escolas. O missionário não pode e não deve sair para o campo, apenas tomado de utopia.

            A igreja, o missionário e os familiares que ficam devem ter a plena consciência de que todas as intempéries da vida estarão a frente do irmão/a que está deixando tudo para servir a Cristo em terras longínquas, podendo incluir acidentes e morte. O preço a pagar deve ser bem calculado e ser do conhecimento e de comum acordo entre as partes.

            A comunicação entre o missionário e as igrejas sustentadoras deve ser honesta e cristalina, especialmente quando o sustento do missionário é intermediado pela liderança de sua igreja, por Junta ou Agência missionária. Dúvidas, reclamações e mal entendidos precisam ser tratados, obedecendo aos ditames por estabelecidos em um espírito de respeito, amor e benignidade. Transparência, boa vontade e busca de compreensão e entendimento precisam ser as motivações interiores no relacionamento entre as partes.

            Por fim, o missionário precisa ter uma autoridade espiritual (líder-pastor/a), de caráter provado e cheio de amor ao Senhor, o qual poderá em situações extremas de desentendimento e angústia ser seu confidente. Esta pessoa poderá estar no campo, na igreja mãe, na Agência, ou na Junta enviadora. Um acordo de inviolabilidade espiritual deve permear tal comunhão.



Comentários

POSTAGEM MAIS VISITADA

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA

MISSÕES E EVANGELISMO

ANTROPOLOGIA CULTURAL