O MISSIONÁRIO E A ÉTICA
Ética é definida basicamente como uma
postura apropriada e justa em meio a relacionamentos, respeitando as boas
maneiras, educação e as leis vigentes. Uma ética correta respeita o próximo e
conhece seus limites de ação e inteiração.
Missionários precisam ter uma ética
baseada em valores cristãos (Cl 3.12-17). Mais que postura exterior, a atitude
e motivação interior deve ser santa, espiritual, com temor de Deus e galgada no
amor. Deus espera que todos os cristãos tenham essas características.
A ética, mais que um conjunto de
regras, engloba todas as dimensões do ser, desejos, motivações, sonhos,
ambições, pensamentos, ações e reações. Missionários devem manter um
compromisso inabalável em amar a Jesus acima de tudo e glorificá-lo em seus
pensamentos, bem como em seus relacionamentos com os seus colegas e os irmãos
nacionais (Fp 4.7; Cl 3.23; 1Pe 1.22).
Num contexto transcultural com mais
probabilidade de conflitos e desentendimentos, cabe ao missionário vigiar e
guardar o seu coração, a fim de que, mesmo se equivocando e errando ou até
magoando o colega, poderá afirmar que não foi esta a sua intenção.
O missionário precisará cultivar
sempre uma fé madura com boa consciência, mantendo em seu coração a certeza de
que, mesmo em falta. Deus é testemunha de sua sinceridade (1 Ts 2.5,10; 1Tm
1.19,3.9; 1Pe 3.16, 21).
Normalmente uma equipe missionária
inclui uma gama variada, não só de personalidades, como de culturas e éticas
diferenciadas. Cada missionário traz consigo sua cultura própria e está
acostumado a atitudes éticas apropriadas à mesma. Deste modo, faz-se
indispensável uma atitude humilde, não julgadora e compreensiva perante as
diferenças. Franqueza, em outra cultura pode parecer rudeza, silêncio desprezo,
ou ainda, sarcasmo – desamor.
Caso uma equipe missionária seja
multinacional e a comunicação for numa língua estranha a alguns obreiros, o
potencial para mal entendidos poderá ser enorme. Em alguns casos, beijos, toque
de mãos, linguagem corporal e certos vocabulários podem agir como
nitroglicerina na comunhão da equipe. Sendo assim, uma conscientização destas
diferenças ajudará cada um a se relacionar em paz, compreensão e amor com o
outro.
Quase que invariavelmente, todos terão
que suportar uns aos outros nas suas características, não só de personalidade,
também ético-culturais. Há muitas coisas que não gostamos tanto em nós
mesmos como nos outros, mas nem por isso
Deus deixa de nos amar, e assim devemos ser com nossos colegas de campo. Alguns
hábitos poderão mudar, mas será a graça de Deus que o fará e não a nossa força.
A nós cabe orar e amar (Rm 14.1-13; Cl 3.13).
A ética no campo missionário deve ter
em máxima consideração a cultura e costumes locais. Nem tudo que me é licito será apropriado
no campo missionário
(1 Co 6.12). O missionário deve se inteirar o mais
breve e claramente dos costumes é valores do povo com o qual estará servindo ao
Senhor.
Definitivamente, contrastes, por
vezes, até chocantes aos seus olhos, exigirão uma boa dose de amor e mesmo
muito humor, evitando conflitos indesejados com os irmãos nacionais. Novamente
permanece a premissa. Cristo assumiu a forma de servo e em fraqueza não
procurou agradar a si próprio, decidindo amar e ganhar o coração das pessoas
(Fp 2.5-11; Rm 15. 2,3).
Por outra parte, certos costumes,
mesmo sendo culturalmente recentes, devem ser rejeitados, caso os mesmos
estejam em clara oposição aos valores do evangelho. Será preciso discernimento
para distinguir entre valores e ações éticas negociáveis e aquelas que são
absolutamente inegociáveis. Em toda cultura ambos estarão presentes.
Um consenso na equipe missionária deve
ser acordado para que uma postura comum seja adotada. Acima de tudo, tanto o
missionário com sua equipe e os irmãos nacionais devem procurar agradar a Deus
em primeiro lugar, e por fim, fazer tudo que venha a edificar a fé uns aos
outros. (Gl 1.10; Ef 6.6; Cl 3.22; 1Ts 2.4).
Finalmente, desde a motivação
interior, onde a pureza de coração deve ser cultivada, até os atos propriamente
ditos, a bandeira espiritual ética do missionário deve ser glorificar a Deus no
seu corpo (1Co 6.20).
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