O CHAMADO MISSIONÁRIO DO PONTO DE VISTA BIBLICO



Com certeza, todo e qualquer estudo e reflexão acerca de Missões e Chamado missionário demanda uma séria investigação das Sagradas Escrituras. 

Em busca de uma compreensão do que a Palavra de Deus revela acerca do Chamado, em particular, faz-se necessário entender que todo e qualquer chamado divino estabelece uma relação vertical de cima para baixo, onde uma resposta é exigida da parte daquele que é chamado ou convocado. 

Ao mesmo tempo, o chamado divino faz nascer e traz a existência aquele ou aquilo que deve ser entendido por missão e plano de Deus.

Desta forma, uma Palavra de chamado não pode cair em ouvidos surdos, mas sim, e infelizmente, muitas vezes numa audição rebelde. 

LXX, traduzindo o verbo hebraico QÃRÃ’,traz o verbo grego kaleó para se referir ao nomear das coisas por Deus no início da sua criação. Sendo assim, Deus chamou a existência o dia, a noite, o céu e os animais e as pessoas. (Gn: 1.5; 8,9; 2. ‘9; 2526; 29. 32-35).

Biblicamente falando, quando Deus fala e chama algo ou alguém não pode deixar de ouvi-lo, mesmo se, este ouvir for inidentificável a princípio, por razões óbvias, e, ou no c aso de uma rejeição de sua presença e intervenção soberana. O primeiro casal fugiu ao ouvir a voz que ele bem conhecia. (Gn 3.8). 

Samuel precisou de orientação a fim de entender que era o Senhor quem lhe chamava (1Sm 3). 

O nosso amado Mestre é o protótipo perfeito, o qual conjuga ouvir o chamado e submeter-se ao mesmo (Is. 42.6; 49). 

Jeremias recalcitra a princípio, mas, é subjugado pela força do chamado imperioso da Majestade Divina (Jr. 1.1-12). 

Por outro lado, Jonas de forma assombrosa rejeita a voz e chamado a uma missão determinada e especifica, ir a Nínive, proclamar juízo iminente senão houvesse arrependimento (Jn 1.1-3).

Conclui-se por estes poucos exemplos que um homem e uma mulher podem precisar de auxílio para entender e compreender a voz e o chamado divino, bem como podem recusar-se a obedecer tal convocação.

Resta nos a perplexidade em ter que lidar com esta realidade. Todavia, a palavra peremptória do Mestre que diz: “porque muitos são chamados, mas poucos os escolhidos”, em Mateus 22.14, precisa estar presente em toda reflexão acerca do tema “chamado”.

Certamente que a veia teológica das palavras acima está eivada de Soteriologia e Eleição, entretanto, devemos frisar que a Eleição sendo já um chamado, exige a concretização do desígnio de Deus, de acordo com a sua soberana vontade e seu agir irresistível, na vida daqueles kque Ele escolheu.

O testemunho mais eloqüente desta verdade é o chamado de Saulo de Tarso. Quem és tu Senhor. Seguido das palavras missiologicamente assustadoras a Ananinas: “Mas o Senhor lhe disse: vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome... (At 9.5; 15.16) 

Anos depois aquele Saulo, agora Paulo, identifica-se a si mesmo
como apostolo (enviado), chamado (kleto) por Deus. (Rm 1.1; 1Co. 1.1).

Quando ouvimos uma mensagem desafiadora para a obra missionária num culto em nossas igrejas, aqueles que entendem que o comissionamento de Cristo é direcionado para todo salvo, tem seus corações aquecidos e são logo confrontados e desafiados a se envolverem imediatamente na pregação do evangelho.

Antes de qualquer coisa, vale salientar que todos os crentes são chamados como anunciadores dessa mensagem de salvação, contudo, não resta dúvida, que dentre o todo da igreja de Cristo, ele mesmo, chama algum especificamente para desenvolverem obras específicas em certos locais direcionado pelo próprio dono da seara. 

A esses nós chamamos de missionários, os enviados pela igreja, ou agências, ou por juntas missionárias aos campos e em alguns casos, até mesmo por conta própria.

A proposta dessa apostila é alertar os vocacionados sobre algumas questões essenciais no envolvimento da pregação do evangelho, que não basta apenas ter boa vontade, ou mesmo, dedicação e prontidão em se dispor, abrindo mão da sua própria vida por amor a Cristo. 

Sabemos que isso é importante e deve existir na vida daqueles que se dispõem, contudo, não pode parar por aí, devendo-se levar em consideração diversa outros fatores que são essenciais para o envio, o sustento, a permanência do obreiro e sua família, quando for o caso, permanência essa com saúde física e espiritual e a qualidade do trabalho em si, para que os frutos surjam e permaneçam.

Portanto, visando contribuir nesse processo como um todo, buscou-se destacar diversas dicas, orientação para todos aqueles que ouviram a doce vós do Espírito Santo ao conceder a graça imensurável de sermos coparticipantes nessa sublime obra.

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