CIDADES MENOS ALCANÇADAS PELO EVANGELHO NO BRASIL
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RECONHECIMENTO E
ESTRATÉGIA
Seja
no contexto urbano, seja fora dele, o trabalho missionário tem a pesquisa como
uma aliada. Por meio dessa ferramenta, é possível apresentar necessidades
pontuais que podem ser atendidas no campo missionário, evitando muitos entraves
e o escoamento de preciosos recursos, como tempo e finanças.
Lançando
mão de informações valiosas, podemos determinar quais estratégias seriam
eficazes no processo de mobilização e treinamento missionário.
No
decorrer da história da Igreja, é possível notar que muitas iniciativas
missionárias foram despertadas por meio de necessidades evidenciadas por
pesquisas específicas, trazendo à tona a urgência da evangelização em
determinados contextos, considerando o avanço do Evangelho por regiões em que ainda
não havia sido iniciado nenhum trabalho missionário.
É
necessário pensar no que figura como prioridade na agenda da evangelização
local e transcultural. O Brasil é considerado um país “alcançado”, mas o que
poucos sabem é que há pelo menos 309 cidades brasileiras com menos de 5% de
cristãos evangélicos. Os números apontam os alvos e as prioridades relacionadas
à evangelização que devem estar no topo da agenda da Igreja, incumbida de uma
missão muito clara: de ir por todo o mundo e fazer discípulos de todas as
nações (Mt 28.19).
CIDADES COM MENOS DE 2%
Há 24
cidades brasileiras com menos de 2% de cristãos evangélicos, o que corresponde
a cerca de 84 mil pessoas, e a porcentagem média de crentes nessas cidades é de
1,4%.
Um
dado curioso é a localização desses municípios: um em Santa Catarina, um em
Minas Gerais, dois no Piauí, dois em Alagoas, dois na Paraíba e 15 estão no Rio
Grande do Sul. Essas cidades estão num raio de 300 quilômetros, e 13 delas
ficam na Serra Gaúcha. Essas pequenas cidades, com uma média de 2,2 mil
habitantes, são marcadas pela forte religiosidade católica romana herdada de
imigrantes europeus, especialmente italianos.
Ao
cruzar os dados, é possível encontrar outra particularidade. Nos Censos dos
anos 2000 e 2010, entre as 15 cidades localizadas no Rio Grande do Sul, 11
delas apresentaram um encolhimento urbano, o que se deve principalmente à busca
por uma melhor qualidade de vida.
As
metrópoles estão especialmente envolvidas nesse processo por serem as maiores
“receptoras” desses migrantes.
Vale
lembrar que a questão urbana não é uma singularidade da nossa geração.
Portanto, há muito o que extrair da atuação do apóstolo Paulo no quesito de
plantação de igrejas nesse contexto.
Nos
registros das viagens do apóstolo fica claro que ele não plantou igrejas por
todo canto que passou.
Aparentemente
Paulo não queria “perder tempo” com cidades menores. Ele centralizou suas
atividades em importantes centros urbanos, considerados estratégicos. Por
exemplo: a cidade de Tessalônica tornou-se a base missionária para a província
da Macedônia; Corinto, a base para a província da Acaia; e Éfeso, para a Ásia
proconsular.
A
partir desses centros escolhidos, Paulo tinha bases para evangelizar as regiões
que essas cidades compreendiam. Por isso, é de se pensar que ele tinha um olhar
apurado sobre a cidade, destacando elementos importantes para a realização
desse objetivo, sempre visando a evangelização do mundo em sua geração. Os
princípios adotados pelo apóstolo ainda são práticos e totalmente aplicáveis.
Ao retomar o tema das cidades menos evangelizadas do país e ao cruzar os dados
dos números de habitantes com o número de evangélicos é preciso considerar o
quesito imigração. Para formar as bases para a evangelização das
circunvizinhanças, alguns pontos podem ser sugeridos.
PIAUÍ
O
Piauí é o estado menos evangelizado da nação, com 9,7% de evangélicos. Ele tem
quase 25% dos seus 224 municípios com menos de 5% de evangélicos. São 52
cidades abaixo desse contingente. Nesses casos estão os municípios de José de
Freitas, Palmeirais e São Miguel do Tapuio. Esses municípios estão crescendo e
formam um triângulo com várias cidades em volta com esse percentual de menos de
5%.
RIO GRANDE DO SUL
Embora
o Rio Grande do Sul tenha 18,3% da população declaradamente cristã evangélica,
é daqui que temos o maior
número
de municípios com menos de 5% de evangélicos: 55. Desses, 48 têm menos de 5 mil
habitantes, o que denota uma caraterística bastante comum nesse contingente
geral: são cidades pequenas. Os municípios que seriam base aqui são os de
Arvorezinha, Coronel Pilar e Fagundes Varela.
Essas
são apenas estratégias para que possamos levar o Evangelho àqueles que
necessitam. O ideal é começarmos por aqueles que nunca ouviram. Se partirmos
desse princípio e olharmos para o nosso país, aqui estão boas soluções. Que o
Senhor da seara nos guie em tudo!.
____________
Luis André Bruneto Missionário e diretor de
pesquisas da Servindo a Pastores e Líderes (Sepal). Membro da equipe de
pesquisas do One Challenge International (OCI) e da Global Planting Church
Network (GPCN)
Fonte:
Povos e Linguas
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