A IGREJA E A OBRA MISSIONÁRIA
A humanidade está mergulhada
num verdadeiro caos. A crise econômica e
financeira atinge até mesmo os países mais desenvolvidos do mundo, a
fome mais que uma ameaça já é uma realidade em toda a terra, secas, inundações
e outras calamidades têm ceifado vidas em vários países.
Estão patentes aos nossos
olhos a ausência do temor de Deus, a perda de princípios morais absolutos, a
aceitação e a glorificação do pecado, o fracasso nos lares, o desrespeito pela
autoridade, à ilegalidade, a ansiedade, o ódio, o desespero. Milhares de
pessoas entregam-se ao ocultismo, com o culto satânico, o controle da mente, a
astrologia e outros meios que o Diabo se utiliza para induzir os homens a se
desviarem da verdade.
A NECESSIDADE MISSIONÁRIA
O Evangelho é uma mensagem
cósmica, ao revelar a presença de um Deus em cujo propósito se inclui o mundo
inteiro. Esse Evangelho não se dirige ao indivíduo de per se, mas à pessoa como
membro da velha humanidade em Adão, marcada pelo pecado e pela morte, e a quem
Deus convida para integrar-se na nova humanidade em Cristo, marcada pela
retidão e pela vida eterna.
A falta de apreciação das
dimensões mais amplas do Evangelho nos leva inevitavelmente a compreender mal a
necessidade missionária. O resultado disso é uma evangelização tendente a
considerar o indivíduo como uma unidade que se contém a si mesma, cuja salvação
só se contém a si mesma, cuja salvação só se dá em termos da relação com Deus.
Deixamos de perceber que o
indivíduo não vive isolado e que é impossível falar de salvação sem se referir
ao mundo do qual ele faz parte.
O MUNDO NA PERSPECTIVA
MISSIONÁRIA
A simples observação da
importância que o termo mundo (grego cosmos) tem no Novo Testamento já bastaria
para demonstrar a dimensão do Evangelho. O mundo foi criado por Deus através da
Palavra (João 1.10), e sem Ele nada do que existe se fez (João 1.3).
O Cristo que o Evangelho
proclama como agente da redenção é também o agente da criação de Deus. E ao
mesmo tempo o alvo para o qual se dirige toda a criação (Col: 1..16) e o
princípio de coerência de toda a realidade, material e espiritual (Cl: 1.17).
A obra missionária implica a
esperança de “um novo céu e uma nova terra”. Portanto, a única evangelização
verdadeira é a que se dirige para o objetivo final da “restauração de todas as
coisas” em Jesus Cristo ,
prometida pelos profetas e proclamada pelos apóstolos (Atos 3.21).
A EVANGELIZAÇÃO NA
PERSPECTIVA MISSIONÁRIA
O Evangelho não vem do homem,
mas de Deus. Aqueles que suportam o Evangelho são, pois, “para com Deus o bom
perfume de Cristo, tantos no que são salvos, como nos que se perdem. Para com
estes cheiro de morte para a morte, para com aqueles aroma de vida para a
vida”. (2Co: 2.15,16).
O Evangelho unifica, mas
também separa. E dessa separação emerge a Igreja chamada não para ser do mundo,
mas para estar no mundo.
Precisamos urgentemente
recuperar a evangelização que leve a sério a distinção entre a Igreja e o
mundo, segundo a perspectiva do Evangelho; evangelização orientada para o
aniquilamento da servidão humana no mundo, e que jamais se torne, ela própria,
uma expressão de escravidão da Igreja ao mundo.
Evangelizar não é oferecer
uma experiência de libertar-se dos sentimentos de culpa, como se Cristo fosse
um psiquiatra, e seu poder de salvação pudesse existir separado de seu
senhorio.
Evangelizar é proclamar
Cristo Jesus como Senhor e Salvador, por cuja obra o homem se libertam tanto da
culpa como do poder do pecado, e se integra nos planos de Deus, a fim de que
todas as coisas se coloquem sob a soberania de Cristo. Sem a proclamação de
Jesus Cristo como Senhor de todos à luz de cuja autoridade universal todos os
valores da presente dispensação tornam-se relativos, não existe evangelização
verdadeira.
Evangelizar é proclamar Jesus
Cristo como aquele que reina hoje e que continuará reinando “até que haja posto
todos os inimigos debaixo dos seus pés” (1Co: 15.25).
JESUS E A NECESSIDADE
MISSIONÁRIA.
A missão que foi confiada
pelo Pai a Cristo não se limitava apenas à pregação do Evangelho. Mateus,
resume o ministério terreno de Jesus nestas palavras: “Percorria Jesus toda a
Galiléia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do Reino e curando toda
sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt: 4.23). Salvação é vida que
inicia aqui e agora, e que toca em todos os aspectos do ser humano.
Jesus é um rei que “veio não
para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos” (Mc:
10.45). Esse serviço tão abnegado, que chega ao ponto de se converter em
sacrifício, pertence à própria essência de sua missão. E esse é que deve ser o
sinal distintivo da comunidade que o reconhece como rei. De acordo com o
pensamento humano, “os que são considerados governadores dos povos, têm-nos sob
seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade”.
No Reino de Deus, porém,
o que quer ser grande “será servo de
todos”. (Mc: 10.42-44). Assim Jesus confronta as estruturas de poder
denunciando sua enraizada ambição de governar, e proclamar uma nova
alternativa, baseada no amor, no serviço e na dedicação de si mesmo a outrem.
A ORDEM MISSIONÁRIA
Tão logo começou a recrutar
os seus primeiros discípulos, Jesus
deu-lhes ciência da tarefa que lhes era proposta. Não devemos esperar que os
anos se passem para depois nos entregarmos ao labor de ganhar almas. Jesus
disse aos primeiros discípulos: “Sereis pescadores de almas”. A sublimidade da
tarefa se evidência no maravilhoso fato de que nos tornamos cooperadores de
Deus (1Co: 3.9).
A MISSÃO DE GANHAR ALMAS É
URGENTE
Quando o Espírito Santo põe
no coração do crente a urgência da missão de ganhar almas, ele se sente
compelido a usar de todos os recursos disponíveis para trazer almas ao Reino de Deus. A urgência da tarefa
decorre de algumas implicações bíblicas e práticas. Vejamos:
a)
A
missão é urgente porque são poucos os nossos dias na terra (Sl: 90.10,12). Se
tardarmos em realizá-la, perderemos o nosso tempo (Ef: 5.16), e nunca mais
poderemos fazer qualquer coisa de positivo para Cristo (Ec: 12.1). Muitos hoje
choram a mocidade, o tempo não aproveitado, e totalmente irrecuperável.
b)
A
missão é urgente porque estamos nos últimos dias. Os sinais da vinda de Jesus
se multiplicam, cotidianamente, se cumprem a cada instante. Nossos dias, como
povo de Deus na terra, estão findando. Se não trabalharmos para Jesus agora,
nunca mais nos há de ser possível. Logo a trombeta soará (1Ts: 4.16,17).
c)
A
missão é urgente porque Satanás não dorme (Mt: 13.25). Sim, o inimigo em sua
cruel e destruidora obra está provocando verdadeiro pânico no mundo e o único
refúgio é Jesus Cristo. Se é tão urgente, por que não cumpri-la de imediato. Se
é tão urgente, por que não a realizarmos agora? “O que fazes, faze-o depressa”.
A
MISSÃO DE GANHAR ALMAS É BÍBLICA
O
preceito de ganhar almas não resulta de cânones eclesiásticos. Nenhuma
convenção estabeleceu esse princípio para a Igreja. É uma inspiração divina. A
Bíblia alude à importância, à necessidade, e ao dever de ganhar almas. Todo
cristão que lê habitualmente a Palavra de Deus reconhece os milhares de textos
espalhados por toda a Escritura, recomendando expressamente ou enfatizando
indiretamente a significativa tarefa de ganhar almas. E “aquele que é de Deus,
ouve as palavras de Deus” (Mc: 16.1516).
A
MISSÃO DE GANHAR ALMAS É INDIVIDUAL
Deus
destinou a tarefa de ganhar almas a todos os crentes. Cada um de nós deve
considerar sua particular e pessoal obrigação de ganhar outros para a
eternidade com Cristo. (Atos 4.33).
A
MISSÃO DE GANHAR ALMAS É DIVINA
O
principal responsável pela salvação do mundo é Deus. Ele não deseja que os
pecadores se percam (1 Tm 2.3,4). Ele providenciou para os homens o instrumento
de sua libertação espiritual (Jô: 8.36). Quando a Igreja empreende a tarefa de
evangelizar, ela está sendo induzida pelo Espírito à realização de uma missão
divina, muito além do plano humano ou secular. Que Deus nos conceda a
necessária visão de sua obra (Jô: 4.33), a fim de que nos predisponhamos, sem
tardança, a cumprir todo o propósito do Criador (At: 20.2.7). Somente assim,
poderemos ser “aprovados em Cristo”.
A
PARTICIPAÇÃO MISSIONÁRIA
Existem
diversas maneiras de participarmos da obra missionária, entre as quais
destacamos as seguintes:
1.
ORANDO
(Mt: 9.37,38) Quando a Igreja começa a orar, os resultados são sempre vistos.
As almas começam a se decidir por Cristo, em número sempre crescente.
-
Orando, pedimos obreiros.
Jesus disse: “Rogai...” Quando as orações da
Igreja, pedindo obreiros, chegam ao trono da graça, Deus cuida imediatamente de
atendê-las, provendo imediatamente de atendê-las, provendo missionários,
testemunhas em geral para irem em seu nome, à procura dos perdidos pecadores.
Orando,
as portas se abrem.
Quantas
portas há hoje fechadas! Todavia , um poder espiritual que pode entrar em ação
e libera-las, no nome sacrossanto de Jesus: O poder da oração (Ef: 6.19).
Quando a Igreja ora, o cárcere é aberto.
Orando a Igreja venceu nos primeiros dias.
Orando,
os discípulos receberam o batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4). Orando,
Pedro e João enfrentaram as autoridades de seu tempo (At 4.24). Quando iam
orar, o coxo foi milagrosamente curado. Os discípulos oraram e Pedro foi
liberto da prisão.
2.
CONTRIBUINDO
3.
Muitos cristãos primitivos
venderam as suas propriedades e entregaram o valor correspondente aos
apóstolos, em benefício da obra missionária. Como prova disso lemos a passagem
bíblica que registra: “Então José, cognominado pelos apóstolos Barnabé (que
traduzido é filho da consolação), levita, natural de Chipre, possuindo uma
herdade, vendeu-a, e trouxe o preço, e o depositou aos pés dos apóstolos” (At
4.36,37).
4.
TRABALHANDO
Conforme
os versículos expostos, Jesus trabalhara o dia inteiro e, sendo já tarde,
desejou atravessar o mar. Deu provas de que estava deveras cansado, quando, por
ocasião da grande tempestade, encontrava-se dormindo no frágil batel. Todo esse
sacrifício, todo esse esforço, todo esse emprenho, por causa de uma pobre alma que
estava perecendo, cativa que era das garras de Satanás. Se fizermos o mesmo,
veremos as mãos de Deus estendidas para nos abençoar!
4.
INDO AO CAMPO MISSIONÁRIO
A
disposição de ganhar almas para ir ao campo é indispensável para a realização
da Grande Comissão. Devemos obedecer. Devemos descobrir onde é o nosso campo
missionário. O campo não é, necessariamente, um país estrangeiro ou uma
longínqua tribo indígena, mas, sim, onde
houver almas necessitando da salvação. Mas, onde estão essas almas?
As almas estão em todas as
partes. Nas feiras, nas exposições, nos grandes logradouros públicos, se
reunindo, em massa, como ovelhas que não têm pastor. São também, os estudantes crentes precisando
pensar nos seus colegas, pois eles também têm almas e estão sendo envenenadas
pelo materialismo déspota e cruel.
As almas estão nas casas de
saúde, nos hospitais, nas enfermarias, nos leprosários. Corpos e almas doentes
esperam pela Igreja que possui mensagem e poder. A Igreja tem a palavra para o
espírito e a saúde para o corpo (João 10.10).
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