O QUE DEVERIAMOS SABER SOBRE A VOLTA DO MISSIONÁRIO


Voltar pra casa – Que bom!

Isto pode lhe parecer natural, ótimo, e realmente o pode ser pra você que volta de férias, viagem de negócios, visita aos familiares... Mas a volta de um missionário não é assim tão simples, tão fácil, ao contrário, ela é muitas vezes difícil de viver e de administrar. Mas porque? Afinal ele está apenas voltando para casa, para seu país, você pode pensar.

Mas aquela pessoa que você abraçou na despedida para o campo, que você, quem sabe, até levou para o aeroporto, não é mais a mesma, ela mudou!

Ela passou por processos de aculturação, de adaptação a uma nova língua, povo, comida, cultura... Ela teve experiências fortes e marcantes, enfrentou batalhas, teve vitórias e fracassos.

Viveu de perto necessidades e carências que você talvez conheça de fotos, vídeo, mas ela ou ele viu, sentiu de perto, e isto tudo mudou sua vida.

Agora de volta pra casa, a "casa" não é também a mesma, houve tantas mudanças, no país, na cidade, na rua, na igreja, nas pessoas, sim nas pessoas! Porque nós que ficamos também mudamos, estamos diferentes. Até a moda mudou!

No meio disso tudo você precisa ajudar o missionário nessa "volta pra casa". Mesmo que seja por um curto período de férias.

Como ajudar? Primeiro entendendo que esta volta não é fácil. Depois não fazendo cobranças de "atividades". Dando lhe carinho, atenção e principalmente ouvindo-o, sim o ouça, deixa-o falar do que viveu, do que vive, do que sente e de como vê tudo, dos erros e vitórias. Converse sobre as mudanças em você, nele, no país e em tudo. Ajude-o na nova adaptação.

Pense: se o missionário volta para ficar ele terá que se reintegrar ao trabalho, horário, costumes antigos e novos... É uma adaptação que não é fácil.

Se ele estava servindo num campo carente, onde as pessoas vivem com muito pouco, onde há escassez de alimento, quando ele volta e vê tanta comida, roupa, fartura e desperdício e até gente reclamando, como dizem: "de barriga cheia" isto para o missionário é muito doloroso.

E o fato de agora estar desfrutando de todo este conforto, sabendo que o povo que ele deixou no campo não tem quase nada, pode causar-lhe um sentimento de culpa que lhe fará muito mal. Talvez os que estão a sua volta não entendam bem o que se passa com ele (talvez ele mesmo não compreenda bem o que sente), talvez ele pensa que os "cristãos" estão tão "insensíveis" à carência do campo, afinal ele viu tantas coisas...!

Alguém pode ainda achar engraçado algum gesto comum a cultura de onde ele regressa, que ele involuntariamente faz ou alguma palavra que ele acaba dizendo na língua usada no campo. Mas lembre-se ele estava lá usava isto tudo, e se esforçou muito para aprender, talvez ele também não saiba como está funcionando alguma coisa nova por aqui, que para você é tão simples, mas o missionário esteve fora algum tempo lembra?

Pensando um pouco em tudo isto, você pode perceber o quanto o missionário precisa de ajuda e apoio. Às vezes a gente pensa logo em dar trabalho para ele, calma! Devagar, depois do descanso da readaptação ele será por certo muito útil no trabalho da igreja.

É preciso ouvi-lo, ouvi-lo com o coração.
Procure estar com ele, mas respeite sua privacidade, seu tempo com a família para descanso, seja sensível.

Algumas atitudes práticas por certo serão bem vindas com, por exemplo: busca-lo no aeroporto, deixar a casa que ele vai estar hospedado bem arrumada.

Preparar para ele seu prato predileto, um culto de boas vindas, leva-lo para um passeio, uma reunião com os amigos mais chegados (depois que ele tiver descansado da viagem, é claro), enfim, procure estar atento e sensível às necessidades do missionário. Lembre-se que ele é um humano, e não um super-homem.

Procure fazer o que estiver em seu alcance nesta sua volta para casa, esteja sensível a orientação do Espírito Santo e seja amigo do missionário, pois amigos nós não precisamos apenas por um tempo, amigos nós precisamos sempre.

Um amigo faz a nossa caminhada ser mais fácil, e um amigo verdadeiro jamais abandona o seu amigo.


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