HUDSON TAYLOR







A INFLUÊNCIA MISSIONÁRIA DOS PAIS SOBRE OS FILHOS
James Hudson Taylor, nasceu em 1832, na cidade de Barnsley, em Yorkshire, na Inglaterra. Era de família metodista, e recebeu muita influência espiritual dos seus pais e avós, bem como dos seus irmãos William e Amelia. Seu pai, um farmacêutico, preocupou-se sempre com a condição espiritual da China, e sempre que tinha oportunidade, realizava reuniões especiais para discutir como poderia ajudar aquele tão grande país.
Quando Hudson tinha apenas cinco anos, ele disse a seu pai: “Quando eu crescer serei um missionário na China”. Apesar desta afirmação, os anos de adolescência de Hudson foram conturbados, e as influências de amigos não o ajudaram. Porém, a sua mãe e irmã não cessavam de interceder por ele.
Conversão e Chamada
Em Junho de 1849, aos dezassete anos, ao ler um folheto escrito pelo seu pai sobre a obra de Cristo, Hudson compreendeu o plano da salvação, e como resultado, entregou a sua vida a Jesus. Neste mesmo ano, sentiu a chamada do Senhor para trabalhar como missionário na China. Ao dizer sim à chamada, começou a preparar-se em todos os aspectos da sua vida, a fim de atingir o objectivo de evangelizar a China. Desde logo começou a aprender o Mandarim através de uma cópia do Evangelho de Lucas. Hudson também soube da grande necessidade de médicos na China, e assim começou a estudar medicina, a fim de estar preparado para o campo em que iria trabalhar. Na sua preparação começou a dormir sobre uma esteira, abrindo mão de qualquer luxo, vivendo com o mínimo de alimento necessário e dependendo exclusivamente do Senhor para seu sustento. Assim, aos dezenove anos, Taylor aprendeu que poderia confiar em Deus e obedecer-Lhe em qualquer área de sua vida – aprendeu que se pode levar a sério Deus e Sua Palavra.
O seu treinamento médico começou na cidade de Hull e continuou em Londres. Além disso, estudou Teologia, Latim e Grego. Por saber que deveria depender totalmente de Deus para o seu sustento diário na China, Hudson muitas vezes colocava-se em situações para provar a sua própria fidelidade e confiança em Deus. Enquanto estava em Hull, vivia basicamente alimentando-se de aveia e arroz, e grande parte do seu salário ofertava para a obra do Senhor. Um certo dia, quando evangelizava os pobres, um certo homem pediu-lhe que fosse orar por sua esposa que estava à morte, em casa. Ao chegar ali, viu uma casa cheia de crianças que passavam fome, e a mãe que estava muito enferma. Compadecido daquela situação, depois de orar, tirou do seu bolso a única moeda que tinha, o sustento da semana, e ofereceu ao casal. Milagrosamente, naquele mesmo dia, alguém o procurou e trouxe um envelope cheio de dinheiro. Esta experiência ensinou a Hudson Taylor que Deus era o seu provedor.
Partida Para China
No dia 19 de Setembro de 1853, com 21 anos, e associado à Sociedade de Evangelização Chinesa, Hudson Taylor partiu para a China a bordo do navio de carga chamado Dumfries. Após seis longos meses de viagem com intempéries e perigos de morte, ele chega finalmente a Xangai. Ao juntar-se a outros missionários ingleses, residentes naquela mesma cidade, Hudson notou a grande deficiência da evangelização no interior do país. Nesta época, a China estava a passar por momentos tumultuosos, e Xangai havia sido tomada por rebeldes. Por isso, todos os missionários estavam nas cidades da costa, e envolvidos mais com o comércio e a política externa, do que verdadeiramente com a evangelização da nação.

Ponderando tudo isso no seu coração, Hudson decidiu que haveria de trabalhar no interior da China, onde o evangelho não tinha sido levado. Assim, ele começou o seu trabalho distribuindo literatura e porções bíblicas nas vilas ao redor de Xangai, sendo uma delas Sungkiang. Ao estar no meio do povo, ele notou como as pessoas o olhavam de modo diferente por causa da sua roupa ocidental. Sendo assim, ele decidiu adoptar os costumes da terra, vestindo-se como um chinês, deixando o seu cabelo crescer e fazendo uma trança, como os outros chineses. Este acto conquistou o respeito de muitos chineses, porém, para os missionários ocidentais, uma falta de senso.
Em 1856, Hudson começou a trabalhar na cidade proeminente de Ningpo. Ali, casou-se em Janeiro de 1858 com a senhorita Maria J. Dyer, filha de missionários, porém órfã, que trabalhava numa escola para meninas. Um ano depois, Hudson assumiu a direcção da Missão Hospitalar de Londres em Ningpo. Deus não só o prosperou, como muitos dos doentes aceitaram Jesus e se recuperaram das suas enfermidades. Ele começou a orar por mais missionários para o país.
Regresso à Inglaterra
Depois de estar sete anos na China, Hudson regressou à Inglaterra por motivos de saúde. Ao partir em 1860 para a Inglaterra, não imaginava que estaria seis anos longe do campo. Apesar da distância, o seu coração estava ligado à China. De frente a um mapa da nação, todos os dias ele orava, pedindo que Deus enviasse pessoas dispostas a ganhar as almas chinesas. Juntamente com o Sr. F. Gough, Hudson fez a revisão do Novo Testamento para o chinês e escreveu vários artigos sobre as missões na China.

Os Anos de Provação
Ao recrutar alguns missionários, Taylor viu a necessidade de ter uma missão que suportasse e direcionasse esses novos missionários no interior da China. Para este fim, é que a “Missão para o Interior da China” foi fundada. Durante o tempo que esteve na Inglaterra, enviou cinco obreiros para a China, e em 1864, Hudson pediu a Deus 24 missionários, dois para cada província já evangelizada no interior e dois para a Mongólia. Deus cumpriu o seu desejo, e em 26 de Maio de 1866, Hudson e Maria, os seus quatro filhos e os 24 missionários embarcaram no navio Lamermuir em direcção à China.
Estabelecidos em Ningpo e em Hangchow, o trabalho missionário começou a expandir-se para o sul da província de Chekiang. Dez anos depois, o norte de Kiangsu, o oeste de Anhwei e o sudeste de Kiangsi tinham sido alcançados.
Diz-se que quando ele entrevistava alguém que se queria juntar à missão, tomava chá com a pessoa. A dada altura da entrevista, ele embatia na chávena, entornando o chá na mesa. Depois disso perguntava aos candidatos: “O que é que saiu da chávena?” Espantados, estes respondiam o óbvio: “Chá!” Taylor dizia então: “Aquilo que se aplica a esta chávena, aplica-se à sua vida. O que está dentro de si será derramado sempre que sofrer um embate.”
Durante um período de três anos, Hudson sofreu a perda da sua filha mais velha, Gracie, do seu filho Samuel, seu filho recém-nascido, e em Julho de 1870, a sua esposa também morre de cólera. Mesmo passando por este vale, Hudson Taylor não desistiu da sua chamada para a grande China.
Novos Horizontes
Em 1871, quando voltava para visitar o restante dos seus filhos que haviam sido enviados para a Inglaterra, Taylor teve a oportunidade de viajar com uma grande amiga e missionária na China, Jennie Faulding, com a qual se casou em 1872 na Inglaterra. Entre 1876 e 1878 muitos outros missionários vieram dar o seu apoio ao campo, vindos de todas as partes do mundo. Hudson esteve por alguns meses acometido de uma enfermidade na coluna, a qual o paralisou, porém, mesmo na cama, ele conseguiu enviar dezoito novos missionários para a China. Milagrosamente, depois de muitas orações, Deus curou-o e ele voltou a caminhar com plena saúde.

Em 1882, Hudson orou ao Senhor por 70 missionários, e Deus proveu fielmente os missionários e o suporte para cada um deles. Em 1886, Hudson toma outro passo de fé, e pede ao Senhor 100 missionários. Milagrosamente, 600 candidatos inscreveram-se vindos da Inglaterra, da Escócia e da Irlanda, prontificando-se para o trabalho. Em Novembro de 1887, Hudson anuncia alegremente a partida dos cem missionários para a China.
Hudson Taylor em 1885 O trabalho da Missão espalhou-se por todo o interior do país, segundo o desejo de Hudson Taylor, e no final do século, metade de todos os missionários do país estavam ligados à Missão.
Em Outubro de 1888, depois de haver visitado os Estados Unidos e Canadá, Hudson parte mais uma vez em direcção à China, acompanhado da sua esposa e mais 14 missionários. Durante os quinze anos seguintes, Hudson despendeu o seu tempo visitando a América, Europa e Oceania, recrutando missionários para China. O desafio agora não era apenas de cem, mas de mil missionários.
A Sua Última Viagem
Em Abril de 1905, com 73 anos, Hudson Taylor faz a sua última viagem à China. A sua esposa Jennie havia falecido, e ele tinha passado o Inverno na Suécia. O seu filho Howard, que era médico, juntamente com a sua esposa, decidiram acompanhar Hudson nesta viagem. Ao chegar a Xangai, ele visita o cemitério de Yangchow, onde a sua esposa Maria e quatro de seus filhos foram sepultados, durante o seu trabalho naquele grande país. Após haver percorrido todos as missões estabelecidas por ele, Hudson Taylor, estabelecido agora na cidade de Changsa, deitou-se numa tarde de 1905 para descansar, e deste sono acordou nas mansões celestiais.

A voz que cinquenta e dois anos atrás havia dito a Hudson Taylor: “Vai à China”, agora dizia: “Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco fostes fiel, sobre muito te colocarei; ENTRA NO GOZO DO TEU SENHOR!”
A historiadora Ruth Tucker resume assim a sua vida:
“Nenhum outro missionário nos dezenove séculos desde o Apóstolo Paulo teve uma visão tão ampla e levou a cabo um plano tão sistematizado de evangelização numa área geográfica tão vasta como Hudson Taylor”.

Fonte: Cristãos na História

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