O DISCIPULADO SEGUNDO AS ESCRITURAS
O texto abaixo é de autoria e propriedade do Pr
Garrett Kell e foi publicado originalmente no Blog da COMIBAM. Siga o link:hhttps://www.comibam.org/pt/
Minhas
primeiras recordações giram em torno de viagens para pescar com meu pai. Ele me
ensinou como colocar a isca no anzol, jogar uma linha e pegar um peixe-gato sem
ser ferido até a morte. Mas pescar não foi tudo o que aprendi. Eu também
aprendi sobre meu pai.
Eu aprendi como ele caminhava, como falava, como
brincava, como orava, como falava com os outros e como sempre pensava em minha
mãe enquanto estávamos no caminho de casa.
Mais
que pescar, aprendi sobre o que significa ser homem. Hoje, as lições que
aprendi de meu pai afetam a maneira como vivo e amo os outros.
O que
aconteceu no meu tempo com meu pai foi uma forma de discipulado. Ele dirigia e
eu o seguia.
O que
é discipulado bíblico? De todas as questões com as quais os cristãos precisam
lutar, essa é uma das mais importantes. Ser discípulos de Jesus nos leva ao
centro de quem somos e do que devemos fazer com nossas vidas.
Neste
artigo, sugiro que o discipulado – ajudar outros a seguirem Jesus – flui
diretamente do fato de ser um discípulo de Jesus.
Os
discípulos são chamados a seguir a Cristo, e segui-lo significa ajudar os
outros a segui-lo. Você é um discípulo que faz discípulos?
OS DISCÍPULOS SEGUEM
JESUS
Quando
nos encontramos com Jesus, conhecemos um homem que nos chama para ir e morrer
(Marcos 8:34-35).
E nos
chama para segui-lo e aprender com ele (Mateus 4:19, 11:29).
Não
importa se somos ricos ou pobres, jovens ou velhos, asiáticos, africanos ou
americanos, o único requisito é que nos arrependamos de nos rebelar contra
nosso Criador e nos apeguemos a ele pela fé (Marcos 1:15; 1 Tessalonicenses
1:9).
Se
fizermos isso, promete-nos perdão por nossos pecados e reconciliação com Deus
(Colossenses 1:13-14; 2 Coríntios 5:17-21).
JESUS
NOS CHAMA PARA IR E MORRER PARA QUE POSSAMOS VIVER.
Aqueles
que seguem Jesus pela fé são conhecidos como seus discípulos. Alguns pensam que
os discípulos são “super cristãos” que fazem tudo por Jesus, enquanto os
cristãos são simplesmente “crentes normais”.
No entanto,
as Escrituras não oferecem apoio a essa diferença. (Veja, por exemplo, Mateus
10:38, 16:24-28; Marcos 8:34; Lucas 9:23, 57-62; João 10:27, 12:25-26). Estamos
seguindo Jesus ou não o seguimos; não há meio-termo (Mateus 12:30).
OS DISCÍPULOS IMITAM E
REPRODUZEM JESUS
No
cerne desse seguir a Jesus está o chamado de Jesus para imitá-lo e
reproduzi-lo. Como discípulos, somos chamados a imitar o amor de Jesus (João
13:34), sua missão (Mateus 4:19), sua humildade (Filipenses 2: 5), seu serviço
(João 13:14), seu sofrimento (1 Pedro 2:21) e sua obediência ao Pai (1 João
2:3-6). Devido ao fato de ele ser nosso mestre, devemos aprender dele e nos
esforçar, no poder do Espírito Santo, para ser como ele (Lucas 6:40). Esse
crescimento à imagem de Cristo é um esforço por toda a vida, que é estimulado
pela expectativa esperançosa de que um dia o veremos face a face (1 João
3:2-3).
Os discípulos ajudam
outros a seguir Jesus
À
medida que seguimos nosso Senhor, aprendemos rapidamente que parte da imitação implica
uma réplica. Ter um relacionamento pessoal com Jesus é algo magnífico, mas é
incompleto se terminar conosco. Parte de ser seu seguidor é ajudar outros de
maneira intencional, aprender dele e ser mais como ele. Como diz um amigo meu:
“Se você não está ajudando os outros a seguir Jesus, não sei o que você quer
dizer quando diz que está seguindo Jesus”. Ser seu seguidor significa ajudar
outros a segui-lo.
Ser
um discípulo que faz discípulos acontece de duas maneiras particulares.
Primeiro, somos chamados a evangelizar. Evangelismo consiste em dizer às
pessoas que não seguem a Jesus, o que significa segui-lo.
Fazemos
isso quando proclamamos e representamos o evangelho em nosso bairro e nas
nações (Mateus 28:19-20). Nunca devemos esquecer que Deus nos colocou nas
famílias, locais de trabalho e círculo de amigos onde estamos para que
proclamemos o evangelho da graça àqueles que estão indo para o inferno, longes
de Cristo.
Devemos
ajudar as pessoas a aprender como começar a seguir Jesus.
A
segunda maneira de fazer discípulos é ajudar outros crentes a crescer à imagem
de Cristo. Jesus idealizou sua igreja para que seja um corpo (1 Coríntios 12),
um reino de cidadãos e uma família que ativamente edifiquem uns aos outros até
atingirem a plenitude de Cristo (Efésios 2:19; 4:13, 29).
Somos
chamados a instruir uns aos outros sobre Cristo (Romanos 15:14) e a imitar
outros que seguem a Cristo (1 Coríntios 4:16, 11:1; 2 Tessalonicenses 3:7, 9).
Como discípulos, devemos, de maneira intencional, influenciar outros discípulos
para que eles também possam fazê-lo em outros (2 Timóteo 2:1-2).
OS DISCÍPULOS CONSTROEM
RELAÇÕES INTENCIONAIS
O
discipulado não é algo que simplesmente acontece. Precisamos ser intencionais
sobre o cultivo de relacionamentos profundos e honestos, nos quais fazemos bem
espiritual a outros cristãos. Embora possamos ter relacionamentos de
discipulado em qualquer lugar, o local mais natural para desenvolvê-los é na
comunidade da igreja local.
Na
igreja se ordena aos cristãos que se reúnam regularmente, encorajem uns aos
outros a alcançar a imagem de Cristo e protejam-se uns aos outros contra o
pecado (Hebreus 3:12-13; 10: 24-25).
Os
relacionamentos de discipulado que surgem a partir desse tipo de comunidade
comprometida deveriam ser programados e espontâneos.
Quando
estudamos a vida de Jesus, vemos que ele ensinou formalmente seus discípulos
(Mateus 5-7; Marcos 10:1) e ao mesmo tempo permitiu que eles observassem sua
obediência a Deus enquanto viviam juntos (João 4:27; Lucas 22:39-56).
Da
mesma forma, algumas de nossas relações de discipulado deveriam ser
programadas. Talvez dois amigos decidam ler um capítulo do Evangelho de João e
depois discuti-lo em um café ou ao se exercitar na academia. Talvez dois homens
de negócios leiam um capítulo de um livro cristão a cada semana e depois
conversem sobre ele durante uma caminhada com seus filhos na vizinhança, no
sábado. Talvez dois casais se encontrem uma vez por mês e conversem sobre o que
a Bíblia diz sobre o casamento.
Talvez
uma idosa piedosa possa fazer com que uma jovem solteira vá à sua casa nas
tardes de terça-feira para orar e estudar uma biografia cristã.
Talvez
uma mãe passe algum tempo no parque com outras mães toda semana.
Independentemente da forma, alguns de nossos discipulados deveriam envolver
tempos de leitura, oração, confissão, motivação e desafios mútuos para se
parecer mais com Cristo.
O
discipulado também pode ser espontâneo. Talvez alguns amigos possam ir ao
cinema juntos e depois comprem sorvete para conversar e comparar a mensagem do
filme com o que a Bíblia diz. Talvez um pai e um filho se sentem na varanda e
meditem sobre a glória de Deus refletida no pôr do sol.
Talvez
você convide visitantes da igreja para almoçar e perguntar como eles chegaram a
Jesus.
Sempre
precisamos ser intencionais, mas nem sempre precisamos estar programados.
De
fato, Deuteronômio 6 nos mostra que o discipulado acontece “quando você se
senta em casa, e quando anda na estrada, e quando se deita, quando se levanta”
(versículo 7).
Todo
momento é uma oportunidade para discutir quem é Deus e o que está fazendo.
Devido a sempre estarmos seguindo Jesus, sempre temos a oportunidade de ajudar
outras pessoas a segui-lo.
OS DISCÍPULOS DEPENDEM
DA GRAÇA
Embora
seja verdade que um discípulo de Jesus deve ajudar outros a segui-lo, devemos
sempre recordar que sem a graça de Deus que nos sustenta e fortalece, não
podemos fazer nada (João 15:5).
Independentemente
de você ser pastor, encanador, policial ou dona de casa, nunca negligencie de
sua necessidade da graça de Deus.
Quando
seguimos a Cristo e ajudamos outros a segui-lo, estamos conscientes de nossa
necessidade de graça. Fracassamos, pecamos, lutamos, mas felizmente a graça de
Deus abunda para seus filhos. Essas são as boas novas enquanto procuramos
seguir Jesus juntos e ser diariamente transformados à sua imagem gloriosa (2
Coríntios 3:18). Que possamos seguir fielmente a Cristo e ajudar os outros a
fazer o mesmo até vermos sua face. Venha logo, Senhor Jesus!
Garrett Kell Ele é o pastor sênior da Igreja
Batista do Rei em Alexandria, Virgínia.
Fonte:
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