MODISMOS E MISSÕES
O texto abaixo é de autoria e propriedade do Por Oswaldo Prado, - Missionário SEPAL - Servindo a Pastores e Líderes. Faculdade Teológica Sul Americana, Londrina Paraná. Brasil.. e publicado originalmente no Blog da COMIBAM. e foi publicado originalmente no Blog abaixo:Siga o link: https://www.comibam.org/pt/
Todos nós sabemos que a Igreja foi estabelecida para espalhar a glória de Deus por toda a Terra. Nada mais, nada menos que isso.
Exatamente
por isso temos hoje, em solo brasileiro, a semente do Evangelho de Cristo, que
foi plantada aqui, especialmente a partir de meados do século 19.
O
processo mais natural seria que esta Igreja Evangélica Brasileira, plantada por
missionários estrangeiros, se tornasse, a partir de então, um agente promotor
da glória do Senhor.
Mas não foi exatamente isso o que aconteceu. Esse Evangelho chegou até nós,
igrejas foram plantadas, vidas foram transformadas, mas a visão da missão da
Igreja ficou bem aquém daquilo que deveria ter acontecido.
Ou
seja, o Evangelho avançou muito, mas priorizando sempre as próprias
denominações e estruturas eclesiásticas, e também as suas posturas
apologéticas.
Algo
aparentemente inusitado veio a acontecer na década de 80, com um despertamento
missionário entre muitas igrejas do nosso Brasil.
Proliferaram
as conferências missionárias e muitos jovens e casais foram chamados e enviados
para muitos lugares deste mundo. Nosso país passou a ser visto como
"celeiro de missionários" e não mais como "campo
missionário".
Tendo
liderado por 10 anos uma agência missionária transcultural, pude ver com meus
próprios olhos o que Deus fez em nosso meio. Passamos de pouco mais de 800
missionários transculturais na década de 80 para mais de 2000 nos anos 90!
Quem
poderia imaginar algo assim?
Mas
o tempo passou... Hoje estamos, já, no século 21 e muita coisa aconteceu de lá
para cá, especialmente no que ser refere ao compromisso missionário de nossas
igrejas.
Existem vários fatores que têm se tornado em obstáculos para o avanço do labor
missionário. Mas, a meu ver, um dos fatores que tem capitaneado esta lista têm
sido os modismos que vem e vão, mas estão sempre presentes em nosso meio.
Somos
um povo evangélico que já deu provas suficientes que busca e persegue os
modismos.
A
história da nossa geração tem o estigma do descartável, portanto, da mesma
forma que algum tempo atrás estávamos imersos em algum tipo de liturgia ou
hinologia em nossas igrejas, hoje iremos notar que muita coisa mudou.
E como não poderia deixar de acontecer, esses modismos vieram comprometer,
especialmente nestes últimos anos, o avanço missionário brasileiro iniciado 20
anos atrás.
MAS,
O QUE SÃO ESSES "MODISMOS"?
São
movimentos cíclicos que surgem no meio da Igreja e que, na verdade, são modelos
que nascem muitas vezes fora do nosso contexto nacional, mas são vistos como um
grande recurso para o crescimento e sucesso de nossas igrejas.
Certamente
muitos deles tem sua validade. No entanto, a pergunta que deveria ser feita é a
seguinte: "Estes movimentos ou modismos tem ajudado o avanço da obra
missionária (mono e tranculturalmente) ou apenas tem levado nossas comunidades
a 'crescerem dentro delas mesmas'?.
Quantas de nossas igrejas hoje têm uma estrutura formada para servir a missão?
Nossa adoração têm nos levado a estar não somente diante do trono, mas também diante
do perdido e do oprimido?
Nossas
mensagens têm sido direcionadas a alimentar nosso rebanho e também a desafiá-lo
a servir "fora das portas"?
Nossas
reuniões administrativas têm servido para simplesmente gerenciar os negócios da
igreja ou para servir melhor aqueles que não fazem parte de nossa comunidade?
Os
recursos que tem entrado têm sido usados prioritariamente para manutenção da
estrutura funcional da igreja ou canalizados para sustentar missionários e
obreiros para plantação de novas igrejas?
Se estas
perguntas nos levarem a conclusão de que estamos servindo muito mais a nós
mesmos do que aqueles que não conhecem o Evangelho do Reino, então certamente
estamos imersos em algum tipo de modismo, que tirou nosso foco da missão da
Igreja.
Nesse
caso, o melhor de tudo é parar para refletir, orar e voltar ao caminho que
Jesus nos propôs: servir aos que não fazem ainda parte do Seu Reino.
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