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"Palavras de condenação ou preocupação estão
francamente soando vazias para o povo de Mianmar enquanto a junta militar
comete assassinatos em massa contra eles", disse ele. "O povo de
Mianmar precisa do apoio mundial."
Pelo menos 114 pessoas foram mortas no sábado (27)
durante protestos em 44 vilas e cidades em todo o país, de acordo com uma
contagem da agência de notícias independente Myanmar Now --o dia mais sangrento
de protestos desde um golpe militar no mês passado.
Entre os mortos está supostamente uma menina de 13
anos, que foi baleada em sua casa depois que as forças armadas da junta militar
abriram fogo em áreas residenciais de Meikhtila, na região de Mandalay, de
acordo com o portal. Ela estaria entre os 20 menores mortos desde o início dos
protestos.
A repressão letal ocorreu no Dia das Forças Armadas
do país. O general Min Aung Hlaing, líder da junta, disse durante um desfile na
capital Naypyitaw para marcar o evento que os militares protegem o povo e lutam
pela democracia.
Na sexta-feira (26), a mídia estatal do país
'alertou' que os manifestantes corriam o risco de levar tiros "na cabeça e
nas costas". Apesar disso, manifestantes contra o golpe de 1º de fevereiro
saíram nas ruas de Yangon, Mandalay e outras cidades.
De acordo com a última contagem da Associação de
Assistência para Prisioneiros Políticos, pelo menos 423 pessoas foram mortas em
Mianmar desde o golpe militar de 1º de fevereiro.
Um menino de apenas 5 anos, segundo a mídia local,
estava entre as pelo menos 29 pessoas mortas em Mandalay. Estima-se que outras
24 pessoas foram mortas em Yangon, disse Mianmar Now, de acordo com a Reuters.
"Hoje é um dia de vergonha para as forças
armadas", disse Sasa, porta-voz do CRPH (Committee Representing Pyidaungsu
Hluttaw), um grupo anti-junta criado por legisladores depostos, em um fórum
online.
Sasa chamou os líderes militares de seu país de
"assassinos" e implorou à comunidade internacional que tomasse
"medidas reais" contra a junta militar.
“Eles [militares] não deveriam ter acesso ao
mercado internacional de armas, a instituições financeiras e nem assistência ao
desenvolvimento. Por favor, façam tudo ao seu alcance para bloquear todos os
financiamentos, negócios e acesso aos mercados financeiros em sua jurisdição”,
disse ele.
"Quantos mais de nós precisaremos morrer antes
que você mude de sua resposta incremental para a ação real?"
Enquanto isso, um dos vinte grupos étnicos armados
de Mianmar, a União Nacional Karen, disse que invadiu um posto do exército
perto da fronteira com a Tailândia, matando 10 pessoas --incluindo um
tenente-coronel-- e perdendo um de seus próprios combatentes.
Um porta-voz militar não respondeu aos telefonemas
da agência de notícias em busca de comentários sobre as mortes pelas forças de
segurança ou o ataque insurgente a seu posto.
"Eles estão nos matando como pássaros ou
galinhas, mesmo em nossas casas", disse Thu Ya Zaw na cidade central de
Myingyan, onde pelo menos dois manifestantes foram mortos.
"Continuaremos protestando apesar de tudo...
Devemos lutar até a queda da junta militar."
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