92 PASTORES SÃO PRESOS POR GRUPO ARMADO EM MIANMAR
COMO É A PERSEGUIÇÃO AOS
CRISTÃOS EM MIANMAR?
O nacionalismo religioso é forte em Mianmar e impulsiona
grande parte da perseguição aos cristãos. Há uma ênfase crescente no budismo,
com exclusão de todas as outras religiões.
Os convertidos à fé cristã muitas vezes enfrentam
perseguição da família e comunidade por
abandonar ou “trair” o sistema de crença em que cresceram.
Comunidades que pretendem permanecer apenas budistas tornam a vida das famílias
cristãs impossível por não permitirem que usem recursos da comunidade, como água.
Igrejas bem estabelecidas foram atacadas e, em alguns
casos, monges budistas invadiram complexos de igrejas e construíram santuários
budistas em seu interior.
Grupos de
igrejas não tradicionais também experimentam oposição, especialmente aqueles
localizados em áreas rurais e/ou que são conhecidos por atividades evangelísticas. O
governo tenta agir contra os monges budistas extremistas, mas envia sinais
confusos, pois ficou claro que os monges extremistas contam com o apoio do
exército.
Mianmar é o cenário da guerra civil mais longa do mundo,
que começou em 1948. Embora muita atenção da mídia tenha sido dada à situação
dos muçulmanos rohingya, a guerra em curso
contra grupos insurgentes – que afeta, entre outros, os estados de Kachin, Karen e Shan (todos os quais têm uma forte minoria cristã)
– passou despercebida.
O estado de Chin, predominantemente cristão, também foi
afetado pelos combates. Os cristãos são vulneráveis à perseguição por grupos
insurgentes e pelo exército, e mais de 100 mil cristãos no Norte vivem em campos de deslocados internos,
onde são privados de acesso a alimento e cuidados de saúde.
A pandemia da COVID-19 trouxe desafios adicionais, uma vez que
muitos cristãos são deliberadamente negligenciados na distribuição de ajuda
governamental.
“Os feiticeiros da aldeia viriam para
destruir, para matar nossa missão e ministério e aqueles
que vivem aqui. Mas eles estão realmente com medo do ministério
que desenvolvemos porque estamos trazendo o evangelho.”
O
QUE MUDOU ESTE ANO?
Mianmar subiu uma posição na Lista Mundial da Perseguição 2021 em relação a 2020, refletindo a severa
perseguição em curso que muitos cristãos enfrentam. Os cristãos ex-budistas continuam encontrando uma
tremenda hostilidade da família e da comunidade local, enquanto os cristãos históricos continuam presos nas lutas
que assolam os estados de Kachin, Shan e Karen, todos com uma população cristã
significativa, bem como o estado predominantemente cristão de Chin.
QUEM PERSEGUE OS
CRISTÃOS EM MIANMAR?
O termo é usado para descrever diferentes situações que
causam hostilidade contra cristãos. Os tipos de perseguição aos cristãos em Mianmar são:
Nacionalismo
religioso, Paranoia ditatorial, Corrupção e Crime organizado.
As fontes de perseguição aos cristãos em Mianmar são: líderes religiosos não cristãos, oficiais do
governo, grupos religiosos violentos, líderes de grupos étnicos, parentes,
cidadãos e quadrilhas, partidos políticos, redes criminosas e grupos paramilitares.
QUEM É MAIS
VULNERÁVEL À PERSEGUIÇÃO EM MIANMAR?
Os cristãos no estado de Kachin, no Norte do país, estão especialmente expostos à
perseguição. Devido aos combates em curso, mais de 100 mil pessoas – a maioria cristã – estão vivendo
em campos de deslocados, a maior parte delas há anos, e o acesso humanitário a elas está bloqueado. Os combates também continuam
no estado vizinho de Shan, que tem uma grande minoria
cristã, especialmente no Norte. O estado de Chin, que é
predominantemente cristão, também foi local de muitos conflitos.
COMO AS MULHERES
SÃO PERSEGUIDAS EM MIANMAR?
Existe uma lei em Mianmar chamada Lei Especial de
Casamento para Mulheres Budistas. Ela foi introduzida em 2015 e estipula que um marido não
budista deve respeitar a prática do budismo da esposa. No entanto, essa
proteção não se aplica aos cristãos, reforçando o sentimento entre os cristãos
de que são vistos como cidadãos de segunda classe em Mianmar. Consequentemente,
mulheres cristãs casadas com homens não cristãos são pressionadas a seguir a
religião do marido. Isso impede o crescimento da igreja.
Além disso, essa lei – voltada principalmente para a minoria
muçulmana – também implica que as mulheres que se
convertem ao cristianismo ainda são consideradas budistas e tratadas como tal.
Mesmo em casamentos de religião mista, em que a mãe é cristã e o pai budista, o
pai costuma fazer com que a filha se case com um budista, e nem a mãe nem a
filha têm poder para impedir isso.
As mulheres convertidas mais jovens são vulneráveis à
prisão domiciliar, restringindo o acesso à comunidade e tornando impossível a comunhão com outros
cristãos. A deserdação às vezes é usada para aplicar pressão adicional sobre as
mulheres para que retornem ao budismo.
As mulheres, especialmente as pertencentes a minorias
étnicas ou religiosas, estão à mercê de militares, vulneráveis a abuso sexual e agressões físicas.
Relatórios não confirmados indicam que os militares são encorajados a se casar
com mulheres cristãs e
convertê-las ao budismo, incentivados pela promessa de dinheiro ou promoção.
Muitas mulheres se sentem resignadas a esse destino e veem esses casamentos como uma forma de escapar da
extrema pobreza e da insegurança.
Também há relatos que sugerem que mulheres cristãs no
estado de Kachin estão sendo traficadas
para a China para se tornarem “noivas”, onde são abusadas sexualmente com o objetivo de engravidarem. “Cerca de 130 mil kachin, mais de 90% dos quais são cristãos, foram deslocados dentro de seu estado”
na segunda metade de 2018, de acordo com o Wall Street Journal em dezembro de 2018. Os cristãos da etnia kachin foram expostos a atrocidades por muitos
anos – eles são até mesmo alvo dentro dos campos de deslocados internos, onde o
exército inflige mais atos de tortura.
COMO OS HOMENS SÃO
PERSEGUIDOS EM MIANMAR?
Os homens em Mianmar são os principais provedores do lar. Se eles perderem o emprego
ou forem forçados a deixar a aldeia por causa da fé em Jesus, o impacto
financeiro em uma família inteira pode ser paralisante. Essa é a dura realidade para muitos convertidos no
país.
Os homens cristãos podem enfrentar intensa perseguição no
exército, forçando muitos deles a abandonar a fé. O exército é conhecido por impor trabalho
forçado aos cristãos, para impedi-los de comparecer aos cultos de domingo e ter
acesso à comunhão cristã. Homens são alvos de recrutamento para milícias;
aqueles que se recusam enfrentam espancamentos e ameaças.
Alguns cristãos do sexo masculino pagam
o preço mais
alto por
seguir Jesus. Embora as estatísticas sejam evasivas, cristãos foram
sequestrados e mortos, supostamente pelo Exército Arakan.
Um meio eficaz de impedir que o cristianismo atravesse
gerações são as escolas Na Ta La. Essas escolas têm como objetivo converter crianças
cristãs, criando-as para se tornarem monges budistas. Ao entrar na escola, a
cabeça dos meninos é raspada, eles recebem
roupas de monges e circulam pela comunidade local mendigando por comida.
As autoridades também visam e pressionam os pastores. Isso
é feito com a intenção de fechar uma igreja ou intimidar a congregação mais ampla. Como as famílias
sem marido ou pai, as igrejas sem os líderes se sentem desamparadas e
vulneráveis.
O QUE A PORTAS
ABERTAS FAZ PARA AJUDAR OS CRISTÃOS EM MIANMAR?
Trabalhando com parceiros locais, a Portas Abertas fortalece os cristãos perseguidos em Mianmar
por meio da distribuição de literatura cristã, discipulado e programas de liderança, suporte no sustento, edificação familiar e matrimonial, e treinamento de crianças e jovens.
COMO POSSO AJUDAR
OS CRISTÃOS PERSEGUIDOS?
Além de orar por eles, você pode ajudar de forma prática doando para os
projetos da Portas Abertas de apoio aos cristãos perseguidos. Doando para esta campanha, você permite que um cristão ex-budista, em um país asiático, receba
capacitação para geração de renda durante dois meses.
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário, ele é muito importante para melhorarmos o nosso trabalho.
Obrigado pela visita, compartilhe e
Volte Sempre.