ESTRATÉGIAS PARA O PLANTIO DE IGREJAS

 


COMUNICAÇÃO DO EVANGELHO 

MODELOS E ESTRATÉGIAS

 

Nesta postagem gostaria falar sobre estratégias para plantio de igrejas. Obviamente há fatores distintos em épocas e contextos diferentes mas a proposta de hoje será analisar valores bíblicos que marcam grandes e visíveis movimentos de plantio de igrejas no mundo atual.

Analisando os escritos de David Garrison, as pesquisas mais recentes da World Mission e o banco de dados da WEC International além de contribuições pessoais de missiólogos como Patrick Johnstone, David Barrett, Bruce Carlton, J. Johnson e David Watson há possivelmente no mundo hoje mais de 200 grandes movimentos de plantio de igrejas em pleno andamento. Alguns deles são:

- Movimento de plantio de igrejas entre os Khmer no Cambodja onde 3.3 milhões de pessoas foram mortas no regime autoritário de Pol Pot’s entre 1975-1979. Vários cristãos também foram mortos e em 1985 não havia mais do que 450 evangélicos entre o povo Khmer. A partir de 1999 o número de evangélicos cresceu de 600 para mais de 60.000 divididos em 700 igrejas. Hoje registram-se mais de 100.000 evangélicos e mais de 800 templos registrados.

- Movimentos de plantio de igrejas na cidade de Kanah na China onde um rápido crescimento evangélico mudou o cenário de 3 igrejas reconhecidas pelo Estado para 57 novas igrejas dentro de dois anos. Em novembro de 1997 contabilizou-se mais de 450 em três províncias e mais de 18.000 pessoas entregaram-se ao Senhor Jesus. Hoje Kanah é uma das mais influentes regiões cristãs na China com mais de 500 igrejas reconhecidas.

- Movimento de plantio de igrejas entre os Kekchi na Guatemala onde este grupo com cerca de 400.000 pessoas vivendo na região de Alta Verapaz foi impactada pelo evangelho. Entre 1993 e 1997 mais de 20.000 pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e 245 congregações nasceram. Entre 1997 e 2000 outras 10.000 pessoas aceitaram ao Senhor Jesus e há entre eles hoje mais de 500 igrejas registradas.

- Movimento de plantio de igrejas entre os Kui na Índia, um grupo com 1.7 milhões de habitantes na região de Orissa, estado na costa leste da Índia. Os primeiros convertidos vieram para Cristo em 1914 com missionários ingleses. Nos anos 20 algumas poucas igrejas nasceram. A partir de 1988 mais de 100 igrejas nasceram, especialmente ligadas a missionários da Southern Baptist Mission. Entre 1988 e 1991 as igrejas aumentaram para mais de 200. Entretanto entre 1993 e 1997 houve um crescimento ainda maior e mais de 900 igrejas foram registradas entre os Kui com cerca de 80.000 convertidos.

- Movimento de plantio de igrejas entre os Giriama no Kenya onde, em 1970, 90% eram animistas. O movimento missionário teve início em 1974 e em 1981 um rápido e impactante crescimento de igreja tomou conta dos Giriama. Em três anos foram registradas o plantio de 180 igrejas após 5 anos se preparação e treinamento de obreiros leigos. A cada ano, desde 1993, registram-se o nascimento de, em média, 28 novas igrejas entre os Giriama e províncias ao redor.

- Movimento de plantio de igrejas no campo de refugiados na Europa, divisa com a Bulgária. Em 1995 um casal missionário começou ali um trabalho através do filme Jesus. Era um campo de refugiados onde pessoas do oeste europeu misturavam-se com pessoas da China, Sudão, Congo, Camarões e Angola. Em 1998 o casal missionário já contabilizava cerca de 15 pequenas igrejas de reuniões e até 1999 outras 30 novas igrejas nasceram. Hoje são mais de 60 pequenas igrejas, todas autóctones.

- Movimento de plantio de igrejas entre os Mizo na Índia com uma população de 686.000 pessoas. O evangelho chegou entre eles em 1894 através de missionários britânicos. Em 1900 contavam com 120 cristãos. Resultado do avivamento no país de Gales em 1904, um número expressivo de missionários foi enviado para os Mizo na Índia. Somente a partir dos anos 50, entretanto, os resultados passaram a ser mais visíveis e conversões em massa eram notificadas. Hoje 85% de todos os Mizo na Índia consideram-se cristãos.

- Movimento de plantio de igrejas na Etiópia, África, país com mais de 60 milhões de habitantes. Até 1994 não havia mais do que 1% de evangélicos no país. Entre 1994 e 1999 Great Harvest os Souls Mission registrou a conversão de cerca de 10 milhões de pessoas em todo o país. Hoje, 16% da população considera-se cristã. Great Harvest mencionou o estudo de caso de uma congregação a qual, entre 1995 e 1997 cresceu de 2.500 para 25.000 pessoas.

 

ALGUNS VALORES EM COMUM ENTRE ESTES 8 MOVIMENTOS DE PLANTIO DE IGREJAS.

a) A visão define a rota

Analisando mais de 90% dos processos de plantio de igrejas mais amplos e frutíferos pode-se notar que havia uma visão intencional de desenvolver um forte e impactante movimento de evangelização seja entre um povo, cidade ou país.

O valor aqui, portanto, é a visão pois nenhum campo missionário, ou ministério, é maior que a sua visão.

b) A missiologia estabelece os valores

Os valores que devem fundamentar um processo amplo de plantio de igrejas são diversos, mas mencionaremos os principais, presentes nos movimentos citados.

* ORAÇÃO.

Quando o homem trabalha, o homem trabalha. Quando o homem ora, Deus trabalha.

* ABUNDANTE EVANGELIZAÇÃO.

Nenhum tecnologia missionária substitui o poder da comunicação pessoal do evangelho. O evangelho precisa ser abundantemente comunicado em um processo de plantio de igrejas.

* FIDELIDADE À PALAVRA.

Há muitas estratégias de movimento de massa que são funcionais entretanto não são bíblicas. David Hesselgrave alerta-nos dizendo que “nem todo novo pensamento é dirigido pelo Espírito.

Nem tudo o que é novo é necessariamente bom. A Bíblia é antiga, o Evangelho é antigo e a Grande Comissão é antiga...”. Na verdade, ele defende que neste imenso mar de necessidades no mundo não alcançado precisamos entender que “o evangelho dá a direção... pois a Palavra precede a nossa visão”.

* LIDERANÇA LOCAL.

Todo amplo movimento de plantio de igrejas que tornou-se regionalmente duradouro contou com um forte envolvimento de pessoas locais desde a primeira fase. O investimento em pessoas locais, passando-lhes a visão, paixão e estratégias garantirá um processo de plantio de igrejas que vá além do posto missionário.

* UTILIZAÇÃO DOS LARES E ESTRUTURAS COMUNITÁRIAS.

Quase nenhum amplo movimento de plantio de igrejas poderá contar com uma estruturação paralela de construções para reuniões e cultos. O uso dos lares ou estruturas comunitárias para pequenos encontros viabiliza um rápido movimento de plantio de igrejas.

* PLANTIO DE IGREJAS PLANTADORAS DE IGREJAS. A reprodução de igrejas plantadas em uma segunda fase idealisticamente deve ser feita através dos frutos e não da raiz do movimento. Nesta etapa o(s) missionário(s) devem estar já assumindo uma posição de supervisão da visão e encorajamento, e não de linha de frente.

c) O TREINAMENTO PROVÊ AS FERRAMENTAS

Os 2.227 PNAs hoje existentes representam a massa étnica mais resistente ao avanço missionário em toda a história do Cristianismo.

A resistência está representada por barreiras geográficas, políticas, étnicas, culturais, linguísticas, cosmológicas, religiosas e espirituais.

Perante este desafio precisamos, mais do que nunca, de especialistas em distintas áreas. O tripé do preparo missionário transcultural, ao meu ver, deve enfatizar sempre a Missiologia, Antropologia e Linguística.

D) A ESTRATÉGIA DESENHA O MAPA

Conhecer o desafio perante nós é boa parte do processo construtivo de plantio de igrejas. Entretanto este conhecimento é apenas a ponta do iceberg.

É necessário desenvolver as estratégias que envolvam o plantio e amadurecimento de igrejas, treinamento de líderes, auto sustentabilidade e reprodução.

Perante um vulto expressivo de estratégias missionários de plantio de igrejas, gostaria de citar algumas as quais julgo expressivas:

* Mapeamento etno-cultural e geograficamente definido. Saber qual a extensão do desafio

* Análise cultural e fenomenológica. Entender as vias para a compreensão do evangelho.

* Comunicação inteligível e comunitária do evangelho.

* Adoração e vida diária da igreja na própria língua materna e cultura alvo.

* Rápida incorporação dos novos convertidos à vida da igreja.

* Consciência de urgência evangelística já transmitida no processo de discipulado.

* Identificação de líderes locais o mais cedo possível.

* Treinamento para líderes durante o processo de liderança.

* Descentralização da autoridade eclesiástica.

* Ênfase na reprodução.

* Supervisão contínua quanto ao amadurecimento espiritual.

* Modelo missionário: Inicie, discipule, reproduza, assista, encoraje e parta.

 

CONCLUSÃO

Uma alma vale mais que o mundo inteiro

 

 

 

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