O QUE É PLANTAR IGREJAS
O QUE É PLANTAÇÃO DE IGREJAS?
Um dos grandes desafios e temas do
tempo presente é a Plantação de Igrejas. Para isso, tem se percebido alguns
movimentos no Brasil e mundo que têm buscado discernir esse conceito da melhor
maneira. Em suma, a Plantação de Igrejas se constitui num processo de
multiplicação de cristãos são através do evangelismo e discipulado, formando
comunidades do Reino de Deus que se reproduzem naturalmente e intencionalmente.
Faz-se isso porque plantar igrejas é
a própria natureza da igreja de Jesus, é o testemunho histórico do cristianismo
e novas igrejas trazem vitalidade e ânimo, bem como cooperam para o cumprimento
do “Ide de Jesus”.
Vale-nos perceber que o Novo
Testamento nos mostra esse processo dinâmico e criativo aonde o povo de Deus
foi espalhando o Evangelho por todo o mundo conhecido através do discipulado e
evangelismo com a finalidade da formação de novas comunidades cristãs.
Em Atos 13.1-3, vemos a igreja
enviando Barnabé e Saulo para a obra missionária de plantar igrejas, bem como
em Atos 19.8-11 onde percebemos Paulo alugando uma sala na escola de Tirano e
discipulando pessoas durante dois anos, afim de que, através dessas vidas, o
Evangelho fosse espalhado por toda a Ásia. Podemos encontrar muitos outros
testemunhos bíblicos da plantação de igrejas.
Há poucos anos, Rubens Muzio
identificou aproximadamente 1.110 cidades no Brasil (contexto urbano) com pouca
ou nenhuma presença evangélica, sendo que a maior parte está na região sul do
país.
Diante disso, consideramos o fato e
necessidade de se desenvolverem cada vez mais projetos intencionais de
plantação de igrejas. Em grandes cidades, por exemplo, algumas igrejas
trabalham cuidadosamente seu crescimento integral para se reproduzir em novas
igrejas na cidade, a fim de ampliar o alcance do evangelho e consolidar a
denominação.
Isso não quer dizer que a igreja
plantada é uma “cópia” da igreja “mãe”. Em boa parte dos casos, essa
multiplicação de igrejas acontece justamente para atender demandas contextuais
e específicas dentro de uma cidade ou região próxima. Assim, plantam-se igrejas
estratégicas para a multiplicação.
Além disso, existe o desafio da
plantação de igrejas em contexto transcultural, ampliando assim esse desafio.
Para termos uma visão panorâmica do desafio transcultural no Brasil,
identifica-se a necessidade de plantar igrejas entre os seguimentos
socioculturais menos evangelizados: indígenas, ciganos/as, quilombolas,
sertanejos/as, ribeirinhos/as, estrangeiros/as no Brasil.
Por isso, o fato do movimento
evangélico estar crescendo no Brasil, não nos faz perceber que estamos perto de
superar o desafio que temos.
Alguns princípios se destacam na
experiência de plantadores/as de igrejas e na literatura sobre o assunto:
1) oração;
2) divulgação abundante do evangelho;
3) plantação intencional e não casual
de igrejas;
4) liderança local;
5) igreja célula ou igreja-casa.
Da mesma forma, percebe-se que
algumas atitudes podem atrapalhar a plantação e crescimento de igrejas:
1) exigir requisitos não bíblicos;
2) reproduzir padrões da igreja “mãe”
que não tem a ver com o contexto da plantação;
3) exigir estruturas “pesadas” e difíceis de manter;
4) plantação a partir de igrejas estéreis.
Nos movimentos de plantação de
igrejas identifica-se que seu desenvolvimento e consequente autonomia, estão
ligados ao conceito de igreja autóctone. Para isso, identifica-se as
características do autossustento (estrutura a partir das condições locais),
autogoverno (formação de liderança locais) e autoproclamação (difusão do
Evangelho).
Entende-se que o conceito de
autonomia não pode ser reduzido somente à situação financeira da igreja.
Podemos ter igrejas que se mantêm financeiramente, mas são extremamente frágeis
na difusão do Evangelho e na capacidade de multiplicar líderes através do
discipulado.
Uma forma eficaz para plantar igrejas
sadias é plantar a partir de uma igreja “mãe”. A igreja “mãe”, que aliás pode
ser mais de uma, tem condições de treinar e capacitar as pessoas que estarão
envolvidas na plantação, acompanhar, supervisionar e pastorear estas que serão
enviadas para este empreendimento.
Uma das grandes dificuldades dos/as
plantadores/as de igrejas é superar um falso senso de solidão e “abandono”
quando se sai para plantar, mas o acompanhamento e pastoreio exercido pela
igreja “mãe”, supre e não permite que isso se instale na vida deles/as.
A noção de ser parte de algo muito
maior, de participar de reuniões regulares do corpo, seguir uma agenda comum,
compartilhar dos recursos financeiros e humanos, traz segurança e superação a
todos/as.
Existem diversas estratégias para a
plantação de igrejas das quais menciono aqui as mais conhecidas: plantador
pioneiro; equipes missionárias; igrejas satélites; geração espontânea; projeto
tribal; adoção; transplante de famílias.
O que percebemos em todas elas, como
focamos no início, é o fato de que no processo de plantação valoriza-se o
desafio de se criar relacionamentos na comunidade onde a igreja está sendo
plantada e desenvolver o discipulado eficaz.
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