POVOS NÃO ALCANÇADOS - DEFINIÇÕES

 



POVOS NÃO ALCANÇADOS: O ÚNICO E PRINCIPAL OBJETIVO DE MISSÕES

por John Piper

 

1. DEFINIÇÕES DE POVOS NÃO ALCANÇADOS

Fundamentarei minha definição de “povo” e “povo não alcançado” em Mateus 24:14 e na estratégia missionária de Paulo definida em Romanos 15 (discutida na seção 3.5).

NO DISCURSO DAS OLIVEIRAS JESUS DISSE,

E este Evangelho do reino será pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações.

Pego nisso para implicar que para um povo a ser alcançado deve haver dentro dele um compreensível (Romanos 15:21) “testemunho” da verdade de Cristo.

Este testemunho deve estar bem enraizado para sobreviver na ausência de missionários, uma vez que Deus quer que o testemunho continue onde quer que tenha raízes (ou seja, ele quer que a igreja venha a existir em cada povo).

Os parâmetros de um “povo” serão determinados pelas capacidades naturais de entender este “testemunho”. Apocalipse 5:9 – “procedem de toda tribo, língua, povo e nação” – sugere que os obstáculos ao apreender o testemunho podem resultar a partir de um conjunto de fatores étnicos, linguísticos, culturais e políticos. Isso faz com que a definição precisa de “povo” seja virtualmente impossível.

A dificuldade é ilustrada pelas diferentes estimativas que David Barrett, Patrick Johnstone e Ralph Winter fazem.

Na World Christian Encyclopedia (Enciclopédia Cristã Mundial, Oxford, 1982) David Barrett faz referência a 8.990 grupos de povos etno-linguísticos no mundo (p. 110).

 

Ele diz: “Em nossa definição, os únicos grupos de povos que podem corretamente ser chamados de não alcançados são uns 1.000 e poucos cuja população, de cada uma delas, tem menos de 20 por cento das pessoas evangelizadas” (p. 19).

 

Mais especificamente, ele diz que há 636 grupos de povos que “não têm um número significativo de igrejas evangelizadoras e encontram-se em países com uma minúscula presença cristã” (p. 19).

 

Em Operation World (Operação Mundo, William Carey Library, 1986) Patrick Johnstone diz:

Todos os diferentes grupos etno-linguísticos com um carácter suficientemente distinto dentro de cada nação, para que a plantação de igrejas possa ser necessária, formam um total de 12017.

 

É possível que quase 9.000 destes já tenham uma igreja viável dentro da sua cultura e, portanto, estão minimamente alcançados. Restam pouco mais de 3000 para os quais ministérios transculturais de plantação de igrejas sejam iniciados ou terão de ser se todas as raças, tribos, povos e línguas (Apocalipse 7:9-10) têm de ser representados diante do trono do Cordeiro (p.32).

 

Em seu artigo, “Povos Não Alcançados: O desenvolvimento do conceito” (“International Journal of Frontier Missions”, 1/2, 1984, pp 129-61), Ralph Winter faz seu palpite inicial que 16750 a 17000 dos povos são não alcançados, para deixar mais claro que é um palpite. “Neste momento da história, é muito ruim que ninguém possa fazer melhor do que adivinhar números. Isso é o que faz a MARC … Todo mundo está adivinhando. Estamos pedindo ajuda “(p. 147).

Ele explica a discrepância entre sua estimativa de 24.000 povos no total em todo o mundo e a estimativa de Barrett de 8.990 com uma ilustração. Tradutores da instituição Wycliffe, por exemplo, vão para o sul do Sudão e contam quantas línguas existem lá para saber em quantas línguas a Bíblia deve ser traduzida para alcançar todos com a Palavra escrita. Eles chegam ao número de 50.

A Gospel Recordings também vai para o sul do Sudão e contam o número de idiomas que vai exigir diferentes traduções orais. Eles chegam ao número de 130. A proporção entre 50 e 130 é quase idêntica à proporção entre 8.990 de Barrett e os 24.000 de Winter.

Parece-me que cada agência missionária terá de decidir qual a definição de “grupo de pessoas” e “povos não alcançados” eles devem usar e, em seguida, trabalhar suas estratégias nessas definições. Essa decisão não é meu objetivo aqui.

A minha é mais básica: a saber, todo esse conceito de almejar povos é bíblico? É a tarefa única e primordial do esforço missionário da Igreja visar alcançar mais e mais grupos de pessoas ou, simplesmente, ganhar mais e mais pessoas?

 

A resposta a esta questão terá um peso significativo na estratégia de missão, independentemente de como os grupos são contados.


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