ANTES DE PARTIR PARA O CAMPO MISSIONÁRIO
RELACIONAMENTO IGREJA
x MISSIONÁRIO
Em se tratando do
relacionamento da igreja local com aquele que se diz chamado por Deus para ir
ao campo missionário, importa que a igreja estabeleça um canal de comunicação
com o futuro missionário.
É fundamental que
a igreja local realize encontros para constatar o chamado missionário do
candidato e, então, estabeleça metas iniciais para ele. Essas metas iniciais se
dão através da verificação constante do espírito de submissão do candidato
junto ao seu orientador, de sua participação efetiva nos trabalhos da igreja,
da demonstração de zelo pela área de evangelismo local, da contribuição para a
visão missionária mundial de sua igreja, da oferta de apoio irrestrito ao
departamento de missões e de sua participação financeira na vida de outros
missionários.
A igreja local tem
um papel importante no processo de seleção e envio do missionário. Até mesmo as
agências paraeclesiásticas reconhecem que a base de apoio do seu trabalho
missionário está na igreja local. Rudy Girón declara que a melhor entidade para
autenticar o chamado de alguém para missões é a igreja.
Em contrapartida,
há quem veja as falhas da igreja local em assumir seu papel no processo de
seleção, preparo e envio do missionário. Afirma-se que ela tem enviado os
candidatos para seminários e escolas de treinamento sem conhecê-los bem e sem
ter tido uma contribuição significativa em suas vidas, crendo que todo o
treinamento será efetuado por essas instituições.
Quando a igreja
local falha em preparar seus candidatos para o campo missionário, os resultados
são candidatos sem experiência cristã consistente, sem prática ministerial e
sem conhecimento da Palavra de Deus e do próprio Cristianismo.
Temos que
compreender a vital importância da igreja local no preparo do missionário. O
contato de longo prazo, o ensino da Palavra, a vida em comunidade e o
crescimento mútuo de cristãos que se amam e ajudam uns aos outros a viver
dignamente no Senhor é a melhor escola missionária.
O missionário
levará consigo para o campo as atitudes e o modelo que fizeram parte de sua
formação cristã, repetindo e imitando o que experimentou e viveu (muito mais do
que aprendeu numa escola formal, embora precise dela também, para complementar
seu conhecimento teológico e missiológico).
A igreja local tem
algumas responsabilidades específicas no processo de formação de um futuro
missionário nos momentos que antecedem e sucedem o seu envio. Primeiramente,
identificando missionários em potencial. A igreja local tem “um assento na
primeira fileira” para a tarefa de reconhecer aqueles a quem Deus deu dons para
o serviço transcultural.
Sendo assim, a
igreja local está posicionada de forma singular para ser a mentora de futuros
obreiros transculturais no desenvolvimento do caráter e experiência
ministerial, assim como cuidar deles ao longo do processo do preparo
missionário.
Além de a igreja
local amar e se comprometer com seus obreiros, os resultados podem aumentar
grandemente se ela abraçar o povo e a tarefa com os quais seu missionário está
comprometido.
Por fim, o cuidado
de qualidade é também essencial. Os missionários enviados pela igreja continuam
a fazer parte do corpo e, conseqüentemente, debaixo do cuidado espiritual e
pastoral da igreja.
As igrejas,
segundo a parte que lhes cabe, precisarão aceitar que seu papel de enviadora
consiste de sérias responsabilidades. Os líderes precisarão investir tempo,
estabelecer sistemas, recrutar as pessoas certas para papéis estratégicos e
reconhecer que a tarefa continua enquanto o trabalho do obreiro estiver sendo
feito.
Se uma igreja não
está disposta a se comprometer com o envio, então, a igreja e o futuro obreiro
devem avaliar seriamente se essa igreja deve ser a igreja enviadora.
Quando se olha
para o processo de preparo do missionário, fica evidente a participação da
igreja local. Ela é responsável por participar decisivamente desse processo de
preparação e contribuirá grandemente para a formação do missionário.
Em cooperação com
a igreja local está a agência ou junta missionária desempenhando um papel distinto
do da igreja. Contudo, colaboração deve ser a palavra de ordem. A ideia de
competição no Reino de Deus não deve ser cultivada e muito menos praticada...
Existe uma
cooperação que consiste em três agentes:
A igreja
enviadora, agência ou junta denominacional e a agência paraeclesiástica. Todos
com papéis bem definidos e biblicamente fundamentados.
As igrejas
combinam esforços através dessas juntas denominacionais criadas para servir
suas igrejas no envio, no sustento e na administração do trabalho missionário,
que vai além do escopo dos ministérios de suas igrejas locais.
Já as agências para
eclesiásticas enfatizam um nicho da tarefa missionária em particular. Enquanto
totalmente cristãs e freqüentemente evangelísticas, estas organizações
transcendem a identidade denominacional e buscam apoio vindo de um espectro
mais amplo formado por outros grupos cristãos.
Essas agências nem
sempre prestam contas às igrejas nem estão debaixo de sua supervisão, porém
elas existem para servir às igrejas, fornecendo-lhes um canal para uma
estratégia específica, que vai além da capacitação e da habilidade da igreja
local. Contudo, é de bom tom frisar que tais agências não veem seu ministério e
contribuição a missões como substitutos à igreja local, mas como cooperadores
dela.
Assim sendo, e por
ser a igreja local limitada quando se trata de fazer missões, uma estrutura
mais ampla de cooperação se torna necessária, algo que ajude a igreja a fazer
seu trabalho missionário. Tal estrutura pode ser uma secretaria denominacional
de missões, que coordena os esforços missionários das igrejas afiliadas, ou uma
missão interdenominacional que conta com a colaboração de igrejas de vários
contextos eclesiásticos.
O papel das
agências missionárias quanto ao preparo é o de fornecer treinamento
especializado e mais profundo. Com relação à seleção do candidato, é o de
confirmar a seleção em relação ao ministério e vida transcultural.
A respeito do
envio, o papel da agência é o de cuidar da burocracia, dos contatos no campo,
da logística e da estratégia a ser adotada.
Em se tratando do
sustento do missionário, a agência se responsabiliza por estabelecer o nível de
sustento necessário no campo, canaliza esse sustento e verifica se é
suficiente.
Após o envio do
missionário ao campo, a agência tem a tarefa de coordenar a estratégia e o
trabalho em equipe, ajudar a igreja como orar, enviando cartas de oração e
mantendo contato com a igreja sobre eventuais necessidades, manter comunicação
constante com o missionário e com sua igreja, controlar o tempo adequado de
permanência e a logística em caso de retorno do campo, verificando a saúde, as
atividades e o tempo de descanso do missionário.
Se tanto a igreja
quanto a agência estiverem bem envolvidas em colocar o obreiro no campo, este
“triângulo de envio” torna-se crucial. Não apenas o futuro obreiro e agência se
comprometem um com o outro, mas a igreja enviadora e a agência precisam também
se comprometer uma com a outra
Como se pode
notar, o papel da agência ou junta missionária não é conflitante com o papel da
igreja local. Muito pelo contrário, igreja e agência podem e devem colaborar
para que a obra missionária avance e o Reino de Deus se expanda. Portanto, as
etapas que antecedem à chegada do missionário ao campo são mais complexas e
críticas do que muitos podem imaginar.
A convicção de
chamada faz com que o candidato a missionário se coloque à disposição do Senhor
da seara, para que Ele o prepare, aumentando em seu coração um fervor pela obra
missionária e a evangelização das nações.
Quando chega o
momento do treinamento, os desafios parecem aumentar. Mesmo que não haja
unanimidade no estabelecimento de uma grade curricular, o que se sabe é que um
missionário bem treinado e capacitado terá maiores chances de executar bem a
obra missionária que lhe foi confiada.
Para que esse
envio seja bem-sucedido e a permanência do missionário no campo seja por tempo
satisfatório, tanto igreja local quanto junta ou agência missionária necessitam
cooperar entre si, facilitando e motivando-se mutuamente no exercício de seus
papéis. Dessa forma, não apenas a obra missionária alcançará seus objetivos,
mas o Senhor da obra receberá a glória que Ele tanto merece.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADIWARDANA,
Margaretha. Treinamento formal e não formal anterior ao campo.
TAYLOR, William D.
(edit.). Valioso demais para que se perca. Londrina, Descoberta, 1998. p.
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BURNS; MACHADO,
2009, p. 753-759.
LIVINGOOD, 2010.
Antes de chegar ao campo missionário 451 Revista Batista Pioneira vol. 6 n. 2
Dezembro/2017 Parte superior do formulá ATKINS, Andrew. Know your own culture: a neglected tool for
cross-cultural ministry. Evangelical Missions Quarterly.
July 1990. Disponível em: https://emqonline.com/node/1659 .
Acesso em: 6 maio
2015. BÍBLIA Sagrada: Nova Versão Internacional. São Paulo: Vida, 2003.
BRADFORD, Kevin D.
Preparando-se para a viagem missionária.
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