MISSÕES ATÉ OS CONFINS DA TERRA




ALCANÇAR SIMULTANEAMENTE JERUSALÉM... E OS CONFINS DA TERRA...


...E que em Seu Nome seria pregado o arrependimento para o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém.. .Lucas 24:47,48

Já se vão alguns anos desde que fui chamado por Deus para me envolver com a Obra Missionária, promovendo missões em várias Igrejas onde estivemos a pregar.
Geralmente naquela época quando alguém era convidado para pregar em um culto ou alguma festividade de jovens o que se esperava era uma mensagem cheia de retórica convincente, daquelas capazes de atravessar os corações e fazer o povo chorar lagrimas de grande avivamento com toda expressão emocional inerente.
Mas neste texto quero confessar para vocês que a mensagem que anelo do Senhor é uma que provoque decisões práticas e duradouras e que leve a Igreja a assumir um compromisso sério e definitivo de vida com Jesus.
O tema escolhido por vocês encontra-se no Evangelho de Lucas 24.27. (... em todas as nações, começando por Jerusalém)
Agora vamos atentar para as palavras do Senhor Jesus que encontramos em Atos 1:8: "Recebereis poder, ao vir sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra."

Estas são as últimas palavras proferidas por Jesus, aqui na terra antes de voltar para o Céu.  A pergunta que fica é: Será que Jesus não escolheu com cuidado essas palavras?

Certamente que sim e certamente Ele espera que prestemos cuidadosa atenção a elas. Mesmo numa leitura superficial fica claro que a preocupação de Jesus é com o mundo inteiro.

Mas além desse sentido óbvio, esta palavra de Jesus contém uma estratégia. Uma tremenda estratégia, uma estratégia capaz de alcançar o mundo dentro de uma geração!

Imagine se nós que amamos a volta de Jesus, ficarmos envolvidos primeiramente com a evangelização de nossa Jerusalém para apenas depois nos voltarmos à evangelização de outras cidades ou nações.

Como muitas vezes acontece na Bíblia, o segredo da estratégia estabelecida por Jesus, está nas pequenas palavras, no caso
"tanto . . . como . . . e".

Observe, por favor, que Jesus não disse:  "Ser-me-eis testemunhas primeiro em Jerusalém, depois em toda a Judéia e Samaria, e finalmente, se um dia sobrar tempo, mão de obra e dinheiro, até aos confins da terra."

Precisamos Ter muito cuidado com o texto sagrado pois o termo “primeiro em Jerusalém” não aparece em Atos 1.8 como muitos enfatizam.

Consideremos que Jerusalém não era a cidade dos primeiros discípulos já que eles vieram de Cafarnaum e da Galiléia. Portanto, “se primeiro Jerusalém” significa evangelizar primeiro “sua cidade”, então os primeiros discípulos não poderiam começar por Jerusalém, mas deveriam voltar para Cafarnaum  para começar de lá a evangelização. 

Infelizmente, é assim que estamos conduzindo a coisa, de modo geral? E isto acontece por falta de uma análise mais acurada do texto sagrado. A expressão  "tanto . . . como . . . e", que indica o princípio de simultaneidade. 

Simultaneamente temos que nos esforçar para alcançar a nossa "Jerusalém, Judéia e Samaria" e os confins. Se um dia, de forma geral, assumirmos efetivamente esta estratégia terminaremos de alcançar o mundo nesta nossa geração. Se os Apóstolos conseguiram por que nós não podemos?

Os Apóstolos, e presumivelmente a geração discipulada por eles, entenderam e obedeceram esta estratégia de Cristo. Tanto assim que naquela geração, começando com aquele punhado de gente (lembrando também que não dispunham da tecnologia moderna), praticamente conseguiram alcançar o seu mundo.

O Apóstolo Paulo fez planos para alcançar a Península Ibérica. Mas infelizmente após a era apostólica a Igreja foi perdendo essa visão e assim ficou através dos séculos, até os dias atuais.

Como conseqüência deplorável da perda dessa visão, de lá para cá, através dos séculos e até hoje a maioria das pessoas nascem, vivem e morrem sem uma vez sequer ouvir falar de Jesus Cristo. É a maior calamidade pública de todos os tempos!

Vejam só. Se a partir de hoje, de forma geral, o povo de Deus assumisse efetivamente a estratégia de Jesus, com certeza deveria acontecer o seguinte:

Os muitos jovens que Deus está chamando receberão apoio e sustento de suas igrejas. Deverão se preparar adequadamente, inclusive adquirindo as ferramentas para lidar com outras línguas e culturas (quero lembrar que muitas destas línguas ainda não foram estudadas). Uma vez preparados serão semeados pelo mundo inteiro, nas áreas e junto aos povos onde ainda não existe acesso efetivo ao Evangelho.

Gastarão uns dois anos adquirindo um domínio da língua e cultura local que permita começar a falar de Jesus sem perigo demasiado de promulgar heresias. Daí para frente deverá haver conversões e o surgir de novas igrejas onde nunca tinha.

Agora, essas igrejas deverão também abraçar esta estratégia de Cristo, e com isso começarão a evangelizar não somente na sua "Jerusalém" mas também na "Judéia" e "Samaria". Dessa forma, dentro de uma geração não sobraria povo ou lugar sem acesso efetivo ao Evangelho de Cristo.

Para exemplificar, existem tribos indígenas no Brasil que há poucos anos receberam pela primeira vez a Palavra de Deus onde os crentes já se preocupam não somente com o resto da sua etnia, sua "Judéia", mas inclusive querem enviar missionários para outras tribos.

Aqui eu gostaria de tecer algumas observações quanto à situação e ao potencial do Brasil. Será que nossas igrejas e lideranças evangélicas estão entendendo e seguindo esta estratégia missionária de Cristo?

Qual é o enfoque principal das nossas igrejas? Não seria o evangelismo local, a nossa "Jerusalém"? Tudo bem até aí. E a nossa "Judéia"? Bem, a coisa não anda totalmente mal; está havendo um esforço visível no sentido de abrir novos trabalhos no interior dos estados, em lugares onde ainda não tenha igreja da "nossa" denominação, etc. 

E a nossa "Samaria"? Já que a Samaria representava uma cultura diferente encravada no território judeu, proponho que consideremos os povos indígenas do país como sendo a nossa "Samaria".  Assim sendo, como anda nosso desempenho?

Para começar, dos 251 grupos indígenas distintos que existem no país pelo menos a metade não tem trabalho evangélico ainda.

Se não me engano, “a esta altura”, os missionários de origem estrangeira vivendo e trabalhando com índios no país já estão na minoria. Devem existir mais de 300 obreiros nacionais agindo dessa forma. Já é alguma coisa, mas será que podemos ficar complacentes diante desse quadro? O ingresso no país de novos missionários estrangeiros vem sendo difícil, e os que já estão aqui muitas vezes encontram restrições diversas. A vantagem que o obreiro nacional leva é óbvia, e deve ser explorada.

E os "confins da terra", as 2.000 etnias sem sequer porta-voz de Cristo ainda, os mais de 12.000 "povos não-alcançados"?

Temos que mudar esse quadro; temos que nos esforçar no sentido de realizar o grande potencial que o povo evangélico do país representa em prol do Reino de Deus.

Precisamos levar a sério a ordem de Cristo. Vamos dar respaldo a nossos jovens que Deus está chamando para trabalho transcultural.

Em vez daquele "balde d’água fria" ["O quê!? Pode já tirar da tua cabeça essa idéia boba! Você não vai ser missionário coisa alguma; precisamos de você É por aqui. Quando terminarmos de ganhar todo mundo em nosso estado, aí será tempo suficiente de olhar mais longe." Etc.] vamos incentivá-los, incentivá-los a se prepararem adequadamente (dando o sustento necessário) e aí a seguirem efetivamente para os campos do mundo. 

Vamos ajudá-los a achar a infra-estrutura apropriada para poderem trabalhar de forma eficiente. Talvez seja preciso, inclusive, colaborar com a manutenção de tais infra-estruturas. Enfim, vamos fazer o necessário para alcançar os confins da terra durante esta nossa geração!

 Amados irmãos, desse jeito não dá! Ninguém deve pensar em enfrentar trabalho transcultural sem se preparar devidamente. Esse preparo deve incluir as ferramentas para enfrentar novas línguas e culturas, impreterivelmente.

Ainda mais importante, imprescindível mesmo, o obreiro precisa ser um discípulo verdadeiro de Jesus Cristo e tem que saber como conduzir a guerra espiritual.



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