POVOS MINORITÁRIOS
POVOS MINORITÁRIOS NO BRASIL
O cenário brasileiro em termos eclesiológicos passa por um delicado momento de
afirmação e necessidade de aprofundamentos, e neste sentido diante deste
cenário, há uma clara necessidade de estabelecimento de foco para ações
missionárias voltadas também para o ambiente interno.
Hoje,
caso os conceitos importantes não forem bem estabelecidos, corre-se o risco de
incidir no relativismo e, portanto, as ações missionárias serem relegadas a
outra roupagem de serviço cristão local.
Com
base nesta situação, há poucos anos, houve um movimento coordenado pelo
missionário Ronaldo Lidório que estabeleceu uma classificação própria de povos
não alcançados para o Brasil chamada de: “povos minoritários”. Com vistas a
oferecer um alerta a Igreja brasileira sobre a necessidade de se estabelecer
alvos práticos para o alcance de tais grupos. De acordo com Lidório (2014) no
Brasil há oito segmentos reconhecidamente menos evangelizados, sendo sete
socioculturais e um socioeconômico, são eles:
1. INDÍGENAS: com 117 etnias sem
presença missionária e sem o conhecimento do Evangelho. Estas etnias, com pouco
ou nenhum conhecimento de Cristo, espalham-se por todo o Brasil com forte
concentração no Norte e Nordeste.
2. RIBEIRINHOS: na bacia amazônica há
37.000 comunidades ribeirinhas ao longo de centenas de rios e igarapés. As
pesquisas mais recentes apontam a ausência de igrejas evangélicas em cerca de
10.000 dessas comunidades.
3. CIGANOS (sobretudo da etnia Calon):
Há cerca de 700.000 Ciganos Calon no Brasil e apenas 1.000 se declaram crentes
no Senhor Jesus. Os Ciganos espalham-se por todo o território nacional nas
grandes e pequenas cidades, vivendo em comunidades nômades, seminômades ou
sedentárias.
4. SERTANEJOS: Louvamos a Deus por tudo
que tem ocorrido no Sertão nos últimos 10 anos – centenas de assentamentos
sertanejos evangelizados e muitas igrejas plantadas. Há, porém, ainda 6.000
assentamentos sem a presença de uma igreja evangélica.
5. QUILOMBOLAS: Formados por comunidades
de afrodescendentes que se alojaram em áreas mais ou menos remotas nos últimos
200 anos. Há possivelmente 5.000 comunidades quilombolas no Brasil, sendo 3.524
oficialmente reconhecidas. Estima-se que 2.000 ainda permaneçam sem a presença
de uma igreja evangélica.
6. IMIGRANTES: Há mais de 100 países bem
representados no Brasil por meio de imigrantes de longo prazo com uma população
de quase 300.000 pessoas. Dentre esses, 27 são países onde não há plena
liberdade para o envio missionário ou pregação do Evangelho. Ou seja,
dificilmente conseguiríamos enviar missionários para diversos países que estão
bem representados entre nós, sobretudo em São Paulo, Brasília, Foz do Iguaçu e
Rio de Janeiro.
7. SURDOS: com limitações de comunicação:
Há mais de 9 milhões de pessoas nesta categoria em nosso país e menos de 1% se
declara crente no Senhor Jesus. Há pouquíssimas ações missionárias
especificamente direcionadas para os surdos em todo o território nacional.
8. OS MAIS RICOS DOS RICOS E
OS MAIS POBRES DOS POBRES
O oitavo segmento não é
sociocultural como os demais, mas socioeconômico. Divide-se em dois extremos:
os mais ricos dos ricos e os mais pobres dos pobres. As últimas pesquisas
nacionais demonstram que a presença evangélica é expressiva nas escalas
socioeconômicas que se encontram entre os dois pontos, porém sensivelmente
menor nos extremos. Em alguns Estados brasileiros há três vezes menos
evangélicos entre os mais ricos e os mais pobres do que nos demais segmentos
socioeconômicos.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
De acordo com Lidório (2014) a Igreja de Cristo
foi chamada para ser sal da terra e luz do mundo onde estiver e por onde passar
(Mt 28.19) e foi-lhe entregue também um critério de prioridade nas ações
evangelizadoras: onde Cristo não foi anunciado (Rm 15.20).
É, portanto, momento de orar pelo mundo sem
Cristo, pôr a mão no arado e não olhar para trás. Partindo então deste ideal,
este livro é um esforço de reafirmar a atenção para Povos Não Alcançados na
Igreja, e neste sentido, a seguir, estão divididos os capítulos em perspectivas
teológicas, estratégicas e pessoais voltadas para os chamados PNAs.
Por fim, em meio a árdua tarefa de alcance destes
povos, temos esperança, pois cremos no Deus do impossível, entendendo que a
tarefa é sobretudo Dele e confiamos, conforme diz o profeta Habacuque (2.14),
que a “terra se encherá do conhecimento da Glória do Senhor assim como as águas
cobrem o mar”.
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