IGREJA LOCAL E MISSÕES
MISSÕES NA IGREJA
“Pelo que, tendo este ministério, assim como já alcançamos misericórdia, não desfalecemos.” II Coríntios 4.1
A igreja local é o principal
instrumento de Deus para evangelizar o mundo. Isso é muito importante se
queremos cumprir o mandamento de Cristo: pregar o Evangelho a toda criatura.
Acreditamos ser este conceito de fato e biblicamente correto. Temos um
compromisso bastante forte com a primazia da igreja local nos planos de Deus.
O pastor/superintendente precisa
ser o principal motivador e influenciador do trabalho missionário na igreja
local e deve, em cooperação e comum acordo com os seus líderes, liderar a forma
de mobilizar a igreja local.
Temos verificado que, apesar do sistema ou estrutura da igreja, o pastor
deve estar à frente de cada área, caso a mesma deseje maximizar seus esforços
para alcançar o mundo para Cristo. Bom seria se toda iniciativa do trabalho
missionário fosse do superintendente. Porque ficaria mais fácil a mobilização
de outras pessoas no trabalho. Nem sempre acontece assim, talvez porque o
pastor já esteja envolvido com muitas atividades na igreja e não tem mais tempo
para assumir outro desafio.
Não podemos esquecer que, para o bom andamento do trabalho é necessário
haver uma unidade de visão entre os componentes da equipe e o pastor, mesmo que
ele não esteja ligado diretamente.
A igreja local deve desenvolver
uma visão de que é responsável pela evangelização global. Missões deve ser a
personalidade de sua igreja e não somente um programa. Missões deve ser a
missão da igreja. Deve permear cada aspecto e fase da vida da igreja. Não deve
ser um programa segmentado, um “departamento” ou apenas um de muitos programas
que a igreja realiza.
É necessário reconhecermos que, há muito tempo, o trabalho evangelistico
e missionário tem sido segmentado em nossas igrejas. Isso precisa ser
mudado.Devemos entender que mobilização/ conscientização é um processo e não um
“conserto rápido.”
O PROPÓSITO DE DEUS NA IGREJA
É MISSÕES
Ela tem que manifestar ao mundo a sabedoria e a glória de Deus. É
o canal para a propagação dos eternos propósitos de Cristo Jesus (Ef. 3.
10,11).
O Antigo Testamento não contém missões, mas há missões em ação! Podemos
ver desde Gênesis até Malaquias que o propósito de Deus é anunciar seu amor e
sua mensagem de salvação a todos os povos. Missões, hoje, é tarefa de todas as
igrejas e que muitos estão perdendo muitas bênçãos por não estarem envolvidas
na obra missionária (At. 8. 4). Igreja particular, co-responsável pela
evangelização do mundo.
Há 500 anos estamos na América Latina acostumados de identificar o
“missionário” com alguém que chega e “vem” de fora. Custa-nos compreender que o missionário também “vai”, parte das
nossas igrejas, de nossos Países para outros lugares, países e continentes.
De fato, o longo dos séculos passados chegaram em nossos países milhares
e milhares de missionários do velho continente. Mulheres e homens optaram pela
missão em algum País na América Latina e no Caribe ou foram enviados por sua
ordem ou congregação.
Talvez seja esta a razão por que
em nossas Igrejas existia e ainda existe uma certa despreocupação em relação à
própria responsabilidade missionária. A Igreja local se evangeliza a si mesma
cumprindo o mandato do Senhor.
Uma pergunta recorrente:”Como é que podemos enviar missionárias e
missionários para fora da cidade se nós mesmos não temos pessoal suficiente?”
Cada Igreja local ou particular é co-responsável pela Igreja inteira e
por sua missão de evangelização dos povos. Para permanecer na comunhão e
realizá-la efetivamente, a Igreja particular deve pôr em comum seus recursos
espirituais e materiais, a serviço da difusão do Evangelho.
As missões‚ “ad gentes” não são, portanto, algo facultativo para a
Igreja local, mas fazem parte constitutiva de sua responsabilidade. As missões
não são apenas tarefa das Agências Missionárias. A maturidade de uma Igreja
local é fortalecida, na medida em que ela se abre a outros horizontes e
contextos, sociais e culturais: passa, então, a assumir, co-responsavelmente, o
mandato do Senhor de evangelizar todos os povos.
Por isso mesmo uma Igreja local não pode esperar atingir a plena
maturidade eclesial e, só então, começar a preocupar-se com a missão para além
de seu território. A maturidade eclesial é conseqüência e não apenas condição
de abertura missionária. Estaria condenando-se à esterilidade a Igreja que
deixasse atrofiado seu Espírito missionário, sob a alegação de que ainda não
foram plenamente atendidas todas as necessidades locais.
A
globalização aproximou-nos de uma maneira extraordinária aos confins do mundo. Esses confins, no entanto, atravessam não somente o continente
latino-americano. Atravessam o nosso país e passam na frente de nossa casa.
Por um lado, vivemos
mais próximos, uns dos outros, mas, ao mesmo tempo, mais distantes daqueles próximos
que foram excluídos do convívio social, porque perderam o seu trabalho, a sua
casa ou a sua terra.
No Brasil, temos um
carinho especial e profético com esses “perdedores da globalização”, com os
sem-terra e os povos indígenas, que lutam pela terra, com os sem-teto e os
migrantes que perderam o seu lar, com os desempregados e os explorados por um
salário miserável.
O mundo globalizado
ergueu novos muros entre ganhadores e perdedores, entre ricos e pobres e esta
deixando uma parte crescente da humanidade com cada vez menos esperança.
No Brasil, país rico com
uma imensidão de pobres, laboratório de riquezas mal distribuídas e de
desespero crescente, procuramos, a partir de uma profunda indignação profética,
forjar novas razões de esperança e uma paixão missionária renovada que nos
compele a ir além de todas as fronteiras.
À primeira vista, a
globalização parece favorecer a missão universal do Povo de Deus. Diariamente
chegam as notícias do mundo inteiro a nossos lares.
As viagens a outros
países e continentes são bastante cômodas se as compararmos com as viagens dos
missionários que vieram evangelizar este continente. Mensagens de solidariedade
podem ser enviadas com muita rapidez. Somos capazes de interligar e
fortalecer-nos, mesmo vivendo longe um do outro.
A globalização
transformou a humanidade de um conjunto de ilhas, culturas distantes e povos
separados em uma grande rede que nos conecta. Mas nem todos vivem conectados. A
grande maioria da humanidade continua desconectada do progresso, da fartura e
do bem-estar e luta diariamente por um pedaço de pão. O mundo globalizado cria
vítimas e exclui, gera violência e desespero, despreza a vida dos inocentes e
dos pacíficos.
A globalização desafia a
nossa missão. O mundo pode ser diferente! Missão é visão! No mundo “volátil”,
“light” e “portátil”, no mundo da dispersão dos grupos humanos, das migrações e
da flexibilidade complexa das relações humanos, a identidade, antes muito
ligada a um território (país, paróquia) e a objetos (templo, casa, roupa), à
região (interior ou cidade) ou ao lugar sagrado e ao grupo social estável
(Jerusalém, Mekka, Roma, Genebra) foi abalada.
Hoje, esta identidade
deve ser repensada como a do ser e do caminhar nas pegadas daquele, que “não
tem lugar onde repousar a cabeça” (Mt 8,20).
Caminhar com Jesus-Emanuel, o Deus-Conosco, é caminhar no Espírito, o
protagonista da missão, que liberta da ditadura dos fins preestabelecidos. Não importa chegar por qualquer preço aos confins do mundo ou ao
fim do tempo. O que importa é caminhar. Jesus disse: “Eu sou o caminho” (Jo
14,6) e não: “Eu sou a chegada”. Jesus inverte a perspectiva de Tomé, que
queria conhecer o caminho a partir do ponto de chegada: “Senhor, não sabemos
para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5). Jesus, ao revelar-se
caminhando, revela progressivamente também as metas da caminhada. Ele não
revela o caminho sem revelar-se a si mesmo no caminho e na caminhada. Ele é o
caminho. Esta identificação de Jesus com o caminho foi algo tão marcante para
os primeiros cristãos. Eles se autodenominavam de “pertencentes ao Caminho” (At
9,2). Paulo, ao lembrar-se como perseguia os cristãos, dizia: “Persegui até a
morte este Caminho” (At 22,4).
O específico do cristianismo é o caminho e a presença das metas em cada
passo da caminhada. Como na íris do olho de uma pessoa está mapeado todo o seu
estado de saúde, assim a meta de todo o caminho está também escrito em cada
passo da caminhada missionária. E se não estiver em cada passo, tampouco estará
na reta final. O Reino não é o ponto de chegada. Está no meio de nós (cf. Lc
17,21).
A caminhada missionária descobre Deus sempre de novo. Nunca está com
pretensões de conquistar os outros. Por isso, não precisa de “armas”. O
caminhar no Espírito é sempre um caminhar desarmado na simplicidade e na
pobreza. A aproximação missionária não acontece apenas para lançar um olhar
curioso sobre aquele que “caiu nas mãos dos ladrões” (cf. Lc 10,30). Ela visa
assumir a sua causa. “Assumir” pressupõe “aproximar-se”, “encontrar-se” e
“caminhar” juntos.
Missão
significa ruptura. “Remendo novo em
roupa velha” (Mc 2,21) não muda o curso da história. Ruptura significa
desprogramar-se para desprogramar o mundo. É uma tarefa-pergunta árdua que nos
reúne aqui: Como produzir rupturas, como aproveitar as rachaduras do sistema
para plantar os nossos sonhos e os sonhos dos pobres e dos excluídos? O
O mundo globalizado e
virtualmente conectado em redes de comunicação nos faz refletir sobre o
significado da parábola do Reino que “é semelhante a uma rede lançada ao mar”
(Mt 13,47) do tempo e do universo.
SOMOS
FRUTO DA OBRA MISSIONÁRIA
No fim do mês de Outubro, de 1903, GUNNAR VINGREN, viajou para a cidade
de Gotemburgo (Suécia), e no dia 30 do mesmo mês, embarcou num vapor, que o
levou até a cidade inglesa de Hull, onde tomou um trem até chegar em Liverpool.
Desta cidade continuou a jornada em outro vapor atravessando o Atlântico até
chegar em Boston (cidade do nordeste dos E.U.A), Massachusets. De Boston, ele
seguiu de trem até Kansas City, onde chegou no dia 19/11/1903. Menominee
Michigan, uma irmã, que possuía o dom de interpretar línguas, foi poderosamente
usada por Jesus, o qual lhe dissera que ele seria enviado a buscar os perdidos
da terra (no campo missionário), mas somente depois de houver sido revestido do
poder do alto.
Numa conferência realizada na cidade de Chicago, Vingren foi com o firme
propósito de buscar o batismo com o Espírito Santo. Depois de cinco dias de
espera constante, o Senhor Jesus o batizou com o Espírito Santo e com fogo.
Num determinado dia Deus colocou no coração de Vingren para se reunir em
oração na casa de um irmão que havia sido batizado com o Espírito Santo. Quando
eles estavam fervente oração, o poder de Deus se manifestou de uma forma
gloriosa sobre eles. O poder do céu manifestou-se de tal maneira, que muitas
vezes nem podiam comer , mas eram obrigados a cair no solo, dobrar os joelhos e
com voz altissonante tinham que louvar o bendito nome do Senhor.
A palavra profética veio qual um rio sobre o irmão Adolf Uldin, que
sobre a inspiração do Espírito, pronunciou palavras extraordinárias e mistérios
ocultos, que foram declarados. O doce Espírito, revelou-lhe, que ele deveria ir
ao Pará. Os que estavam presentes no local, escutaram a linguagem daquele povo,
o idioma português. Naquele dia foi confirmada a sua chamada missionária, como
foi a de Paulo em Antioquia da Síria (At.13:2).
Diante de tanta glória ocorrida, o que lhe faltava, era localizar o
lugar profetizado (Pará). Quando eles descobriram o Estado nortista do Brasil,
Vingren ficou sobremaneira alegre, por ser constatada a sua gloriosa chamada á
resgatar grande parte de brasileiros do lamaçal do pecado para a rocha firme da
eternidade: Jesus.
No mês de novembro de 1909, na cidade de Chicago, foi a ocasião que
Vingren passou a conhecer Daniel Berg. Passado um ano, Berg estava trabalhando
num mercadinho na cidade de Chicago, o Espírito de Deus falou-lhe para que
viajasse a South Bend, indiana, onde o consagrado Gunnar Vingren exercia o seu
pastorado. Encontrando-o louvaram ao Senhor juntos por alguns dias, e, assim
estreitaram a comunhão de ambos.
Num determinado dia, eles foram á casa do irmão Adolf Uldin, aquele que
Deus havia usado, para chamar Vingren ao Pará. Quando chegaram em sua casa, num
sábado á tarde, justamente quando ele chegava de seu trabalho. Quando entraram
na cozinha, o poder do Senhor veio sobre o irmão Adolf; logo, ele foi
arrebatado em Espírito como das outras vezes, e ali mesmo Daniel Berg recebeu a
sua chamada para acompanhar Vingren á terra brasileira. Eles partiram de Nova
York justamente no dia 5 de Novembro de 1910, em um navio de nome “CLEMENT”.
Depois de 14 dias de viagem, chegaram ao Pará, Brasil, no dia 19 de
novembro de 1910. O navio ficou fora do porto em uma pequenina embarcação
levaram-lhes ao referido porto.
A chama missionária chegou até nós em 1910 por Daniel Berg Vingren, nós
os brasileiros não podemos deixa-la apagar. É hora de cumprirmos a nossa
dívida. Há países esperando a nossa ação e o clamor das almas é um só: “Tira a
minha alma da prisão”, para que louve o teu nome… (Sl.142:7a).
Quando Barnabé e Saulo iniciaram a sua viagem, deram um passo que mudou
toda a história do mundo até agora e que terá grande influência sobre as
gerações que ainda não nasceram.
É chegada a hora de ouvirmos ao longe a cobrança dos não alcançados por
Cristo: “Olhei para a minha direita, e vi, mas não havia quem me conhecesse;
refugio me faltou; ninguém cuidou da minha alma”. (Sl.142:7a). Foi um
judeu que levou o Evangelho em Roma, um romano que levou á França, um francês
que o levou á Escandinávia, um escandinavo que o levou á Escócia, um escocês
que o levou á Irlanda. Não há povo que recebesse o Evangelho a não ser por
intermédio de estrangeiro (devedor).
A cidade de Tarso foi o berço natal de eminentes filósofos incluindo os
estóicos, Antípratre, Arquedemo e Nestor. A citada cidade entregou ao mundo
grandes personagens, mas na realidade o maior presente que ela deu ao mundo,
foi o campeão das viagens missionárias, Paulo.
AS 4 CATEGORIAS DA
IGREJA MISSIONÁRIA
1. A Igreja que vai pregar o evangelho a toda criatura (Atos 9: 15 – 16).
Deus nos comissionou e demonstrou essa preocupação através dos mártires
do passado que prepararam o caminho com as suas próprias vidas, que foram
derramadas em adoração a Deus nas nações para que eu e você estivéssemos aqui
hoje. O sangue desses desbravadores produziram sementes que, ao serem jogadas
no chão, frutificaram e trouxeram para Deus homens e mulheres de várias partes
do mundo.
2. A Igreja que envia os missionários ao campo (Romanos 10: 14 – 15)
Para que as pessoas sejam alcançadas pelo evangelho é necessário que
missionários sejam enviados e, para que missionários sejam enviados, é
necessário que a liderança e a igreja tenha consciência desse compromisso do
envio.
3. A Igreja que ora pelos obreiros que estão no campo (Atos 12: 5).
Em meio à perseguição, a ação de Deus na terra para livrar o seu povo do
mal é maior do que, durante o tempo de bonança e tranqüilidade, pois quando vêm
as perseguições, sentimos a necessidade de orar mais. Ele apenas espera que a
igreja aprenda a orar como convém. Aprenda a amar a oração.
4. A Igreja que sustenta os seus missionários (Filipenses 4: 10 – 19).
Dinheiro nunca foi o maior empecilho para o missionário permanecer no
campo. A falta de visão e obediência da Igreja sim, essa pode retardar o
trabalho. Paulo sabia muito bem do que estava falando. Por um lado, exaltava a
visão da igreja filipense que o mantinha no campo e ao mesmo tempo exortava
àquelas igrejas que não estavam engajadas na visão de sustentá-lo.
Embora saibamos muito bem que, em várias igrejas no Brasil, missões não
é prioridade, alegramo-nos por aqueles que, mesmo diante das dificuldades,
estão participando no sustento dos obreiros.
Não temos condições, estamos em construção, quem sabe no próximo ano
estaremos enviando uma oferta missionária para o ministério de vocês. Quantos
missionários já ouviram essas frases? Quantas promessas como essas nunca foram
cumpridas?
Segundo alguns missiólogos, a Igreja arrecada ao redor do mundo em torno
de 2,5 trilhões de dólares. Se apenas um por cento dessa arrecadação fosse
enviada para o campo, poderia sustentar cem mil novos missionários. Faça a
matemática e pense um pouco comigo, não seria mais fácil a manutenção dos
obreiros?
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