MISSÕES E COMUNICAÇÃO

 



Autoria de: Luciane Kalil


MIDIA E MISSÕES

 “Para que a comunicação da tua fé se torne eficaz, no pleno conhecimento de todo o bem que em nós há para com Cristo.” Filemom 1.6

 

O que significa comunicar? Processo natural, uma arte, uma tecnologia, um sistema e uma ciência social.

A palavra comunicar vem do latim “comunicare” e significa “pôr em comum”, tornar comum. Em sentido prático, comunicar é transmitir idéias e informações com o principal objetivo de promover o entendimento entre os indivíduos. Para que ela se realize, é  necessária a utilização de um código comum previamente estabelecido.

O que é comunicação? A comunicação pode ser definida como um processo de inter-relação entre os homens, caracterizado pelo emprego de signos ou símbolos organizados em mensagens. Comunicando-se o homem divide com seu semelhante a sua visão de mundo. Este processo, inicialmente, exige três elementos, a saber: emissor, receptor e mensagem. Faltando qualquer um desses elementos, a comunicação não acontece.

A mecânica do processo pode ser esquematizada da seguinte maneira:

  • O emissor codifica e envia a mensagem.
  • O receptor a decodifica, isto é , a interpreta.
  • Se não houver interferência (ruído), a comunicação se estabelece.

Mídia, no contexto deste estudo, é o meio ou canal pelo qual se dá a comunicação: O meio pode facilitar ou dificultar a interpretação. Entretanto, é o conteúdo da mensagem que vai indicar ao transmissor o meio a ser escolhido. A mensagem, para ser compreendida, deve sempre harmonizar-se com os requisitos de clareza, rapidez e disponibilidade dos meios.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO E A OBRA MISSIONÁRIA

A Igreja entende comunicação enquanto meios e processos segundo a missão de Cristo, o verdadeiro Comunicador da vida de Deus. Sem a vivência concreta das propostas de Jesus Cristo, a Igreja não acontece, não se faz.

Portanto, a Missão da Igreja é comunicação, proximidade de Deus com as pessoas, das pessoas com Deus e das pessoas entre si. Um meio privilegiado é a transmissão da fé pela palavra oral e escrita, juntamente com o testemunho de vida.

1. O AVANÇO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. Atualmente o homem pode estar virtualmente presente em toda a parte do planeta; pode estar conectado em rede, tanto na Internet, como em sua própria residência através do sistema celular de telefonia. Pode acessar um terminal eletrônico para movimentar sua conta bancária de qualquer parte do mundo.

Esses avanços têm revolucionado as indústrias e alterado profundamente a vida da sociedade. Isso já estava no cronograma divino “e a ciência se multiplicará” (Dn 12.4).

Em função desses avanços, as igrejas têm reavaliado suas estratégias administrativas, os métodos de evangelização e de fazer missões.

2. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO NO PLANO DE DEUS.

A Bíblia diz que as duas testemunhas mortas em Jerusalém serão vistas ao mesmo tempo pelos moradores da terra, como se fosse uma transmissão de imagens num noticiário (Ap 11.8-10). Na segunda vinda de Jesus, todo o olho o verá, até mesmo os judeus (Ap 1.7). Ora, se nem mesmo o sol pode ser visto ao mesmo tempo no Brasil e no Japão, como Jesus pode ser visto em toda a terra ao mesmo tempo? Ainda que não existisse uma explicação, poderíamos estar descansados: o poder de Deus é infinito (Sl 147.4,5). O certo é que a Bíblia está falando dos meios de comunicação dos últimos tempos.

3. OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO A SERVIÇO DE DEUS. 

Deus permitiu e deu sabedoria aos homens a fim de que produzissem tais recursos para a expansão do seu Reino, assim como os recursos dos dias apostólicos foram usados por eles e para o bem-estar da humanidade, como indica a expressão paulina: “Fiz-me de tudo para com todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns” (v.22). Os recursos modernos são a maior ferramenta (em termos materiais, é claro) de que dispomos para a pregação do evangelho, pois permite que milhões de pessoas em todo o mundo ouçam ao mesmo tempo o evangelho: “a sua palavra corre velozmente” (Sl 147.15).

 

AS MÍDIAS

1. SOM.

As pessoas desejam se comunicar. Em comunidades antigas elas faziam isto oralmente. Nas primeiras décadas do século XX, para a pregação das missões, os missionários podiam contar apenas com a sua garganta.

Em geral, um dos requisitos para a condição de bom missionário, era ser dotado de uma voz possante. Mesmo em praça pública as pregações deviam ser feitas a viva voz. Muitas vezes os anos traziam um grande desgaste para os missionários.

a) O ÁUDIO. Quando chegamos à década de quarenta vimos a introdução de amplificadores e alto- falantes, o que veio facilitar em muito a pregação da palavra de Deus. Agora, além do púlpito, os missionários tinham também um meio eletrônico de comunicação, ainda que bastante primitivo.

b) A MÚSICA, CDS: A música é parte integrante de nossas vidas. Nós comemos com ela, compramos com ela, relaxamos com ela. Ela está em todo lugar: nos carros, nas ruas, nos mercados, nos lares…A maioria das pessoas acaba ouvindo música sem querer.A música tem sido um dos poderosos instrumentos para estabelecer conceitos, costumes, valores e para transformar vidas.A música é a principal comunicadora de valores para a geração mais nova.

Se nós não usarmos a música contemporânea para espalharmos os valores de Deus, Satanás terá livre acesso a uma geração inteira. Portanto, há uma necessidade de estar levando o povo de Deus, a uma adoração contextualizada. 

2.         IMAGEM:  presença dos evangélicos na mídia impressa no Brasil tem início com as Missões Protestantes em 1830. Nessa época, Presbiterianos, Metodistas e outros chamados Evangélicos Históricos ou de Missões, mantinham jornais e boletins semanais nos quais divulgavam a Palavra. A média de leitura dos evangélicos brasileiros hoje gira em torno de seis livros por ano – o dobro da média nacional

a) A BÍBLIA OU PORÇÕES: a tradução, impressão e distribuição de bíblias é de suma importância na propagação da obra do Senhor. A Palavra impressa é um dos métodos mais econômicos para evangelizar as multidões. A distribuição da Bíblia, que cresceu acentuadamente na década de 90. A Sociedade Bíblica faz ampla distribuição de Bíblias e porções das Escrituras, distribuindo mais de um milhão de Bíblias e 142 milhões de porções ou folhetos a cada ano. Os Gideões distribuíram 10 milhões de NTs e mais 17,2 milhões de cópias do folheto “Vida Nova para os anos 90”.

b) REVISTAS, JORNAIS E BOLETINS INFORMATIVOS. Aqui podemos incluir as Histórias em quadrinhos e revistas de

c) FOTOGRAFIAS. Na década de vinte vieram os primeiros registros da missão em fotografia. Para exibição de imagens podem ser usados slides, retroprojetor ou episcópio.

d) MATERIAL DE APOIO: Livros, convites impressos, sermões impressos, folhetos, cursos por correspondências, cartas. Esses materiais Mais tarde, na década de trinta, iniciaram-se a utilização de panfletos de propaganda e a confecção de folhetos de canto e oração e mesmo programas das atividades.

e) OUTROS PRODUTOS VISUAIS E GRÁFICOS: cartazes, folder, camisetas, camisas, , faixas adesivos, Panfletos, banners…

 

 

3.         CONVERGÊNCIAS.

a) FANTOCHES

b) TEATRO: Apresentações teatrais (peças, jograis, coreografias, esquetes) têm sido amplamente usadas como forma de alcançar as pessoas através de uma linguagem artística que toca mais rapidamente os corações. É preciso, porém, analisar a mensagem que estamos transmitindo e de que forma estamos transmitindo. Os fins não justificam os meios. A ética e os valores espirituais devem preponderar sobre quaisquer outros valores vigentes.

c) RÁDIO (código morse) Nos anos de 1940, surgem os primeiros programas de rádio evangélicos.

Na década de cinqüenta veio a utilização do rádio. Hoje, graças ao avanço da tecnologia das comunicações e a eficácia dos meios de comunicação, a pregação pode chegar a um público que normalmente não seria atingido pela mensagem evangélica.

Os evangélicos brasileiros operam numerosas estações de TV e estações de rádio locais e nacionais. O Projeto Luz (Clube 700) teve grande audiência em todo o país. Hoje, existem mais de 300 emissoras de rádio evangélicas no Brasil.

d) CINEMA, FILMES E ANIMAÇÃO. O filme Jesus tem sido amplamente usado, e mais da metade da população brasileira já assistiu o filme. A versão do vídeo tem tido sucesso entre os profissionais. O filme está sendo preparado em duas línguas ameríndias nativas.

e) TELEVISÃO. Em 1960 foi a vez da TV brasileira veicular os primeiros programas evangélicos. Os pentecostais chegam à mídia televisiva nesta década na TV TUPI, num programa com a direção de Mac Alister, da Igreja Nova Vida. Nos anos 1980 a presença evangélica na televisão se massificou. Porém, as igrejas que mais se destacam no campo da mídia por serem donas de redes de televisão, rádio, jornais, editoras de livros, gravadoras de Cds são a Universal do Reino de Deus, cujo Bispo Edir Macedo em 1989 comprou a Rede Record, e a Renascer em Cristo.

f) INTERNET: Sites, comunidades e games. O destaque hoje são as Redes Sociais.

 

USANDO AS MÍDIAS

O termo comunicação vem do latim communis, que quer dizer “comum”. Para que possamos comunicar algo a alguém precisamos estabelecer pontos em comum com ele.

 

Paladar

1 %

Olfato

3,5 %

Tato

1,5 %

Audição

11 %

Visão

83 %

Pense um momento. Como podemos ser mais atraentes ao proferir ou apresentar as mensagens? O nosso desejo, por certo, é segurar a atenção das pessoas para que ganhem o máximo daquilo que Deus tem colocado em nosso coração. Como?

  • Sobre o que se trata?
  • Já existe alguma coisa feita na área?
  • Defina e leve em conta quem é o público
  • Escolha a mídia a partir da mensagem e do público
  • Use os signos mais apropriados: cada pessoa possui seu próprio repertório de signos ou símbolos. Os signos normalmente são estabelecidos pelo próprio homem. Entre eles temos os sinais, como por exemplo os códigos de trânsito, os signos verbais incluídos na fala, e os não verbais como os gestos, a maneira de olhar etc. A comunicação será efetiva se o comunicador levar sempre em conta os repertórios correspondentes do receptor. Se ele utilizar uma idéia ou uma experiência no repertório respectivo do receptor, este entenderá claramente a mensagem. Se o comunicador escolher signos que não figurem no repertório do receptor, é certo que não haverá comunicação.
  •  
  • Use linguagem simples e clara
  • Procure usar o próprio estilo
  • Use a ordem direta: o que, onde, quando
  • Se necessário sequencie com: como, por que, para que
  • Como os resultados serão avaliados?  Avaliar e replanejar: avaliação periódica das ações se faz necessária, definido as ações que devem permanecer, as que devem mudar e as que devem ser acrescentadas.

 

Quando documentamos informações, sejam elas para um relatório, estudo de caso, boletim informativo ou cartaz, é muito fácil simplesmente escrever tudo que sabemos sobre  o assunto. Isto pode ser muito enfadonho para os leitores! E também faz com que eles não passem do primeiro parágrafo. Se decidirem continuar lendo, eles podem perder muito tempo lendo coisas que não são relevantes para eles antes de chegarem à parte que é realmente útil. 

Para ter certeza de que o seu documento é eficaz, há três coisas importantes a considerar:

1 O PROPÓSITO

Pense sobre o motivo pelo qual você está escrevendo e não apenas sobre o que está escrevendo. Faça a si próprio as seguintes perguntas:

  • O que quero alcançar? Que mudança estou querendo?
  • O que eu quero que o leitor pense, aprenda ou faça?

Um documento eficaz promove a ação. Se conseguir pensar no que quer que os leitores façam, você será mais capaz de fornecer as idéias ou informações para ajudá-los a fazê-lo. Colocar questões para discussão no final de um artigo ajuda o leitor a pensar sobre como aplicar as informações à sua própria situação.

 2 O PÚBLICO

A redação é eficaz, quando o leitor acha que o que você escreveu é útil. Não é apenas sobre o conteúdo que você precisa pensar, mas se o estilo e a linguagem são adequados para os seus leitores. Pense sobre estas perguntas:

  • Quem é o seu público? Quem são as principais pessoas com quem você quer se comunicar?
  • Quais são os papéis e as responsabilidades delas?
  • O que ou quanto elas já sabem?
  • O que elas querem ouvir? O que elas precisam ouvir?
  • De que maneira o público compreende melhor as informações e idéias?

Uma discussão, uma demonstração prática, um programa de rádio ou uma dramatização de papéis seria mais adequado do que um texto escrito?

Faça de conta que está falando com o seu público principal ao escrever. Isto o ajudará a escrever da maneira adequada.

  • Alguns públicos entendem palavras difíceis ou técnicas, outros não.
  • Assegure-se de que a linguagem seja adequada.
  • Escolha palavras curtas e simples sempre que possível.
  • Se for necessário usar palavras longas, tais como termos técnicos, que o seu público provavelmente não irá entender, então, explique o que elas significam.
  • Escreva frases com uma média de 15 a 20 palavras.

 3 A MENSAGEM PRINCIPAL

A mensagem é uma informação voltada para um grupo específico de pessoas.

Resuma a sua mensagem principal em 15–20 palavras. Esta é a questão mais importante que você quer transmitir. Pense sobre como pode transmitir as informações da forma mais eficaz. Como você incentivará as pessoas a agirem na prática?

a) ESBOÇO

Antes de começar, escreva um esboço do que quer dizer. O esboço ajudará a dar uma estrutura ao documento, servirá de guia à medida que você escrever o primeiro rascunho e ajudará a fazer com que o documento flua.

Escreva uma frase que contenha a mensagem principal e, depois, faça uma lista, por ordem, dos principais argumentos que você quer apresentar.

Talvez você queira mostrar o esboço aos seus colegas ou a um representante do seu público principal para ajudá-lo a tornar o documento mais útil antes de escrever o primeiro rascunho.

b) TÍTULO

O título do documento deve definir o conteúdo no menor número de palavras possível. Um bom título atrai a atenção do leitor. Use o título para transmitir a mensagem principal, mostrar o conteúdo do documento ou como pergunta desafiadora. A regra de ouro é mantê-lo curto: expresse somente uma idéia ou um assunto no título.

c) INTRODUÇÃO

A introdução é uma das partes mais importantes do documento. É a próxima coisa que o leitor vai ler depois de ler o título. Se a introdução não atrair o leitor, ele provavelmente não continuará lendo. A introdução pode:

  • Ajudar o leitor a entender o contexto do documento (ela pode consistir em informações básicas).
  • Explicar o problema sobre o qual você está falando.
  • Mencionar a pergunta a que você está tentando responder.
  • Se estiver escrevendo um estudo de caso sobre um projeto, você poderia explicar brevemente por que o projeto foi iniciado, no que o projeto consistia e qual foi o impacto.

Às vezes, a introdução é mais fácil de escrever depois de você já ter escrito a parte principal do documento. A introdução deve ser curta. Escrevendo a sua mensagem principal na introdução, você pode ter certeza de que o leitor ficará sabendo algo, mesmo que ele decida não continuar lendo.

d) EDIÇÃO

Depois que tiver escrito o rascunho, faça uma pausa para um intervalo e, só depois, retorne para editá-lo. A edição geralmente consiste em retirar palavras de que você não precisa e corrigir erros. Na edição, você deve garantir que o documento:

  • seja fácil de ler
  • faça sentido
  • não tenha nada importante faltando
  • não contenha nada irrelevante.

Pode ser útil pedir que uma outra pessoa revise o documento para você.

e) CABEÇALHOS

Use os cabeçalhos cuidadosamente. Use-os para moldar a estrutura do documento ao invés de para melhorar a aparência da página.

f) ILUSTRAÇÕES

As tabelas, os diagramas e as imagens ajudam a explicar o que você quer transmitir. Eles também fazem com que a página tenha uma aparência menos enfadonha. Use ilustrações simples e coloque-as na mesma página em que você se referiu a elas.

Os marcadores são úteis para apresentar uma lista, mas use-os pouco.

O realce também é útil para enfatizar palavras ou idéias.

negrito e o itálico são melhores que o sublinhado ou as LETRAS MAIÚSCULAS.

 g) CRÉDITOS

Assegure-se de que o autor do documento seja mencionado. Mencione o autor de qualquer foto ou ilustração usada.

 

Comunicando…

O terceiro milênio começou com 6 bilhões de habitantes e com 1.739 grupos étnicos no planeta. Os últimos dados estatísticos nos mostram que cerca de 33% dos moradores da terra ainda nunca ouviram falar de Jesus. Como crentes responsáveis pela evangelização do mundo, precisamos conhecer o tipo de sociedade do séc. XXI, que será cada vez mais globalizada. O evangelho é uma mensagem globalizada, universal, para todos os povos. A situação de pobreza material e espiritual permanece atormentando os homens.  Comunicar é muito mais do que uma sucessão de imagens ou palavras, sem nada acrescentar ou mudar no ser humano. A comunicação precisa expressar sentimento profundo e não uma simples e passageira emoção ou prazer. Devemos pensar numa comunicação muito mais duradoura, que não seja apenas um ritual momentâneo. As igrejas precisam reavaliar suas estratégias administrativas, os métodos de evangelização e de fazer missões diante dos modernos meios de comunicação.

--------------------///+------------------------

Este texto é de autoria de Luciane Kalil  e foi publicado primeiramente no dia 20 de abril de 2020 no Blog  mencionadono Link a segujir:  https://vocacionadosblog.wordpress.com/author/lucianekalil/



 

Comentários

POSTAGEM MAIS VISITADA

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA

ANTROPOLOGIA CULTURAL

MISSÕES E EVANGELISMO