QUANDO A IGREJA INVESTE EM MISSÕES
A IGREJA E O INVESTIMENTO EM MISSÕES
Porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois, invocarão
aquele em quem não creram? E como crerão naquele em quem não ouviram? E como
ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como
está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o
evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas. (Romanos
10:13-15).
O
apóstolo Paulo foi um missionário incrível que dispôs sua vida para ser usado
por Deus em contextos transculturais. Saiu da sua zona de conforto e viajou
pelo mundo afora conforme o Espírito de Deus o direcionava. Mas Paulo
reconhecia uma necessidade vital em seu ministério.
No
texto que lemos ele começa citando o profeta Joel: “Todo aquele que invocar o
nome do Senhor será salvo”. E em seguida ele faz uma pergunta lógica: “Como,
porém invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada
ouviram?”
Hoje
são quase dois bilhões de pessoas que nunca ouviram falar de Cristo de forma
culturalmente relevante no mundo inteiro e Paulo há muito tempo atrás já nos
adverte da necessidade que o mundo tem de ouvir para crer.
MAS ENTÃO COMO OUVIRÃO SE NÃO HÁ QUEM PREGUE?
Precisamos sim de pregadores, ou missionários se você
preferir. Há uma necessidade enorme de pessoas que se disponham a ir às nações
e levar a cruz de Cristo aos corações famintos.
Prosseguindo
Paulo faz uma pergunta que vai ser a base desta mensagem: “E como pregarão se
não forem enviados?”
Paulo entendeu que além dos que vão existe um grupo,
daqueles que dizem adeus. Existe mais um grupo que deve estar envolvido na obra
da evangelização mundial: os que cumprem a missão de enviar. Os que vão e os
que ficam são uma só equipe, são uma unidade e são igualmente importantes.
Queridos a missão vai muito além de você estar em um
culto de envio de um missionário ou de apenas orar por ele algumas vezes por
mês ou de simplesmente mandar a sua oferta missionária. O missionário
transcultural precisa de uma equipe de pessoas que participem com ele da obra
enquanto ele estiver no campo fazendo a sua parte. Precisamos de pessoas
comprometidas com Deus e com a sua obra no campo transcultural, quer orando ou
dando a sua contribuição financeira. A missão não é de um indivíduo, a missão é
da igreja do Senhor da qual você e eu fazemos parte.
O
texto de Atos 1.6-8 nos expõe o princípio da prioridade. O texto mostra que a
prioridade de Jesus não era escatológica, mas missiológica. Jesus criou uma
igreja funcional e não apenas contemplativa. Uma Igreja criada para espalhar a sua Palavra
a todos os povos, em todas as gerações, até a sua volta.
E
em Atos 13.1-3 nós vemos como se dá o processo de envio do missionário. O texto
não nos esclarece como o Espírito Santo se manifestou e falou à igreja, mas
toda a ação deixa bem claro que a igreja prontamente ouviu.
O
conteúdo do que o Espírito Santo falara foi “separai-me”, do
verbo aphorizo, este é um verbo exclusivista. Não se trata de uma separação
de relacionamento, mas de uma separação para uma função (permanecendo ligados à
igreja são agora designados para uma função além da igreja local).
Portanto Paulo e Barnabé seriam separados porque
primeiramente haviam sido chamados e não o contrário.
O
ponto principal deste comando, não é a obra, mas quem chamou para esta obra,
Deus. Isso demonstra flexibilidade ministerial indicando que a obra pode mudar,
mas o chamado permanece, pois se baseia naquele que nos chamou. E mostra também
que Ele vai sustentar a sua obra e seu missionário no campo. (Do SENHOR
é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Salmos 24:1).
A
imposição de mãos aqui era sinal de autoridade, de reconhecimento
ede cumplicidade. No momento de envio passamos para os enviados
autoridade eclesiástica, reconhecimento de que são qualificados e especialmente
cumplicidade com a obra para a qual foram separados. Ou seja, no processo de
envio missionário o cordão umbilical não pode ser cortado. Igrejas plantam
igrejas.
Queridos, nesse processo de envio e cumplicidade existem
várias formas de a igreja participar no projecto de Deus:
•
Orando pelo missionário (II Co 1:11 ; Rm 15:30 ; Cl 4:2-4)
•
Apoiando quem está se preparando para missões (At 18:11 ; At 19:9,10)
•
Dando apoio moral e espiritual ao missionário (Fl 1:3-5 ; At 15:24,25)
•
Sendo um missionário em tempo integral (I Co 9:16)
•
Enviando o missionário escolhido por Deus (At 13:1-3)
•
Possibilitando o envio do missionário ao campo (Rm 15:24)
• Investindo
financeiramente na obra missionária (Lc 8:1-3; Fp 4:10-19).
E
agora a pergunta é,
1. QUEM DEVE INVESTIR OU CONTRIBUIR PARA MISSÕES?
“
A
vontade de Deus é que seus filhos participem de seus projetos. Evangelizar as
nações é um projeto divino…”.
Sempre
que Deus abre uma nova congregação, o plano de Deus é que aquela nova
congregação se torne relevante no sustento da missão local e mundial. Por esta
razão a congregação ou a igreja é uma das principais fontes de recursos para a missão.
Contribuir para missões é uma forma de adorar a Deus e nos dá a oportunidade de
responder a generosidade e ao dom da graça de Deus.
Contribuir
para missões é responsabilidade de todo crente e não deve ser visto como um ato
de grandeza, de nobreza ou como se estivesse dando uma esmola, muito pelo
contrário, ao dar somos chamados a participar da maravilhosa obra começada pelo
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
2. PORQUE CONTRIBUIR PARA MISSÕES?
Veja
alguns exemplos dos desafios que a igreja tem,
·
No Brasil
há 222 municípios com menos de 2% de
evangélicos;
·
Pequenas
Igrejas e congregações sem pastores,
seminários sem recursos;
·
Obreiros
sem sustento digno, projetos missionários sem
suporte financeiro;
·
Há mais
de 90 povos indígenas no Brasil totalmente não
alcançados;
·
Uma média
de 8000 povos não alcançados;
·
Há mais
de 4000 línguas sem tradução da Bíblia.
2. PORQUE CONTRIBUIR PARA MISSÕES?
E segundo os dados fornecidos pela SEPAL cerca de 80% dos
missionários estão distribuídos no mundo que chamamos de Mundo Cristão e 87%
dos nossos recursos financeiros são usados nesse mesmo Mundo. Que faremos então
com o mundo não alcançado pelo evangelho de Cristo? De quem é a
responsabilidade?
ATOS 1.8, NOS RESPONDE CLARAMENTE ESSA QUESTÃO.
Ao mesmo tempo em que pregamos aqui na nossa Jerusalém
temos que estar pregando em toda a Judeia, e Samaria, e até os confins da
terra. E existem três formas de fazer isso: indo, orando e contribuindo.
Pois “Missões se faz com os pés dos que vão, os joelhos dos que
ficam e as mãos dos que contribuem”.
Deus
não quer que façamos Sua obra de maneira solitária. A alguns Ele ordena que “vá,
indo’’ e de outros requer que ‘’envie, ficando’’.
Voltemos
ao Antigo Testamento e vejamos o que Deus nos ensina. Vamos usar apenas a
passagem em que ele chama Abraão e nos mostra um princípio simples que não só
Abraão devia seguir, mas também toda a nação de Israel e a toda a igreja do
Senhor na terra.
Ora,
o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu
pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e
abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E
abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti
serão benditas todas as famílias da terra. (Gênesis 12:1-3).
SOMOS
ABENÇOADOS PARA ABENÇOAR.
Este é o princípio que Deus nos ensina. Diz-se que cerca
de dois terços do dinheiro do mundo estão nas mãos de pessoas que se dizem
cristãs. Com toda essa riqueza à nossa disposição, temos de fazer a seguinte
pergunta:
PORQUE DEUS ABENÇOOU TANTO O SEU POVO?
E a Palavra dá uma resposta clara a isso, “Que
Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto
sobre nós, para que sejam conhecidos na terra os teus caminhos, a tua
salvação entre todas as nações”. (Salmos 67:1-2).
E
em segundo lugar, o dom da graça de Deus é a razão mais do que suficiente para
contribuirmos para missões. Em 2Co 8:9, Paulo diz que Cristo sendo rico, fez –
se pobre para que fossemos ricos. Somos agora convidados a nos tornarmos pobres
para que os outros enriqueçam. Dar para a obra missionária é a nossa resposta
ao presente que Deus graciosamente nos deu.
A
pessoa que realmente foi alcançada pela graça salvadora de Cristo tem um desejo
imenso de compartilhar desse amor, desse presente com as outras pessoas, ela
precisa ser ensinada que esse privilégio pode e deve ser feito também através
da contribuição financeira, além da sua participação em oração ou indo ao campo
missionário.
O
investimento na obra missionária não está enraizado na emoção, no entusiasmo ou
no nosso sentimentalismo. É um princípio Bíblico, é resposta ao chamado de Deus
para a igreja. É uma decisão de se comprometer e de se tornar co-participante
na obra que Cristo começou. É renúncia e abnegação. Em suma, é um ato de
obediência, gratidão e generosidade.
HOJE
SE TORNA DIFÍCIL ENTENDER ESTE ENSINAMENTO BÍBLICO, A RESPEITO DA CONTRIBUIÇÃO
FINANCEIRA.
Primeiro porque muitos falsos obreiros têm enriquecido a
custa daqueles que fielmente decidem contribuir para a obra de Deus e a media
se aproveita disso para bater em cima da igreja e em segundo lugar, porque o
deus desta era é o materialismo.
Só
os EUA representam 5% da população mundial, mas consomem 40% dos bens
manufaturados da terra e 70% de todos os produtos do petróleo. No Brasil o
contraste entre o sul, o sudeste e o nordeste e entre os ricos e os pobres é
semelhante à diferença entre a Europa e a África.
Além disso, a propaganda cria e depois se aproveita da
baixa auto-estima da nossa sociedade, dizendo: “você não é bom o suficiente…
enquanto não comprar o nosso produto!”. Assim, trabalhamos sem fim para comprar
isso e aquilo, apenas para descobrir no próximo comercial que uma versão nova e
melhorada daquele produto agora está disponível.
Precisamos voltar a ler Dt 8.17-18: “E digas no teu
coração: A minha força, e a fortaleza da minha mão, me adquiriu este poder.
Antes te lembrarás do SENHOR teu Deus, que ele é o que te dá força para
adquirires riqueza; para confirmar a sua aliança, que jurou a teus pais, como
se vê neste dia”. (A Missão de Enviar: Pirolo, Neal, pg 86).
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