MISSÕES NA ERA MODERNA - 2 PARTE
WILLIAM CAREY, O PAI DAS MISSÕES MODERNAS
Durante certo tempo, William
Carey acumulou as funções de pastor, professor de tempo parcial e sapateiro na
sua pequena aldeia. Na verdade, desde a juventude ele atuara como pregador
leigo, mas só em 1785 recebeu o convite para ser pastor em uma pequena igreja
batista. Mais tarde, foi chamado para pastorear uma igreja maior em Leicester,
mas mesmo assim ainda precisava trabalhar em outras atividades para sustentar a
família.
Como pastor, Carey revelava uma
preocupação muito grande com o estudo. Quem chegasse em sua humilde casa,
caracterizada pelas lindas flores que ele mesmo cultivava, sempre o encontraria
com um livro.
Foi durante seus anos de
pastorado, marcados especialmente pela leitura, que Carey passou a desenvolver
sua visão missionária, concluindo, para surpresa da igreja e dos ministros
cristãos de seus dias, que a evangelização do mundo era a principal
responsabilidade da noiva de Cristo.
Uma das dificuldades que
William Carey teve de enfrentar para incutir a necessidade do envio de
missionários às nações pagãs foi o hipercalvinismo reinante em seus dias,
segundo o qual a conversão dos pagãos ocorreria, caso o Senhor quisesse, sem o
auxílio de quem quer que fosse.
Foi para quebrar essa
mentalidade que o pai das missões modernas escreveu um tratado intitulado Uma investigação sobre o dever dos cristãos
de empregarem meios para a conversão dos pagãos" (1792).
Tratava-se de uma exposição e análise do mundo de seus dias que refletia a
necessidade urgente da pregação do Evangelho às nações de todos os continentes.
Nesse tratado, Carey também
expõe argumentos lógicos e teológicos apresentando-os como fundamentos para o
envio de missionários aos pagãos, frisando especialmente que o Reino de Cristo
tem de ser proclamado a toda a terra.
Num sermão sobre Isaías 54.2-3,
dirigido a um grupo de pastores batistas em Nottingham, no dia 31 de maio de
1792, Carey reforçou os apelos constantes da sua Investigação e pronunciou a frase que se tornou célebre como a
filosofia de trabalho do grande missionário: "Realizar grandes coisas para
Deus; esperar grandes coisas de Deus".
A força dos argumentos de Carey
e o vigor do seu entusiasmo resultaram na formação da Sociedade Missionária
Batista, organizada em setembro de 1792. Menos de um ano depois, em junho de
1793, ele e sua família partiram para a Índia como membro da referida sociedade.
Carey chegou em Hooghly no dia 11 de novembro de 1793, marcando o início da
grande era das missões além mar, promovidas pela Inglaterra e Estados Unidos.
Dois missionários se juntaram à
William Carey em 1799, William Ward e Joshua Marshman. Juntos eles fundaram 26
igrejas, 126 escolas com 10.000 alunos, traduziram as Escrituras em 44 línguas,
produziram gramáticas e dicionários, organizaram a primeira missão médica na
Índia, seminários, escola para meninas, e o jornal na língua Bengali.
Além disso, William Carey foi
responsável pela erradicação do costume "suttee", o qual queimava a
viúva juntamente com o corpo do defunto numa fogueira; fundação da Sociedade de
Agricultura e Horticultura na Índia em 1820; primeira imprensa, a tradução da
Bíblia em Sânscrito, Bengali, Marati, Telegu e nos idiomas dos Siques.
Em 1800, William Carey fez o
batismo do primeiro hindu convertido ao Evangelho. Durante mais de trinta anos,
William Carey foi professor de línguas orientais no Colégio de Fort Williams.
Fundou, também, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a sua
direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização do
país. Os seus esforços inspiraram a fundação de outras missões, dentre elas: a
Associação Missionária de Londres, em 1795; a Associação Missionária da
Holanda, em 1797; a Associação Missionária Americana, em 1810; e a União
Missionária Batista Americana, em 1814.
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