ENVIANDO MISSIONÁRIOS

 

APOIO MORAL

                               

“Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes”,

Porque o Senhor; teu Deus é contigo por onde quer   que andares “. (Josué 1.9)”.

 

O sustento moral é o fundamento de qualquer sistema de apoio. Todo mundo na igreja pode envolver-se nessa parte do ministério, pois, em sua definição mais básica, sustento moral quer simplesmente dizer: “Que Deus o abençoe! Estamos empolgados com você em seu empreendimento missionário!”.

 

Será que os grandes homens e mulheres da Bíblia precisaram de sustento moral: Olhemos para alguns deles.

 

PORÉM DAVI SE REANIMOU NO SENHOR.

          

Nenhum dos sete filhos mais velhos de Jessé tinha sido o escolhido por Deus para ser rei, “porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração” (1 Samuel 16.7).

 

Restava o último filho – um menino. Adolescente. Foram buscá-lo no campo, onde cuidava das ovelhas. Então o Senhor disse a Samuel: “Levanta-te e unge-o, pois este é ele” (v.12). E o Espírito do Senhor estava em Davi daquele dia em diante.

 

Durante a luta com Golias, durante os ataques de inveja insana de Saul, durante a guerra de nervos dos meses e anos de fugas e perseguições por um rei que era atribulado por um espírito mau, durante o conflito inerente à formação do seu séqüito real de seiscentos homens valentes, o Espírito do Senhor estava em Davi.

 

Davi e seus homens estavam com os filisteus quando foram atacar Israel. A desconfiança com relação a estes hebreus, porém, perturbava a mente dos filisteus. Davi e seus homens foram enviados de volta para Ziclague – onde descobriram que os amalequitas tinham invadido a cidade, vindos do sul, queimado tudo e levado embora todas as mulheres e crianças. “Então, Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz e choraram, até não terem mais forças para chorar. [...] Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo [...] Porém Davi se reanimou no Senhor” (1 Samuel 30. 4,6).

 

Tente imaginar a intensidade do momento: o cansaço físico de uma marcha de três dias de retorno até Ziclague. O crescimento da adrenalina na expectativa da batalha contra Israel, e depois o refluxo. O bombardeio de emoções da perda da família e dos bens. A luta interna: “Senhor, eu sou seu rei ungido em Israel”.

 

Quando irei ocupar o trono? Onde estava o grupo de sustento moral de Davi? Queriam apedrejá-lo! Porém Davi se reanimou no Senhor.

 

MINHA HORA CHEGOU.

 

Mais de mil anos depois. O homem era outro, a ocasião diferente. Este diz ao seu grupo de apoio, composto de três homens: “Chegou à hora! A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiais” (Marcos 14.34). E então o homem-Deus, a propiciação pelos nossos pecados, o cordeiro morto desde antes da fundação do mundo, entra na arena da batalha mais importante de todos os tempos.

 

A batalha entre as vontades é intensa ao extremo. Toda a sua humanidade se levanta para dizer: “Pai, tem de haver outro caminho. Não posso beber este cálice de separação. Tem os sido eternamente um. Não há outra maneira de redimir o ser humano e trazê-lo de volta para o Senhor? Deixe esse cálice passar por mim!”.

 

A angústia se torna intensa, pois ele sabe que não existe outro caminho. O sofrimento mental e espiritual do Deus encarnado, em expiação pelos pecados do homem caído, leva-o ao extremo da tortura física: hematidrose, o suor de sangue.

 

“Não pudestes vigiar nem uma hora?”, Jesus perguntou aos seus seguidores. Duas vezes e depois uma terceira ele veio até eles: “Chegou à hora!” (v. 41).

 

Em cada uma dessas situações havia pessoas que poderiam dar apoio. Mas no caso de Davi, seus homens, tão abalados com a perda das suas esposas, filhos e lares, só pensavam em apedrejá-lo. Os homens de Jesus, que se permitiram dormir, nem estavam cientes do sofrimento do seu mestre naquela noite.

 

As páginas da história não pintam um quadro mais bonito. Através dos séculos, o padrão não mudou. Leia sobre homens e mulheres corajosos que Deus mandou às nações, na história biográfica do trabalho missionário Até os confins da terra de Ruth Tucker. Você pode contar nos dedos de uma mão os poucos que encontraram apoio moral forte para sua visão pioneira.

 

Um sapateiro inglês chamado William Carey sentiu-se confrontado na década de 1790 com a responsabilidade da igreja diante da Grande Comissão. Mais tarde ele veio a ser conhecido como “o pai das missões modernas”. Nos primeiros dias em que a visão mexeu fundo com seu coração, no entanto, ele não encontrou apoio. Seus colegas pastores reprovaram no publicamente, dizendo: “Quando Deus quiser converter os pagãos, ele o fará sem a sua ou a nossa ajuda”. Sua esposa inicialmente recusou-se a viajar com ele para a Índia. O atraso da partida deu-lhe a oportunidade de reconsiderar.

 

Hoje em dia, milhares de mensageiros transculturais saem dos seus quartinhos de oração decididos a ser soldados de Jesus em outra cultura. Que tipo de apoio moral eles podem esperar?

 

·       Pessoas tão perdidas em seu mundo estreito que não sustentam o ungido de Deus, antes, começam a jogar nele pedras de recriminação – como os homens de Davi?

 

·       Pessoas adormecidas na acomodação, a ponto de não discernirem o plano de Deus para os seus amigos – como os homens de Cristo?

 

·       Pessoas tão preocupadas com a opinião pública que aplaudem o zelo missionário, mas em particular, tentam se livrar do seu mensageiro – como fizeram com José?

 

·       Pessoas tão preocupadas com os outros programas da sua igreja que não querem ter nada a ver com aventuras perigosas no desconhecido e desconfortável: O ministério missionário, afinal de contas, poderia simplesmente ser considerado uma competição pelo status quo – segundo os que não dão apoio moral como os líderes judeus.

 

·       Pessoas que garantem que “ouviram do Senhor” que aquilo que o missionário “ouviu do Senhor” está errado – como os amigos de Paulo?

 

·       Pessoas que traspassam o coração missionário de Deus distorcendo sua teologia – como os amigos de Carey?

 

             PEDRAS QUE NÃO APÓIAM

          

Pedras de recriminação. Há poucos que conseguem lidar com o desafio pessoal feito por um amigo que acha que Deus quer que ele faça algo tão corajoso e audaz como ir para o campo missionário. Seja por ignorância, por amizade bem intencionada ou para amainar seus próprios sentimentos de temor, eles começam a jogar pedras de recriminação: “Cara, o mundo lá fora é muito perigoso! Há revoluções e guerras! Ódio e violência! Você pode acabar morto?”.

 

Outras respostas desanimadoras podem ser: “Você deve estar brincando! Você, um missionário? O que você acha que pode fazer para salvar o mundo?”.

 

           NATURALMENTE, AMIGOS CHEGADOS ACONSELHARÃO:

 

·       Você é necessário aqui. Você tem tanto a oferecer aqui em nossa comunidade;

 

·       Você vai desperdiçar sua formação no fim do mundo? O que seu pai vai dizer? Afinal de contas, foi ele quem pagou os seus estudos!

 

·       Por que você não arranja um emprego de verdade? Ganhe primeiro algum dinheiro para ficar seguro; mais tarde você pode pensar em envolver-se no trabalho missionário.

 

·       Você não pode magoar sua mãe desse jeito! Como você pode afastar os netos dela? Eles precisam dela!

 

·       E a escola dos seus filhos? Eles voltarão para cá ignorantes e parias sociais!

 

·       Você acha que vai casar lá? Você nunca encontrará alguém!

 

Como lamento final, abandonando toda lógica, eles podem exclamar: “Não acredito que isto está acontecendo comigo!”.

 

O mensageiro transcultural, que já discutiu todos os seus sentimentos de inadequação com o Senhor, fica prostrado em meio à confusão – por baixo de um monte de pedras, ferido e magoado. Os poucos fortes que conseguem, animam-se no Senhor. Mas seria muito melhor se pudessem contar com você como parte do seu grupo de apoio moral, para sustentá-los.

 

Conselhos contraditórios podem desanimar o missionário. O apóstolo Paulo percebeu em cada curva da estrada o potencial de ação do inimigo. “Ficarei em Éfeso até o Pentecostes; porque uma porta grande e oportuna para o trabalho se me abriu; e há muitos adversários” (1 Coríntios 16.8,9). Em Mileto ele discursou: “Constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações” (Atos 20.22,23).

 

Assim, quando seus discípulos disseram a Paulo, “pelo Espírito Santo”, que não deveria ir para Jerusalém, ele teve de defender a certeza que tinha da orientação de Deus. Em vez de receber suporte, teve de repreender seus amigos: “Qual é a idéia de vocês, tirando-me do sério com todas essas lágrimas? Vocês estão partindo o meu coração! Não estou apenas pronto para ser acorrentado, mas até para morrer por amor do nome do Senhor Jesus” Atos 21.13).

 

Lucas acrescentou: “Como não o persuadimos, conformados, dissemos: Faça-se à vontade do Senhor!” (v. 14). Deram-lhe o gelo do silêncio. Sobrancelhas franzidas. Deram-lhe as costas. Cheios de ansiedade: “Você verá. Não perde por esperar”.

 

E aquele que corajosamente faz a obra do Senhor é deixado só – a não ser que você esteja a seu lado para dar apoio e sustento moral ao seu missionário nos momentos difíceis em que os adversários se lhe opõe.

 

O apoio moral é a base do processo de envio. Apoio moral é o “boa viagem” daqueles que cumprem a missão de enviar àqueles que vão. Apoio moral é tanto uma atitude que seu mensageiro transcultural perceberá como uma ação que você pode realizar.

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Fonte:  Projeto Jeshua

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