COMO LIDAR COM O CHOQUE CULTURAL

 

A CHEGADA AO CAMPO

 

A descrição de Paulo em Efesios 6:12, é     uma realidade na vida do missionário.       

o    O missionário está na linha de frente;

o    O inimigo não dá trégua;

o    Age com todos os seus ardis diabólicos para retirar o missionário de combate. 

O  primeiro ano de chegada ao campo     pode ser dividido em quatro fases distintas:

1º - Lua de Mel

2º - Choque Cultural

3º - Adaptação

4º - Recuperação

 

1o. LUA DE MEL OU FASCINAÇÃO:

Onde tudo é bom e bonito. A emoção toma conta dele por estar na nova terra que o Senhor o chamou. 

Chegou como missionário, está cheio de entusiasmo, idéias, planos, etc. Quer por tudo em pratica, olha em volta e vê tudo novo, fica fascinado, admirado. 

Olha tudo com muito interesse, é um bom observador, tira foto de tudo, está alegre, feliz. Tudo é diferente da sua própria cultura, mas quer experimentar de tudo, tudo é novidade, comidas diferentes, roupas, costumes do povo. “Oh, como é engraçado”.

 

2o. CHOQUE CULTURAL       

É a perda de valores conhecidos. Os      sociais familiares do missionário foram removidos e prevalece a ausência do seu sistema cultural conhecido. É neste ponto que o missionário fica bombardeado e não agüenta. Seu sistema nervoso abala. A “ignorância”  e  “insegurança”  de como agir abala suas emoções e o deixa nervoso. Pode ser intensivo ou não, mas todos o  experimentarão, independente do grau de espiritualidade.

 

ETAPAS DO CHOQUE CULTURAL   

Em geral, o choque cultural tem duas etapas:              

Choque com o “incomum” (visível) comida,  moradia, língua, estrutura física, relacionamento interpessoal,, região, religião e costumes diários. 

Choque com a cosmovisão (invisível)   acontece mais rapidamente com as pessoas mais sensíveis e preceptivas. O choque vai acontecendo à medida que entende a parte invisível que compõe a cultura, isto é: valores, sistema social, pressuposições existenciais, bem como anomalias.

 SINTOMAS DO CHOQUE CULTURAL 

Passa a lua de mel e logo cai na realidade,  tenta comunicar e não consegue, está “doido”  para evangelizar e não consegue passar a mensagem, pois ninguém o entende. Tenta imitar os outros e cai no ridículo. Tenta imitar os sons da língua, arrisca uma frase e todos riem dele, fica sem jeito. Não sabe comer à maneira do povo, não sabe fazer as coisas como eles fazem, faz as coisas do jeito da sua cultura, mais não funciona dentro daquela cultura. 

O acúmulo de vários “baques culturais” tem as seguintes conseqüências gerais: 

1.    Desorientação.

2.    Insegurança no agir.

3.    Medo de errar, adquirir doenças.

4.    Vergonha pelos erros.

5.    Desanimo.

6.    Melancolia.

7.    Saudade, nostalgia.

8.    Sentimento de inferioridade.

9.    Desconfiança do povo e colegas.

10.Nervosismo, tristeza.

11.Espírito crítico.

12.Frustração(por não conseguir  desenvolver o inistério).

 13.Rejeição.

 14.Afastamento do povo para eliminar o abalo emocional; Pode chegar ao ponto de uma rejeição muito forte: 

1.                   Não agüenta mais o confronto com a cultura, tem atitudes negativas.

2.                   Rejeita a língua, o povo e os colegas que estão bem entrosados na cultura, antipatiza-os.

3.                   Rejeita a si mesmo (o “...não valho nada...” – sentimento de inutilidade, “...não sirvo para nada!”).

4.                   Põe a culpa no povo, que é “estranho demais”... “a língua é muito difícil”: desfaz da cultura, começa a criticar e a rejeita

5.                   .Neste ponto há caso de retorno à pátria. Se retornar, a situação espiritual do missionário ficará muito abalada.

 

            CONSEQÜÊNCIA FÍSICA: 

                      Dor de cabeça.

                      Dor de barriga.

                      Dor de estômago.

                      Tensão muscular, etc.

 

3o. ADAPTAÇÃO E RECUPERAÇÃO

Como vencer o choque cultural? Ignora-lo? Fingir que não está sentindo: 

O primeiro passo para a recuperação é encara-lo de frente. Admitir que está sentido; encarar a realidade.

 

APRENDIZADO DA LÍNGUA

Para nós que falamos somente o português, o desafio é tremendo! Saindo do Brasil, como comunicar nos aeroportos: O problema já começa dentro do avião. Temos o desafio de 2 línguas, se quisermos ser eficientes, inglês e a linguado país adotado. 

Geralmente o inglês é o ponto de partida para recebermos toda a orientação na chegada no campo. O missionário não fala a língua do povo e se não tem outro brasileiro para ajuda-lo, o jeito mesmo é ser orientado por um colega estrangeiro. E a comunicação só será feita em inglês. 

Estudar língua não é fácil, exige perseverança, paciência, mas se quisermos atingir o coração do povo, temos que falar a sua língua.Um ministério frutífero e abençoado depende de uma comunicação eficaz. O missionário é chamado para comunicar Jesus, e para que este alvo seja abençoado, é necessário falar fluentemente a língua materna do povo.

 

A VIDA EMOCIONAL DO MISSIONÁRIO 

Uma das áreas mais negligenciadas do trabalho pastoral evangélico é o aconselhamento pessoal.

 

O ACONSELHAMENTO PODE SER:

PREVENTIVO: Discipulado profundo, pregação, exortação, visitas e comunhão.

CURATIVO: Orientação e solução para os problemas e males já contraídos.

 Como missionários vêm de um mundo doente, convertem-se vão para o treinamento teológico, missiológico e não recebem ajuda, prosseguem com seus problemas emocionais para o campo. 

A igreja de hoje está mais doente do que a do passado, porque esta geração tem sido fruto de desastres familiares. Na sociedade de hoje é normal e natural a separação e divórcios como também solteiros, drogas e sexo. A segurança e proteção que a criança precisa para o seu desenvolvimento emocional  e equilibrado não encontra por causa da destruição dos lares. Como  resultado temos jovens traumatizados e desestabilizados. 

Em conseqüência dessa situação mundial, os missionários abaixo de 30 anos têm enfrentado maiores problemas emocionais. Eles estão mais centralizados em problemas pessoais, mais preocupados com o acumulo de trabalho, buscam mais descanso e trabalhar em equipe exigem mais atenção dos líderes. 

FRUSTRAÇÃO (com a cultura, ministério e com colegas, falta de materiais adequados, etc.) 

INCORPORAÇÕES (nacionais, colegas, igreja, família, etc). 

PRIVAÇÕES (muitas no campo). 

LIMITAÇÕES. 

SAUDADES.

Para trabalhar em outra cultura, tem que se ter estabilidade emocional. Pois o campo missionário, com o choque cultural e adaptação contextualizada e mais ouros fatores afetam psicologicamente a vida do missionário. E os problemas emocionais encobertos lá no fundo, vêm para fora, e em geral, causam prejuízos para a obra. 

Comentários

POSTAGEM MAIS VISITADA

APRENDIZAGEM DE LÍNGUA

ANTROPOLOGIA CULTURAL

MISSÕES E EVANGELISMO