INTRODUÃO À MISSÕES - PARTE DOIS
Se fizermos uma
retrospectiva da obra missionária realizada nas últimas décadas, observaremos
que a igreja contemporânea preocupou-se em plantar o evangelho no mundo ocidental
esquecendo-se definitivamente do mundo oriental. Por esta razão, os povos
esquecidos se multiplicaram formando hoje mais da metade da população mundial
mergulhada nas trevas espirituais. Fazer missões hoje representa um desafio
transcultural a ser vencido pela igreja.
Já sabemos que o objetivo de Missões é levar todos à salvação, porém podemos ir mais além do seu
objetivo. Em todos os lugares da Terra o Evangelho deve ser pregado. Isto
está provado em Mateus 28.19: "Portanto
ide, ensinai todas as nações".
Jesus disse ide a todas as nações ou
o mesmo que "Ide ao Brasil, Japão, Coréia, Indonésia, aos países
africanos e de outros continentes". Salvação é uma dádiva oferecida
independente de cor, raça, idioma e posição social. (Leia Marcos 16.15;
Tito 2.11).
O EVANGELHO É PARA TODOS
OS POVOS, EM TODOS OS LUGARES.
Atos 1.8, nos dá uma visão missionária global e
estabelece quatro pontos estratégicos para se fazer Missões. Através desses
lugares, o referido escritor estabelece quatro pontos estratégicos para se
fazer Missões:
q Jerusalém: É o trabalho
missionário em nossos lares, vizinhança, escola, faculdade, trabalho, etc. Este
campo é muito vasto. Você já evangelizou alguém de sua família? Ou seu colega
de faculdade? Seus vizinhos? Pense nisto agora.
q Judéia: É o trabalho
realizado nas vilas e bairros próximos; este campo parece sem nenhuma
importância, porém não há dúvidas de que é um excelente local para uma boa
pescaria. Existem grandes bairros e vilas próximos de nós onde há milhares de
pessoas precisando ouvir a mensagem do Evangelho.
q Samaria: É o trabalho
realizado em cidades mais distantes, no interior do país, o que se pode chamar
de "Missões Nacionais".
q Confins da Terra: É o trabalho
missionário realizado em todo o mundo, isto é, "Missões Estrangeiras".
Nunca o mundo esteve tão
aberto para o trabalho missionário como agora. Não sabemos até quando durará
tal abertura. Está na hora de obedecermos ao IDE de Jesus.
O mesmo livro de Atos que
estabelece os lugares onde deve ser proclamado o Evangelho, também nos dá um panorama
geral da expansão da proclamação através do trabalho missionário.
Havia um crescimento QUANTITATIVO:
q Almas
"acrescidas" (Leia Atos 2.41-42,47).
q Número
de discípulos "continuava a se multiplicar" (Leia Atos 6.1,7; 9.31).
O Crescimento
quantitativo era evidente por causa do Crescimento espiritual, comunhão,
compartilhamento, adoração e testemunhos dos crente (Leia Atos 2.41,47).
Além dos pontos
estratégicos para se fazer Missões, Atos 1.8 diz que o trabalho missionário
deve ser feito "ao mesmo tempo" em cada um dos quatros lugares. O
trabalho dos discípulos não deveria primeiro ser iniciado e completado em um
lugar para depois partirem para outro. Essa "simultaneidade" está
expressa nas palavras "tanto em", “como em” e "até os".
A Igreja de hoje tem
avançado consideravelmente na conquista dos povos, mas temos que observar que
existe metade da população do mundo que ainda não ouviu o evangelho. Essa
grande massa tem as barreiras transculturais da religião milenar e os costumes
quase que intransponíveis ao nosso mundo moderno. Os povos não alcançados,
na sua maioria, ainda são os que vivem na miséria social, cultural e econômica.
E sabemos que só o evangelho pode mudar este quadro social.
A missão da Igreja é pregar a toda criatura e não se
dedicar apenas às áreas mais fáceis de serem alcançadas.
Estamos fazendo missões nos
lugares viáveis e com isso muitos já ouviram o evangelho muitas vezes, enquanto
outros nunca ouviram falar de Jesus. Devemos fazer missões nos preocupando com
o "IDE" de Jesus abrangendo todo o mundo e não apenas os lugares mais
perto de nós.
A evolução da sociedade é
rápida e constante, ou seja, vivemos num mundo globalizado. As nações se aproximam velozmente pelos meios
de transportes e a comunicação e os satélites quebraram as barreiras da
distância divulgando toda e qualquer notícia falsa ou verdadeira
instantaneamente.
A igreja precisa agir
ensinando ao nosso povo o que é básico. A Bíblia é a nossa regra de fé, e
praticar missões é o objetivo principal dela. Jesus ordenou a permanência
dos seus discípulos em Jerusalém até o revestimento de poder. (Leia Lucas
24.49). Retornar ao ensino básico é sentir a necessidade de revestimento de
poder para que o mundo de hoje seja alcançado não pela palavra persuasiva, mas
pela demonstração do Espírito Santo que transforma a vida das nações.
Cremos que estamos vivendo
os últimos dias da oportunidade de salvação aos homens e é urgente que a obra
de missões seja realizada no poder de Deus que opera milagres.
Em Marcos 16.20 lemos: ”E
eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando com eles o Senhor, e
confirmando a palavra por meio de sinais que se seguiram”.
Este versículo serve para
nos lembrar que, acima de tudo, para se realizar uma autêntica Obra
Missionária, é preciso ter a cooperação do Senhor Jesus, porque sem Ele nada
podemos fazer. Jesus tem que estar em primeiro lugar em qualquer trabalho
missionário.
É Jesus quem nos manda ir e
também, quem nos oferece princípios orientadores para fazermos Missões. Os
princípios estão demonstrados nas experiências dos primeiros missionários.
Podemos observá-los sendo postos em prática por Filipe por ocasião de uma
extraordinária experiência evangelística.
Você leu o texto que trata
da conversão do eunuco, mordomo-mor da Candace, rainha da Etiópia, país
localizado na África. Da experiência evangelística de Filipe podemos então
extrair CINCO PRINCÍPIOS
ORIENTADORES do trabalho missionário.
q Ser
guiado pelo Espírito Santo,
q Não
se deixar levar por preconceitos ou tradições humanas,
q Conhecer
a Bíblia Sagrada,
q Não
deixar de anunciar a Cristo; e.
q Ter
um alvo definido.
Observe a seguir:
CINCO
PRINCÍPIOS ORIENTADORES DE MISSÕES
q Filipe
era um homem GUIADO PELO ESPÍRITO
DE DEUS: Não havia a menor possibilidade humana de uma comunicação entre
Filipe e o eunuco; se aquele era judeu, de uma tradição que o impedia de
juntar-se a um estrangeiro, este era um alto funcionário do governo etíope, não
lhe sendo permitido conversar com um homem "comum". Ocorre que Filipe era um homem guiado pelo
Espírito e fazia o que Ele lhe ordenava.
q Filipe
NÃO SE DEIXAVA LEVAR
POR PRECONCEITOS OU TRADIÇÕES HUMANAS: Ele entendia que todos
são pecadores e carecem da glória de Deus não importando ‘quem’ e ‘onde’ esteja
(Romanos 3.23; 5.8; e 2 Pedro 3.9b).
q Filipe
CONHECIA A BÍBLIA:
Ele interpretou corretamente a passagem lida pelo eunuco. Quem quiser ser bem
sucedido na execução de Missões precisa conhecer a Bíblia. Ela é fundamental na
realização do trabalho missionário.
q Filipe
NÃO DEIXAVA DE
ANUNCIAR A CRISTO: Diz o texto (vers. 35) que Filipe "abrindo a sua boca, e
começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus". Isto nos leva a três
importantes conclusões com base no sucesso ministerial daquele extraordinário
missionário:
·
Cristo deve ser o centro do nosso testemunho pessoal (2 Co 2.15).
·
Cristo deve ser o centro da nossa mensagem (2Co 1.23).
·
Cristo deve ser o centro da nossa missão evangelística,
pois o verdadeiro evangelismo é confrontar Cristo com os homens.
q Filipe
TINHA UM ALVO
DEFINIDO: conduzir almas (o eunuco) a Cristo.
Para realizar Missões, além
de aplicar estes princípios, é preciso haver a prática de três ações, que são: orar,
contribuir e ir.
ORAR
A oração
do crente na Obra Missionária tem duas finalidades: a
primeira pode ser entendida comparando-se a oração com a missão dos
"intercessores" nos dias do profeta Isaias (Leia Is: 62. 6-10). O
versículo 10 oferece-nos a idéia de um caminho sendo aberto.
É assim que funciona a
oração em Missões. Ela vai à frente do missionário abrindo um caminho por entre a escuridão
espiritual.
Há lugares em que o domínio
da feitiçaria e dos demônios são tão intensos que o trabalho de evangelização
se constitui por muito tempo apenas de oração, para que o domínio de Cristo
seja implantado.
É o caso de países da
África e tribos indígenas onde o animismo é a religião, e de países da Ásia
(Índia e China) onde predominam religiões milenares como o budismo,
confucionismo e xintoísmo.
Veja novamente os
versículos 6 e 10 de Isaias 62. Segundo estes versículos existe uma seqüência
desafiadora para o missionário chamado para o "Grande Desafio”:
q Temos que passar pela porta -
hoje existem algumas facilidades para a penetração do evangelho em lugares mais
difíceis. Se não é possível entrar no território escolhido como obreiro,
podemos entrar como profissionais liberais, como estudantes, mas não ignorar a
chamada e a porta que Deus tem aberto.
q Preparar o caminho -
Tudo que plantarmos na obra missionária será a preparação para outro colher.
Nossos passos precisam da direção correta do Senhor.
q Aplainar a estrada -
Nivelar o caminho, tornar a caminhada futura mais fácil. Quando o missionário
aplaina o caminho, outros passarão por ele mais rápido.
q Retirar as pedras -
as pedras são símbolos de obstáculos, impedimentos, e o Senhor está interessado
em retirá-las para o avanço total do Seu evangelho.
q Arvorar a bandeira -
para que a bandeira do Calvário seja hasteada, caminhos anteriores precisam ser
trabalhados e melhorados.
A Segunda finalidade da
oração em Missões é: provocar um
despertamento missionário na igreja local. A oração aumenta o
envolvimento do crente com a evangelização do mundo.
q Ele
sente necessidade de orar objetivamente e com o conhecimento de informações
missionárias.
q Ele
sente a necessidade de fazer algo no sentido de levar a salvação para os
perdidos e até mesmo ser enviado.
É interessante notar o fato
de que os mesmos que deveriam orar por ceifeiros, em Mateus 9, são os que foram
enviados por Jesus para ceifar em Mateus 10. Um líder de missões disse certa
vez?
"Se mais crentes se pusessem
de joelhos em oração, mais crentes se poriam de pé na evangelização".
CONTRIBUIR
Contribuir
para missões envolve, principalmente, a contribuição através de bens materiais.
O missionário Paulo, na sua carta aos Filipenses 1.5 agradece "pela
cooperação no evangelho". A palavra "cooperação", neste
versículo, na língua original em que foi escrita a carta, tem o sentido de
"ser sócios no
Evangelho". Contribuir para a Obra Missionária também é uma maneira de
ajuntar tesouros no céu e não ajuntar na terra, conforme está escrito em Mateus
6.20.
IR
Além de orar e contribuir, o
crente deve estar pronto a ir fazer trabalho missionário, se ainda não o
está realizando. O profeta Isaias prontamente pediu que ele fosse o enviado,
quando o Senhor perguntou: "A quem enviarei, e quem irá por nós?". Para
proclamar o Evangelho, o Senhor não envia anjos. Ele usa homens e mulheres,
seus discípulos (Leia Hebreus 2.16 e 1Pedro 1.12). Esteja pronto a repetir a
resposta de Isaias? “... Então disse eu?
Envia-me a mim” (Isaias 6.8b).
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